Adega de Pegões recebe 14 medalhas: Cerimónia no Museu Agrícola da Atalaia

O Museu Agrícola da Atalaia, no Montijo, recebeu recentemente a cerimónia de entrega dos prémios do XIV Concurso Internacional La Selezione del Sindaco à Adega Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões, precisamente 14 medalhas (2 grandes medalhas de ouro, 9 medalhas de ouro e 3 medalhas de prata). Participaram neste evento, que demonstra qualidade e a excelência dos vinhos de Pegões, a directora regional da Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, Elizete Jardim, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e o secretário-geral da Associação dos Municípios Portugueses do Vinho, José Arruda, entre diversas personalidades.

De salientar que a adega de Pegões foi a cooperativa de vinhos com mais medalhas neste prestigioso concurso vínico e a mais medalhada de todos os produtores portugueses, sendo também a península de Setúbal a região com mais prémios. Estiveram presentes neste concurso que decorreu pela primeira vez em Portugal, em Maio em Oeiras, mais 1.300 vinhos de 300 municípios da Europa e uma centena de produtores. Em relação a Portugal, concorreram 430 vinhos de 47 municípios que ganharam 153 medalhas.

O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta manifestou o seu orgulho nesta “instituição maior do nosso património empresarial” e daí “assinalar o sucesso alcançado e honrar o esforço dos nossos melhores, valorizar o património agrícola e fomentar a cultura do vinho”. “Ao acolher esta cerimónia não cumprimos apenas um acto formal de reconhecimento dos vinhos de Pegões mas também do vosso trabalho para que a Cooperativa de Pegões continue a ser uma instituição do Montijo que consegue unir a tradição com a inovação, a cultura e a economia, o passado e o futuro” disse o edil.

“A forma como os nossos produtores de vinho têm procurado enfrentar as novas exigências continua a ser uma fonte de inspiração para outros sectores de actividade” sublinhou o autarca.

Por sua vez, o secretário-geral da Associação dos Municípios Portugueses do Vinho, José Arruda classificou o resultado da Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões como “fabuloso”, ressalvando a importância do trabalho em rede entre produtores e municípios que “têm um papel importante na divulgação do mundo rural e da economia local”. O responsável lembrou que a associação está a trabalhar em vários projectos de desenvolvimento do enoturismo no país, faz parte da criação da Associação Internacional de Enoturismo e lançará em 2016 a Rede Nacional de Aldeias Vinhateiras.

Mário Figueiredo, presidente da Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões, lembrou a instituição foi fundada em 11 de Janeiro de 1958 para dar apoio aos 800 hectares de vinha que existiam no Colonato de Pegões mas na década de 80 devido ao envelhecimento das vinhas foi necessário entrar novos associados fora desta zona. “Foi aí que se iniciou a grande alteração na adega e até hoje temos conseguido crescer”. “Actualmente, produzimos 12 milhões de garrafas de vinho por ano, das quais se exportam 4 milhões” disse ainda o responsável adiantando que “penso que estamos no caminho certo” e “estes prémios só se conseguem com o trabalho da nossa equipa de técnicos e com o esforço dos vitivinicultores”.

A décima quarta edição da Selezione del Sindaco decorreu no passado mês de maio em Oeiras. Este concurso enológico internacional, promovido pela Associação Italiana de Cidades do Vinho e pela Rede Europeia das Cidades do Vinho, é uma competição que envolve a participação conjunta de produtores de vinho e do município de proveniência das suas produções, com o objetivo de promover os produtores vinícolas e os territórios que produzem vinhos de qualidade.

 

Jaime Quendera, enólogo e administrador:

Jaime Quendera, enólogo e administrador da Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões realçou que o grande segredo do sucesso dos vinhos da adega é aliar a qualidade ao preço. “Nos concursos ganhamos pela qualidade e depois juntamos o preço e daí termos passado de 1 milhão para 12 milhões, as pessoas reconhecem que o vinho é bom e vem rotulado de reconhecimento e isso faz com que a gente cresça” afirma o enólogo.

“Setúbal já neste momento a terceira região a vender vinho no país, acima do Douro em volume” realçou o responsável frisando que “a qualidade tem sido a grande mola que tem impulsionado a região”.

Jaime Quendera salienta que 2015 foi “o melhor ano de sempre, juntando a produção e qualidade dos nossos vinhos”. Questionado sobre até onde poderá crescer a adega de Pegões, o enólogo disse que “podemos chegar aos 15 a 20 milhões de garrafas por ano e ficámos no topo do país”. A nível mundial “estamos a crescer constantemente, desde a Ásia à América do Norte”. “Temos uma boa equipa e um bom clima”, acrescentou.