O parque de merendas da Comenda, Arrábida, pode fechar em 2021 e o parque de estacionamento junto à praia de Albarquel, em terra batida pode ter o mesmo destino.
A revelação foi feita pela presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, na reunião pública de 22 de Janeiro, assegurando que vai lutar contra o encerramento do equipamento como é intenção dos novos proprietários da herdade e que já foi transmitida ao município.
A edil sadina que reuniu recentemente com os novos donos da herdade do palácio, uma área de 600 hectares, reconhece que é “propriedade privada e não há situações de direitos de passagem”, tendo sido transmitida que o palácio é para residir.
“O parque de merendas está a muito a prazo, é uma situação que não aceitámos, vamos estar na defesa da utilização pública”, afirma a presidente, acrescentando que os proprietários só garantem a utilização somente este ano. “Não aceitámos, vamos ver como decorre a próxima época balnear”, lamentando que haja “muito gente a fazer ali acampamentos e fogueiras junto à casa”. “São os abusos que podem levar à decisão definitiva de não querem ali o parque de merendas”, adverte.
“Solicitámos a utilização dos trilhos da propriedade, até porque somos um dos municípios que iniciou a acção ‘Caminhos de Santiago’ e um deles passa por ali, mas os proprietários só garantiam se a Câmara Municipal de Setúbal pagasse os prejuízos causados pelas pessoas nesses caminhos, isso era um saco sem fundo”, salienta Maria das Dores Meira, revelando que vai fazer uma contraproposta”.
“O parque de estacionamento de Albarquel também é deles e ainda não temos resposta pedido que fizemos para gestão daquele espaço”, disse a edil sadina.
O município foi informado que estão a decorrer as obras de recuperação do imóvel sem alteração das fachadas. Para já os donos vão aumentar o muro junto ao palácio para garantir a segurança do imóvel.
De referir que o problema foi levantado pelo vereador Paulo Lopes, do PS, na reunião pública de 22 de Janeiro, manifestando preocupação pela situação. “Sendo uma propriedade privada teve durante décadas uma utilização pública”, afirma o vereador, apelando à intervenção da câmara.
Recorde-se que o município sadino investiu em 2019 uma verba de 130 mil euros na melhoria do espaço com novas mesas, bancos e assadores e ainda na renovação das casas de banho.
A família Xavier de Lima proprietária do espaço na última década não levantou problemas à utilização do equipamento mas os novos proprietários têm opinião diferente.
Talvez não seja estranho as situações de abuso que se verificaram nos últimos anos como o acampamento junto ao palácio, deixando um rasto de lixo e a ocupação das mesas de forma irregular, ou seja, deixavam objectos a marcar as mesmas, não permitindo a outras pessoas o seu uso.
