A Assembleia da República aprovou, na passada sexta-feira dia 18 de Dezembro, duas resoluções a favor da construção hospital do Seixal. Todos os deputados votaram favoravelmente, à excepção do PSD e CDS-PP que se abstiveram.
Recorde-se que a petição pública, com 8 mil assinaturas pela construção do hospital no Seixal e por melhores cuidados de saúde no concelho, tinha sido discutida um dia antes neste mesmo órgão e que a maioria dos deputados, em particular os Grupos Parlamentares do PCP, BE, PEV e PS, frisaram a importância da construção deste equipamento e alertaram para as necessidades que a população dos concelhos do Seixal, Almada e Sesimbra sente todos os dias, provocadas pela falta de equipamentos de saúde no distrito de Setúbal. Estiveram presentes no parlamento os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal do Seixal, demais eleitos nos diversos órgãos do poder local no concelho e ainda cerca de 200 munícipes.
“Com esta votação de hoje ficou também assumido pelo partido que suporta o Governo que o processo de construção do hospital no concelho do Seixal será retomado o quanto antes, face à carência de meios na península de Setúbal” refere a autarquia seixalense, em comunicado, a regozijar-se por esta decisão.
De salientar que já está agendada uma reunião com o ministro da Saúde para o dia 29 de Dezembro, onde os presidentes das câmaras municipais do Seixal, Almada e Sesimbra apresentarão todo o processo desenvolvido até ao momento.
“A Câmara Municipal do Seixal considera que este foi um passo de extrema importância para o avanço da construção deste equipamento que irá permitir que as populações do Seixal, Almada e Sesimbra possam ter melhores condições de acesso aos serviços de saúde, situação que atualmente não se verifica”, frisa.
O executivo camarário, em reunião de câmara, realizada a 17 de Dezembro, defendeu “a necessidade urgente de construção de um hospital no concelho do Seixal, onde foi exigido o cumprimento do acordo estratégico de colaboração para o lançamento do novo hospital localizado no Seixal, em toda a sua extensão, em particular no que respeita ao perfil assistencial.
Os últimos dados oficiais conhecidos apontam para um défice de 1.302 camas hospitalares na península de Setúbal (49% abaixo da média nacional), e para um défice de 714 médicos hospitalares (47% abaixo da média nacional). O Hospital Garcia de Orta, desde que entrou em funcionamento, está subdimensionado para a população que abrange, tendo sido concebido para responder a cerca de 150 mil habitantes, embora seja o hospital de referência directa para cerca de 400 mil habitantes, para além de ser a unidade hospitalar de referência em muitas especialidades para todo o sul do país e ter ainda de dar resposta aos milhares de visitantes no período estival.
Diversos estudos identificaram carências na prestação de cuidados de saúde hospitalares às populações dos concelhos do Seixal, Almada e Sesimbra. Recorde-se que em 2007 foram encerrados os Serviços de Atendimento Permanente no Seixal e em Corroios, estando apenas a funcionar o de Amora, cujo período de funcionamento foi reduzido em 2011. Esta situação obriga à deslocação da população para o Hospital Garcia de Orta.
O Hospital no Seixal representa um investimento de 60 milhões de euros. Trata-se de um equipamento de proximidade, vocacionado para os cuidados em ambulatório, com serviço de urgência a funcionar 24 horas, 72 camas, 23 especialidades e unidades de apoio domiciliário e de medicina física e de reabilitação.
Já Bruno Vitorino, deputado e presidente da Distrital do PSD de Setúbal, acusou o PS de “não ter feito nada em relação à construção do novo Hospital do Seixal durante os seis anos em que foi governo, altura em que o país tinha todas as condições financeiras para o fazer”, afirmando que “não fez nada do que prometeu, mas assim que passou para a oposição, exigiu a construção imediata do mesmo”. “Em 2005 ganharam com a maioria absoluta. O hospital do Seixal já estava na agenda política. Em 2009 com objetivos apenas eleitoralistas assinaram um protocolo com a autarquia. Até 2011 continuaram no Governo e não fizeram mais nada”, sublinha.