Situações de bullying reportadas à APAV cresce 181% entre 2020 e 2022

A APAV assinala o Dia Mundial de Combate ao Bullying, 20 de outubro, com a divulgação das Estatísticas APAV | Bullying 2020-2022. O bullying é uma realidade preocupante, para a qual importa sensibilizar. A APAV alia-se ao combate deste tipo de violência, alertando para o seu impacto nas vítimas, seus familiares e amigos. O distrito de Setúbal é o terceiro do país com mais casos.

Neste período de dois anos, o número de situações de bullying reportadas à APAV cresceu 181%. Mais de 50% das vítimas de bullying que foram apoiadas na APAV entre 2020 e 2022 tinha entre 11 e 17 anos de idade. Destaque também para 46 (20,3%) vítimas que tinham entre 6 e 10 anos de idade.

Os distritos de origem das vítimas com maior destaque são Lisboa (29,1%), Porto (16,3%), Setúbal (9,7%) e Braga (6,6%).

No distrito de Setúbal foram reportados à APAV, 4 casos em 2020, 6 em 2021 e 12 em 2022.

Entre 2020 e 2022, a APAV apoiou um total de 227 vítimas de situações de Bullying. Destas, 116 (51,1%) eram do sexo feminino e 105 (46,3%) do sexo masculino.

Destaque para os distritos de Lisboa (n=66; 29,1%), do Porto (n=37; 16,3%), de Setúbal (n=22; 9,7%) e de Braga (n=15,6,6%) como os mais representativos das vítimas desituações de Bullying que foram apoiadas
na APAV entre 2020 e 2022.

Em 70,9% dos casos, o autor da situação de bullying era não só da mesma escola mas também da mesma turma que a vítima. Predomina a violência verbal (37,8%), embora a violência física também seja de destacar (32,7%). Em 81,7% das situações, esta prática de bullying ocorreu no estabelecimento de ensino.

Entre 2020 e 2022, chegou ao conhecimento da APAV um total de 257 autores de situações de Bullying. A maior pate dos autores era do sexo masculino (n=77; 30%) enquanto 23,3% (n=60) dos autores era do sexo feminino. A faixa etária mais representativa dos autores de situações de bullying é entre 11 e 17 anos de idade (n=47; 18,3%). Destaque também para 19 (7,4%) autores que tinham até 10 anos de idade.

A maioria das crianças e jovens estabelece relacionamentos positivos com os seus colegas e amigos. Contudo, podem existir situações em que a violência tem lugar, provocando mal-estar, desconforto, medo, vergonha e insegurança na vítima.

A violência verbal (n=133; 37,8%) bem como a violência física (n=115; 32,7%) foram as dinâmicas de agressão mais representativas para as vítimas de Bullying que procuraram a APAV entre 2020 e 2022.

O estabelecimento de ensino foi o local mais representativo (n=196; 81,7%) para a prática de situações de Bullying que chegaram ao conhecimento da APAV entre 2020 e 2022. A escola foi informada da situação de violência em 164 (72,6%) das 226 situações de Bullying que chegaram ao conhecimento da APAV entre 2020 e 2022.

Para a maior parte das vítimas (n=148; 65,2%) não foi feita queixa e/ou nem apresentada denúncia junto das autoridades competentes Das 44 vítimas que apresentaram queixa ou para as quais foi feita denúncia da situação de violência, a maior parte (n=19; 43,2%) foi realizada na Guarda Nacional Republicana (GNR).

Se está a ser ou conhece quem esteja a ser vítima de bullying, contacte a Linha de Apoio à Vítima da APAV: 116 006 (chamada gratuita e confidencial, dias úteis das 8h às 22h).

GNR – Dia Mundial de Combate ao Bullying 

A Guarda Nacional Republicana, no âmbito da prevenção e do combate à violência, ofensas, ameaças e qualquer tipo de intimidação em contexto escolar, hoje, dia 20 de outubro, associa-se ao Dia Mundial de Combate ao bullying, pela relevância que representa na vida das crianças e jovens.

A Guarda pretende alertar e sensibilizar a população em geral e, em particular, as crianças e jovens, os quais serão as mulheres e homens de amanhã, para a relevância da temática com o objetivo de apelar a uma estratégia de consciencialização, que visa contribuir para a mudança de comportamentos da sociedade e para a progressiva intolerância social face à violência nas escolas. A violência ocorre fora da visão dos adultos e grande parte das vítimas esconde ou evita a denuncia da agressão sofrida, pelo que esta sensibilização é extensível aos pais, professores e funcionários pelos sinais de alerta que devem procurar denunciar e saber reconhecer, no contexto escolar e em ambiente familiar.

bullying é um conjunto de atos que servem para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e reiterados, praticados por uma ou mais pessoas no contexto de uma relação desigual de poder, causando dor e angústia na(s) vítima(s). Atualmente, e associado ao recurso às novas tecnologias, nomeadamente às redes sociais, o bullying tem assumido novos contornos, dando origem à vertente virtual do ciberbullying.

Por norma os sinais de alerta são silenciosos, aconselhando-se os pais, professores e todos os cuidadores a estarem atentos a sinais, tais como alterações de humor, abatimento físico e/ou psicológico, sinais de impaciência ou ansiedade, queixas físicas permanentes (dores de cabeça, de estômago, perturbações no sono, nódoas negras), irritabilidade extrema, ou qualquer outra mudança de comportamento.

Pese embora o bullying não se encontrar tipificado na legislação penal como crime, o mesmo está associado a vários crimes tais como crimes de ofensas à integridade física, injúrias, ameaça e coação, correspondendo os dois primeiros aos comportamentos mais frequentes.

A GNR desenvolve um esforço significativo naquilo que são as iniciativas relacionadas sobre a temática em concreto, nomeadamente em ações de sensibilização e campanhas, com temas associados à violência, à cidadania e não-discriminação, aos direitos humanos e direitos da Criança ou regras quanto à utilização da internet.

No âmbito das suas competências em matéria de prevenção criminal, a Guarda tem desenvolvido uma série de ações de sensibilização relacionadas com o bullying, num total de 1 285 no ano letivo de 2022/2023, tendo sido direcionadas para 52 652 (entre crianças, jovens e adultos), maioritariamente em contexto escolar (dados provisórios). No mesmo ano letivo, a Guarda registou 140 crimes, envolvendo Bullying e Cyberbullying.

Além destas ações, importa acrescentar que a GNR possui militares com formação especializada, que desempenham um papel essencial no acompanhamento personalizado às vítimas, encarregando-se de encaminhar as mesmas para outras instituições com competência neste âmbito.