Águas de Portugal (AdP) recebe 127 veículos eléctricos – Investimento de 2 milhões através do Fundo Ambiental

O grupo Águas de Portugal (AdP) recebeu, no dia 3 de Janeiro, 127 viaturas eléctricas adquiridas através do Fundo Ambiental (FA), numa cerimónia, realizada numa unidade industrial em Águas de Moura, concelho de Palmela, e presidida pelo ministro do Ambiente, João Matos Fernandes.

Após o acto da entrega das chaves dos veículos eléctricos aos representantes das 12 empresas do Grupo AdP, a comitiva deslocou-se nos respectivos veículos até à ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) da Quinta do Conde, tendo o ministro do Ambiente efectuado o primeiro carregamento simbólico de um veículo 100% eléctrico da Simarsul – Saneamento da Península de Setúbal (SIMARSUL) nos postos de carregamento aí instalados.

Esta é uma das medidas previstas no PEPE – Plano de Eficiência de Energia Eléctrica 2020 do Grupo AdP, apresentado publicamente em Maio passado, e um dos primeiros projectos apoiados pelo FA ao abrigo da Estratégia Nacional para a Mobilidade Eléctrica.

Os 127 carros eléctricos entregues aos serviços operacionais das Águas de Portugal são a primeira ‘tranche’ de 327 carros eléctricos que o grupo vai comprar até 2020, substituindo 30% da frota operacional até essa data. Destas, oito foram entregues à SIMARSUL, com sede na Quinta do Conde, ou seja 25% da sua frota.

A SIMARSUL terá oito pontos de carregamento, nas suas infraestruturas como as ETAR’s de Quinta do Conde (Sesimbra), Barreiro/Moita, Seixal e Lagoínha (Palmela).

Estas viaturas operacionais (76 de passageiros e 51 de mercadorias) substituem outras com mais de 8 anos de idade média e com maior quilometragem, que produzem mais emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e têm maiores consumos de combustível.

De referir que, os percursos operacionais diários das viaturas são exequíveis considerando os constrangimentos de autonomia dos veículos eléctricos. Com a sua introdução, o grupo prevê uma redução, a quatro anos, das respectivas emissões de GEE (em especial CO2) em 533,234 toneladas e do consumo de combustíveis em cerca de 660 mil litros.

Em conjunto com estes 127 novos carros vão ser instalados, ainda em Janeiro, 137 novos postos de abastecimento, nas suas instalações de norte a sul do país, que podem ser utilizados por todos os carros eléctricos.

“O que vai fazer com que só com estes carregadores – que obviamente se somam aos carregadores da rede ‘Mobi.e’ – não vai haver nenhum ponto do país a mais de 60 quilómetros de um carregador eléctrico”, disse o ministro do Ambiente.

Em 2017, o Governo apoiou a aquisição de 1.326 carros eléctricos através de três programas diferentes:

  • 140 para os sistemas ambientais intermunicipais – de que fazem parte estes entregues às Águas de Portugal;
  • 210 para os serviços ambientais municipais; e
  • 976 de particulares, que foram subsidiados até 2.250 euros, após solicitação dos compradores.

“Durante o próximo ano vamos manter este mesmo apoio aos particulares, de 2.250 euros por cada carro eléctrico até aos primeiros mil, e as novidades aqui é que vamos também apoiar a aquisição de motas eléctricas”, com “um subsídio de 400 euros até ao máximo de 15% do valor da própria mota” às primeiras mil que se candidatem a este apoio, afirmou o governante.

“Quando tivermos concluída a substituição destes 30% dos carros nas Águas de Portugal vamos conseguir reduzir em 79% o consumo de energia e vamos conseguir reduzir em 43% os gases que produzem efeitos de estufa a esta escala”, salientou.

O compromisso de Portugal para todo o sector dos transportes é chegar a 2030 com os GEE reduzidos em 24% e, para isso, a aposta, concluiu o governante, é

  • “reforçar a oferta de transportes colectivos,
  • substituir os veículos convencionais por veículos eléctricos e
  • aumentar a partilha da mobilidade, alterando um conjunto de hábitos que de uma maneira geral os portugueses têm”.

As empresas abrangidas pelo projecto de conversão da frota operacional são:

  • Águas do Norte, S.A.;
  • Águas do Douro e Paiva;
  • SIMDOURO – Saneamento do Grande Porto;
  • AdRA – Águas da Região de Aveiro;
  • Águas do Centro Litoral;
  • Águas do Tejo Atlântico;
  • EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres;
  • Águas do Vale do Tejo;
  • Simarsul – Saneamento da Península de Setúbal;
  • Águas de Santo André;
  • AgdA – Águas Públicas do Alentejo; Águas do Algarve.

Plano de Eficiência e Produção de Energia – O quinto maior consumidor nacional

A gestão da energia é uma das prioridades estratégicas do Grupo AdP, no quadro da promoção de níveis de eficiência que garantam a ecoeficiência e a sustentabilidade das suas operações de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais.

Com mais de 57% dos seus custos operacionais, o equivalente a cerca de 68 milhões de euros ano, a respeitar a consumos de electricidade, o grupo desenvolveu um plano de gestão de energia que tem como pressupostos a maximização do aproveitamento energético dos activos e recursos endógenos e a racionalização dos consumos, visando melhorar o seu desempenho energético.

O Plano de Eficiência e de Produção de Energia (PEPE) do Grupo AdP para o período de 2017-2019 prevê o aumento em 25,6 GWh da produção própria de energia eléctrica do Grupo  até 2020, duplicando os valores actuais.

Parte significativa daquela produção destina-se a ser consumida nas próprias instalações, nomeadamente em ETAR’s, que estão entre as principais consumidoras de electricidade do grupo, o que permitirá reduzir a factura energética do grupo.

Reduzir consumos e ajustar os respectivos horários e melhorar as condições de aquisição de energia são os outros dois objectivos do PEPE, que visa melhorar o desempenho energético do Grupo AdP, cujo consumo anual eléctrico ronda os 704 GWh, 1,4% do total nacional, estando entre os cinco maiores consumidores empresariais de electricidade do País.

A implementação do PEPE envolve cerca de 300 colaboradores das várias empresas do Grupo, com uma participação decisiva da área operacional, abrangendo um total de 334 infraestruturas.