Movimento Pensar Setúbal: Nova OID para resolver problemas da região

O Movimento Pensar Setúbal (MPS), que reúne um conjunto de personalidades da sociedade setubalense, defende uma nova Operação Integrada de Desenvolvimento (OID) na região a exemplo do que aconteceu nos anos 90, que trouxe verbas no valor de mil milhões de euros. Esta posição foi transmitida numa conferência de imprensa realizada no passado dia 13 de Julho, a bordo do galeão “ Pego do Altar”, na Doca das Fontainhas.

“Todo o potencial que agora temos nesta região privilegiada pela natureza vejam-se os estuários do Tejo e do Sado, a Arrábida e o Litoral Atântico, tem que ser materializado numa rota de progresso e bem-estar, criando emprego, fixando as populações, estimulando a demografia e contribuindo significativamente para o crescimento e desenvolvimento do país”, afirmou o empresário Fidélio Guerreiro, antigo presidente da AERSET (Associação Empresarial da Região de Setúbal).

“Ao longo dos 5 anos que durou esta operação, conseguimos reduzir o desemprego de 20% para 10%” mas “infelizmente, o fim desta operação impediu que se consumasse uma mudança estruturada na economia da nossa região”, frisa Fidélio Guerreiro, sublinhado que “esta situação, foi agravada nos últimos anos com a inclusão da Península de Setúbal na Região de Lisboa (em termos de obtenção de fundos da União Europeia), porque esconde e mascara a queda da nossa economia, apresentando dados oficiais de rendimento per capita, alavancados pelos altos rendimentos de Lisboa, que impediram e impedem a nossa região dos investimentos necessários ao seu desenvolvimento”.

Para Fidélio Guerreiro, esta situação, “desigual e injusta, face ao resto do país, tem que ser rapidamente corrigida, travando um desemprego crescente ano após ano, face à média nacional – já temos quase 17% de taxa de desemprego contra 13% da média do país, levando as novas gerações para o estrangeiro, ou trabalhar para Lisboa e a Margem Norte do Tejo”.

Os signatários deste movimento defendem que as 180 mil pessoas que vão trabalhar para Lisboa possam encontrar aqui “um suporte para a sua vida profissional ou empresarial”, permitindo “muitos milhões de euros de aumento da riqueza da nossa região e, assim convergir real e substancialmente para os padrões de vida médios europeus, que podem proporcionar o bem-estar e a felicidade que queremos e merecemos”.

“A nossa proposta para atacar e resolver este gigantesco problema é criar uma nova OID”, adianta Fidélio Guereiro.

O Movimento Pensar Setúbal defende o projecto da criação de uma marina junto à doca do Clube Naval Setubalense, bem como complementarmente, prever um estaleiro para construção, reparação e manutenção de barcos de recreio de pequena, média e grande dimensão para o estuário do Sado. Este projecto apresentado pela autarquia sadina e o porto de Setúbal, é “determinante para apoiar no trajecto de barcos de recreio no Atlântico Norte de e para o Mediterrânio”. Só estes projectos garantem a criação de centenas de empregos “criará riqueza em toda a cidade, em particular, na baixa de Setúbal”, afirmam.

O MPS defende ainda um plano estratégico para recuperar as mais de mil casas abandonadas, através de parcerias com bancos e grandes investidores, instalando artesãos a viver no 1º andar e a trabalhar ao vivo no rés-do-chão. A instalação de uma incubadora de empresas com capacidade técnica, que dê apoio aos novos empresários

Torna-se igualmente fundamental a futura Marina e o Estaleiro de barcos de recreio, bem como o papel da Lisnave. A pesca e a aquacultura têm que evoluir, havendo necessidade de um grande envolvimento do Instituto Politécnico de Setúbal em cursos da especialidade e investigação. Também a formação profissional terá aqui um plano estratégico.

“Iremos igualmente apresentar um projecto, já em estudo e que fará recordar o papel dos portugueses no mundo, recordando esse passado, cujo conceito assenta num parque temático sobre os descobrimentos, tornando a Arrábida num dos maiores, senão o maior pólo de atracção turística de Portugal”, argumenta o MPS.