ADREPES junta 46 parceiros para captar 4,7 milhões de fundos comunitários para península de Setúbal

A ADREPES (Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal) entregou a 28 de fevereiro uma candidatura ao Programa MAR 2030, com o objetivo de captar mais de 4,7 milhões de euros através de três fundos comunitários, para projetos a implementar em zonas costeiras e estuarinas da península de Setúbal.


Para assegurar esta captação destes novos apoios de financiamento, foi elaborada a Estratégia de Desenvolvimento Local de Base Comunitária Costeira, com as áreas temáticas de “Pesca e Aquicultura”, “Turismo” e “Património Natural e Cultural”, desenvolvida pela ADREPES com 46 parceiros locais (privados e públicos) em prol do bem comum do território costeiro da península de Setúbal.


A candidatura, operacionalizada através do Grupo de Ação Local Costeiro 20-30, visa promover o desenvolvimento sustentável do espaço costeiro e estuarino da península de Setúbal, capitalizando os seus recursos ambientais, culturais, sociais e humanos, no sentido de fomentar a economia azul, circular e sustentável; promover a inovação e competitividade dos recursos locais; valorizar o capital social, cultural e ambiental do território.


A criação deste Grupo de Ação Local para o desenvolvimento costeiro da região foi formalizada a 24 de fevereiro, em cerimónia realizada no Roof 61 do Fórum Municipal Luísa Todi, com a assinatura do protocolo de cooperação e parceria entre as entidades – 30 privadas e 16 públicas – envolvidas no projeto.


A vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, elogia a importância da ADREPES enquanto agente “catalisador de desenvolvimento” na região, sublinhando que “queremos, por esta via, concertar uma estratégia que sirva um renovado ciclo de investimentos e desenvolvimento para a península de Setúbal”.


Joaquim Carapeto, presidente da ADREPES, considera que a candidatura com a Estratégia de Desenvolvimento Local de Base Comunitária Costeira, constitui “um marco extremamente importante”, a qual assenta “numa lógica de intervenção que tem vindo a ser desenvolvida nos últimos anos”, acrescentando que esta estratégia de desenvolvimento materializa “um instrumento de base territorial que permite um olhar mais alargado do território em diferentes dimensões”, no qual estão refletidas um conjunto de necessidades e potenciais ações de investimento.


A candidatura submetida pela ADREPES para capação de financiamento no âmbito do Programa MAR 2030 engloba doze freguesias dos concelhos de Setúbal, Sesimbra, Moita, Alcochete, Montijo e Almada (Alcochete, Samouco, Costa da Caparica, Gaio Rosário e Sarilhos Pequenos, Montijo e Afonsoeiro, Sesimbra Castelo e Santiago, Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, Sado, Azeitão, Setúbal, num total de 196.211 habitantes em 560 km de área do território.


Respeitante à área da “Pesca e Aquicultura” há propostas como a valorização e certificação do pescado, a despoluição de áreas com maior acumulação de detritos e resíduos, a melhoria das embarcações de pesca com aposta em equipamentos meno0s poluentes e o incentivo à construção naval.

Na vertente de “Turismo”, as ações podem passar pela criação de roteiros turísticos que promovam uma oferta integrada do território, pela aposta na criação da Marca “Arrábida” como elemento identitário do território, pela melhoria das infraestruturas de apoio às atividades náuticas e pela na descarbonização de embarcações turísticas.


Já na componente de “Património Natural e Cultural” cabem ações como a reativação de salinas como recurso produtivo, ambiental, pedagógico e turístico, a articulação intermunicipal na salvaguarda e valorização do património, e na sistematização da informação e a recuperação de embarcações tradicionais.