Câmara lança concurso para estacionamento tarifado na cidade

A Câmara Municipal de Setúbal aprovou hoje, 17 de Abril, o lançamento do concurso público para a concessão da gestão, exploração, manutenção e fiscalização de lugares de estacionamento pago na via pública à superfície na cidade de Setúbal e constituição do direito de superfície em subsolo para a concepção, construção e exploração de três parques de estacionamento no subsolo da cidade de Setúbal. A propsota foi aprovada com os votos da maioria da CDU, tendo os vereadores do PS e do PSD, votado contra.

A autarquia receberá 2 milhões de euros à cabeça, na altura da entrada em vigor da exploração.

Os lugares de estacionamento pagos na cidade passarão dos actuais 1.487 lugares para 8.300 lugares, representando um aumento de 500 por cento, ou seja de 6.813 lugares, incluindo toda a zona ribeirinha e o bairro do Montalvão.

Os parques subterrâneos serão construídos até 2040. O P1, com 300 lugares, na av. Luísa Todi, frente ao Mercado do Livramento, o prazo de construção é até 2022, enquanto o P2, frente ao Hospital de S. Bernardo até 2024, com 200 lugares e o P3, na av. Luísa Todi, frente ao edifício das Finanças será até 2040. Quanto a este, que terá 300 lugares, dos 150 já existem à superfície, o vereador Paulo Lopes, questiona a necessidade do mesmo, apontando outra zona da cidade como a av. 5 de Outubro.

A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, defendeu a proposta, elogiando a equipa técnica da autarquia de ter feito “um trabalho notável”, explicando que a concessão é de 40 anos devido “ao investimento elevado”, frisando que esta proposta destina-se a “responder às necessidades de estacionamento na cidade”, apresentando “medidas estruturantes e profundas”.

Maria das Dores Meira disse ainda que “é curioso e interessante ouvir as alegações políticas dos vereadores da oposição de que peca por tardio”, acusando de “demagogia”. A edil lembrou que o PS chumbou o concurso para construção de um parque de estacionamento subterrâneo em 2013, apresentado pela CDU, na Assembleia Municipal, onde esta força política não tinha maioria absoluta.

A presidente explicou que o P2 vai servir o futuro complexo cultural a instalar na praça de touros, o hospital e os moradores.

“A oposição esteve sempre a componente partidária, nunca quiseram o desenvolvimento de Setúbal”, acusou ainda a autarca.

Já o vice-presidente do município sadino, Manuel Pisco, lembrou que “a CDU já tinha apresentado a proposta de construção dos parques subterrâneos na av. Luísa Todi, no âmbito do Polis, mas não avançou devido à falta de financiamento”, defendendo “a necessidade” desta medida. “Temos de resolver este problema que já tem muitas décadas, é importante para o futuro”, disse.

Para o vereador do PS, Paulo Lopes, esta proposta “não é razoável nem equilibrada”. “Nos dois primeiros anos de exploração atingirá os 5.060 lugares” tarifados. Só no primeiro ano será mais 1.997 lugares tarifados.

“Discordamos totalmente”, disse o autarca socialista, adiantando que “deve ser revista a calendarização da construção dos parques e as áreas de intervenção do estacionamento tarifado como no bairro Santos Nicolau, Fonte do Lavra, ou na av. D. Manuel I, sem haver alternativas”.

Já o vereador do PSD, Nuno Carvalho, disse que esta proposta está “a condenar as pessoas a pagar mais porque não há alternativa de transporte público”, obrigando à utilização do automóvel. O autarca não concorda com o timing, defendendo que antes deveria ser implementado um plano de mobilidade na cidade.

De referir que 66 por cento das pessoas usam o carro para efectuar distâncias entre 1,5 a 4 km na cidade.