Requalificação Forte de Albarquel arranca em Setembro: Investimento de 900 mil euros de fundação inglesa

A fundação “The Helen Hamlyn Trust” vai investir cerca de 900 mil euros na requalificação do Forte de Albarquel. As obras que deverão ter um prazo de execução de 4 a 5 meses arrancarão no próximo mês ou Outubro.

Florindo Cardoso

 

As obras de requalificação do Forte de Albarquel, na Arrábida, deverão começar em Setembro ou em Outubro e estarão finalizadas num prazo de 4 a 5 meses. A revelação foi feita pela presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, ao Jornal Setúbal Mais, após a aprovação, em reunião pública do executivo camarário, do memorando de entendimento a celebrar com a fundação “The Helen Hamlyn Trust”. Recorde-se que Helen Hamlyn é uma apaixonada por edificações militares e pela cidade de Setúbal.

Maria das Dores Meira disse ainda que a adjudicação da obra está para breve. “Vai ser uma espécie de adjudicação repartida, porque há uma parte da Câmara Municipal de Setúbal que tem responsabilidade financeira nessa obra, nomeadamente os arranjos exteriores, incluindo a estrada de acesso e os passeios das bermas, e o parque de estacionamento”, frisando que aquela instituição de beneficência com sede em Londres, compromete-se a financiar apenas a intervenção de recuperação e restauro do imóvel (interior e exterior) e a construção de um edifício para instalações sanitárias, até ao limite de 750 mil libras esterlinas, cerca de 900 mil euros, no âmbito da Lei do Mecenato e das Leis Inglesas e do País de Gales. “Isso sempre foi claro desde o início”, disse a edil, sublinhando que a fundação pretende que as duas obras estejam prontas ao mesmo tempo.

O memorando de entendimento destaca o “grande interesse público na recuperação e reabilitação do Forte de Albarquel”, uma vez que possibilita “a criação de um espaço de grande qualidade para a utilização cultural e social dirigido a todos os munícipes e cidadãos”. Por outro lado, o documento realça que a recuperação daquele património “permite alavancar a reabilitação de toda a zona envolvente [ao Forte de Albarquel], dando continuidade às políticas públicas de atração e aproximação dos cidadãos aos mar e às zonas ribeirinhas nos grandes centros urbanos”.

O Forte de Albarquel, a par de uma parcela de terreno com cerca de 7.800 metros quadrados, foi cedido pelo Estado português à Câmara Municipal de Setúbal, que lidera o projecto de reabilitação. O auto de cedência e de aceitação foi outorgado a 29 de Janeiro de 2015 e vigora por um período de 32 anos.

Uma das componentes do projecto, de índole museológica e expositiva, envolve a instalação de um núcleo museológico permanente e temporário, destinado à fruição cultural e histórica dirigida aos cidadãos em geral, mas sobretudo aos alunos dos diversos níveis de ensino.

Uma segunda valência, para actividades culturais, prevê manifestações culturais e artísticas de caráter mais restrito, incluindo concertos de música de câmara, recitais de poesia, apontamentos teatrais, apresentação de obras literárias e mostras de artes plásticas.

A terceira componente pretendida, vocacionada para recepção e acolhimento, visa capitalizar o enquadramento natural do Forte de Albarquel, utilizando o edifício como sala de visitas de Setúbal, para receber individualidades como corpos diplomáticos, delegações estrangeiras, investidores e empresas.

 

Junto ao Parque Urbano e Forte

Terreno em Albarquel recebe unidade hoteleira

 

O terreno para construção, junto ao forte de Albarquel, adquirido em Abril deste ano por cerca de 2 milhões de  euros, num leilão de imóveis do Estado, pela Libertas Investimentos Imobiliários, vai receber uma unidade hoteleira de luxo.

A empresa já entregou na Câmara Municipal de Setúbal o pré-projecto tendo em vista verificar junto dos serviços técnicos que o mesmo está e acordo com as normas estabelecidas para esta zona da cidade. Se estiver tudo bem, a empresa entregará o projecto definitivo para ser objecto de discussão e a votação pelo executivo camarário.

O Grupo Libertas, com 20 anos de existência, tem como núcleo accionista a família António Joaquim Gonçalves. As empresas do grupo estão vocacionadas para operações urbanísticas de dimensão, que envolvam a promoção imobiliária, construção e reabilitação de edificado em localizações privilegiadas, criando valor para o grupo e para as comunidades onde intervém.

Esta zona de Albarquel vai ficar completamente requalificada uma vez que vão avançar brevemente as obras no forte, um dos equipamentos do Ministério de Defesa que esteve votado ao abandono e vandalismo durante décadas, ao abrigo da lei do mecenato. A requalificação, orçada em cerca 900 mil euros, vai ser paga pela fundação da inglesa Helen Hamlyn. No espaço envolvente ao forte, será construído um passadiço destinado a ligar o Parque Urbano de Albarquel à praia, cuja obra será paga pela Fundação Buehler-Brockhaus, constituída por um casal alemão, radicado há vários anos, em Setúbal.