Mais de uma centena de pessoas reuniu-se para celebrar o 8.º aniversário da Casa da Poesia de Setúbal, a 22 de março, numa unidade hoteleira da cidade, contando com a presença dos presidentes do município sadino, André Martins, da Casa da Poesia de Setúbal, Alexandrina Pereira, da Junta de Freguesia de São Sebastião, Luís Matos, a empresária Leonor Freitas, da Casa Ermelinda Freitas, autarcas, poetas e amigos.
Alexandrina Pereira apresentou os projetos e atividades da Casa da Poesia de Setúbal desde que foi criada em 2016, através de uma comissão instaladora, por “um grupo de quatro pessoas que juntaram, das quais já estou só eu”, num espaço cedido pela União de Freguesias de Setúbal, “um parceiro que nos dá um apoio financeiro anualmente e nos permitiu ter um espaço gratuito”, na Escola Conde Ferreira, na avenida Luísa Todi.
A presidente da associação destacou “o apoio incondicional desde o início” dos dois sócios-honorários da Casa da Poesia, o presidente da União de Freguesias de Setúbal, Rui Canas, e a proprietária da Casa Ermelinda Freitas, Leonor Freitas.
Alexandrina Pereira salientou os projetos “De pequeno se faz o poeta”, que leva a poesia às escolas do concelho de Setúbal, “levando os meninos a escrever sobre temas diversos e este ano será sobre a liberdade”, que num ano “fizemos a visita a 12 escolas, 21 turmas e 164 alunos”. O projeto “Poesia sem grades”, onde no gradeamento da Escola Conde Ferreira, são expostos poemas dos associados sobre dias especiais e o próximo será sobre o 25 de abril.
“Formámos o Grupo de Voluntários dos Afetos que nos alimenta muito o coração e a alma porque vamos estar em contato com pessoas menos jovens, levando poesia a lares de idosos, sendo muito gratificante porque a poesia atenua a solidão”, afirma a responsável.
“Sebastião fora de casa” foi outro projeto desenvolvido em 2023 para celebrar o centenário do poeta azeitonense Sebastião da Fama, declamando os seus poemas nas ruas de Azeitão e na praça de Bocage bem como a publicação de sete antologias poéticas, sendo a próxima sobre o poeta da Arrábida, o Concurso de Poesia “Jovens Poetas – Maria Adelaide Rosado Pinto” que regressa em 2024, com entrega dos prémios a 28 de julho, os Encontros Poéticos que este ano será na União de Freguesias de Setúbal.
Alexandrina Pereira anunciou o regresso dos “Vinhos Solidários”, que começou em 2016 e que apoiou a Cáritas Diocesana de Setúbal, Clínica Social Dentária, delegação de Setúbal da Liga Portuguesa Contra o Cancro, a APPDA Setúbal (Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo), a Casa do Gaiato de Setúbal e a o Centro de Apoio aos Sem Abrigo (CASA). “Foram entregues mais de 11 mil euros às seis instituições que apoiámos, pode ser uma gota de água no oceano, mas para muitas faz a diferença”, realça a poetisa, lembrando que “a poesia pode mudar o mundo”.
Fátima Silveirinha, da União de Freguesias de Setúbal, disse que “é um orgulho muito grande ter-vos na nossa freguesia, e sermos parceiros no trabalho que desenvolvem”, dando os parabéns pelo “trabalho realizado” com os associados e a comunidade.
A vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, elogiou o trabalho da Casa da Poesia, considerando “excecional”. “Fazem um trabalho muito bom porque hoje em dia não é fácil captarmos a atenção das pessoas para a leitura, o pensamento e a introspeção”, disse a autarca.
Carla Guerreiro assegurou que o município está disponível para “dar mais apoio da forma que conseguirmos para fazer as coisas crescer e dar sentido ao vosso trabalho”. “A câmara municipal tem a obrigação em ajudar naquilo que seja possível”, concluiu.
Já a vice-presidente da Federação das Coletividades do Distrito de Setúbal, Anabela Rito, sublinhou que “somos um grupo de amigos do associativismo, estamos sempre habituados a trabalhar em prol dos outros para ver se este mundo fica um bocadinho melhor e sejamos mais felizes”.
Leonor Freitas disse que “é com muito carinho que já me sinto parte da Casa da Poesia, sempre que posso estou presente, e faço aquilo que devo fazer”. “O produto que tenho é o vinho e o que faço é partilhar um bocadinho com a sociedade o que ela também me tem ajudado”, disse a empresária.
“O vinho combina muito bem com a poesia porque uma garrafa de vinho tem a história do trabalho da terra, é com o vinho com que se festeja, tem uma carga cultural e afetiva”, disse ainda Leonor Freitas. “O vosso trabalho de voluntariado é de guerreiros e a vossa ajuda faz muita diferença na vida das pessoas”, concluiu.