Alexandrina Pereira vai lançar o livro “Poesia em Tom de Fado”: “Ouvir o que escrevo é ter a agradável sensação de que a nossa inspiração se tornou parte da vida dos fadistas”

Alexandrina Pereira vai lançar o livro “Poesia em Tom de Fado” no dia 9 de dezembro, pelas 16h00, na Biblioteca Municipal de Setúbal. O livro, uma edição de autor, inclui 112 letras já gravadas e 40 inéditas. A poetisa confessa que “ouvir o que escrevo na voz de quem as canta, é ter a agradável sensação de que a nossa inspiração se tornou parte da vida dos fadistas”. Outra paixão são as marchas populares de Setúbal, onde já conquistou vários prémios. Alexandrina Pereira já tem outro projeto literário em mãos, um livro sobre a Arrábida, numa parceria com o pintor Nuno David a lançar em 2024. Como presidente da Casa da Poesia de Setúbal, realça a realização o 2.º Concurso de Poesia “Jovens Poetas” Maria Adelaide Rosado Pinto, também no próximo ano.


Florindo Cardoso


Setúbal Mais – Como surgiu a ideia de lançar o livro “Poesia em Tom de Fado”?
Alexandrina Pereira
– A ideia de compilar em livro as muitas letras que escrevi para fado, surgiu por pensar que no futuro será mais fácil folhear um livro com as letras do que uma pasta de arquivo onde até hoje as tinha guardadas. Trata-se mais uma vez de uma edição de autor.

Setúbal Mais – O livro inclui todas as canções que escreveu para fado?
Alexandrina Pereira
– O livro inclui 112 letras já gravadas e 40 inéditas. Apesar de ter mais letras escritas não as incluí neste livro para não ficar uma edição com muitas páginas. Prefiro lançar um segundo volume. Os artistas que gravaram e que estão referidos no livro são: Ana Pacheco; Deolinda de Jesus; Inês Duarte; Georgette de Jesus; Joana Veiga; Manuel de Jesus; Maria Caetano; Pedro Lisboa e Susana Martins. Outros nomes estão assinalados porque também cantam os meus poemas, embora sem gravação: Carla Lança; Carlos Zacarias; Miguel Camões e Odete Silva. O Livro tem a particularidade de incluir fotografias de minha autoria que servem de separadores entre cada fadista.

Setúbal Mais – Qual é a sensação de ouvir um fadista cantar a letra do seu fado?
Alexandrina Pereira
– Ouvir o que escrevo na voz de quem as canta, é ter a agradável sensação de que a nossa inspiração se tornou parte da vida dos fadistas.

Setúbal Mais – Como vai ser a sessão de lançamento?
Alexandrina Pereira
– O lançamento do “Poesia em Tom de Fado” vai ser no dia 9 de dezembro, pelas 16h00, no acolhedor e apropriado espaço da Biblioteca Municipal de Setúbal. Não se vai ouvir fado cantado para dar espaço à poesia, porque é disso que o livro trata, embora aplicada ao fado. Será apresentado por Joaquim Calçadas, um amigo de há muitos anos, que divulga o fado na Rádio Amália. Para nos fazer companhia teremos o Jorge Pimentel na guitarra portuguesa e o Albano Almeida na viola de fado. Proponho e espero que resulte numa tarde em que se fale de fado e da importância da poesia para este género musical, tão nosso, tão português.

Setúbal Mais – Quais os próximos projetos?
Alexandrina Pereira
– O próximo projeto é uma parceria que muito me honra por incluir pinturas do mestre Nuno David, um amigo que anda tão entusiasmado quanto eu. Conta com textos dos três presidentes de Câmara (Setúbal, Palmela e Sesimbra), vereadores da Cultura desses três concelhos e outras entidades que sentem Arrábida como um dos mais belos quadros do mundo.

Setúbal Mais – Este ano voltou a ganhar a melhor letra no Concurso de Marchas Populares de Setúbal de Setúbal. O seu coração está dividido entre as letras para marchas e fado?
Alexandrina Pereira
– A minha vida literária tem-se pautado por aceitar desafios pelos quais me apaixono. As marchas populares também foram um desafio que abracei, após ter sido convidada para júri das mesmas em 1997, curiosamente sob a presidência de Maria Adelaide Rosado Pinto, este ano homenageada pela Casa da Poesia. Em 1998, concorri à Grande Marcha de Setúbal e ficou-me esse gosto de escrever para temas tão diversos que me são apresentados, quer pela autarquia, quer pelas coletividades. O ano passado decidi que seria a minha despedida como letrista das marchas, mas…voltei a aceitar e lá volto este ano.

Setúbal Mais – Como presidente da Casa da Poesia de Setúbal, qual o balanço que faz e se pode revelar alguns projetos para 2024?
Alexandrina Pereira
– A Casa da Poesia de Setúbal continua a somar momentos de grande participação e envolvência de pessoas da nossa cidade e também de outros lugares, o que demonstra interesse pelo nosso trabalho. Continuaremos a realizar o Encontro Poético de Setúbal, no próximo ano voltam os “Vinhos Solidários”, entre outras atividades. Iremos ter para nossa alegria e orgulho o 2.º Concurso de Poesia “Jovens Poetas” Maria Adelaide Rosado Pinto com o apoio da família Rosado Pinto, o que muito nos honra.