Região de Setúbal defende viabilização da solução Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete

A viabilização da solução Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete e a urgência em tomar decisões políticas nesta matéria foram defendidas numa sessão pública de esclarecimentos promovida pela AMRS – Associação de Municípios da Região de Setúbal, a 17 de janeiro, em Palmela.

No encontro “Opções Estratégicas Aeroportuárias para a Região de Lisboa”, realizado no Cineteatro São João, em Palmela, a Comissão Técnica Independente apresentou as conclusões do estudo que aponta a localização do Campo de Tiro de Alcochete como a melhor solução para instalar o novo aeroporto.

A Associação de Municípios da Região de Setúbal, cujo presidente do Conselho Diretivo, André Martins, que também preside ao município de Setúbal, esteve ausente da sessão por motivos de saúde, procurou sempre alavancar um desenvolvimento concertado na defesa das melhores soluções para a região, como afirmou Paulo Silva, presidente da Câmara Municipal do Seixal, em representação da AMRS, “sem abdicar de defender sempre o papel preponderante das autarquias nas decisões sobre tudo o que possa afetar os seus territórios e o bem-estar das suas populações e sem abdicar de garantir o parecer na construção das decisões finais e assim assegurar também as melhores soluções”.

No encontro foi sublinhado que “a viabilização desta solução contribuirá para resolver problemas do país e da Área Metropolitana de Lisboa” e “transformará a região” enquanto “polo da atividade produtiva e logística, ao assegurar a promoção da fixação de novas empresas e de investimento e o reforço do tecido produtivo existente”.

A viabilização do aeroporto nesta localização, vincou-se, permite avançar com a Travessia Chelas-Barreiro, “elemento crucial na estruturação das acessibilidades e do sistema de transportes, e garante a mobilidade de pessoas, a circulação de bens e a melhoria da qualidade na prestação de serviços na região”.

Foi acrescentado que “os níveis de saturação e as limitações das duas ligações entre as duas margens do Tejo existentes tornam esta travessia num investimento essencial e urgente”, o qual também representa a “oportunidade de implementar o projeto da ligação Lisboa-Madrid por TGV”, ligado ao novo aeroporto.

A solução Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete possibilita o reforço da capacidade portuária dos portos da região. “A sua interligação e complementaridade multiplicará o potencial deste investimento estruturante ao contribuir para a afirmação da região como importante polo logístico e industrial ao serviço do país.”

Foi igualmente destacado o impacte do novo aeroporto na “regeneração dos territórios outrora industrializados”, casos de Barreiro, Almada e Seixal, e a oportunidade que este investimento estratégico constituiu para a “resolução de problemas” em matéria de mobilidade de pessoas e bens na região.

No encontro foi igualmente defendido um “processo integrado, funcional e participado”, ao qual, futuramente, se juntará “a crescente pressão que advirá sobre o solo, tornando-se prioritário protegê-lo dos problemas associados à especulação financeira” para, desta forma, salvaguardar as dimensões ecológica e paisagística.

Contudo, a Associação reitera que o desafio mais exigente que se coloca à região de Setúbal continua a ser a “não concretização de investimentos estruturais, como o novo aeroporto, essenciais para efetivar o potencial regional” e garantir “o crescimento do tecido socioeconómico e a melhoria da qualidade de vida das populações”.

Para a coordenadora-geral da Comissão Técnica Independente, Maria do Rosário Partidário, que conduziu a
apresentação do estudo que se encontra em consulta pública até 26 de janeiro, o novo aeroporto é “uma âncora fundamental do ponto de vista do desenvolvimento do país”.

Na sessão desta tarde, esta especialista esclareceu dúvidas e deu a conhecer a metodologia de trabalho e as dimensões estratégicas – importância para o país, perspetiva de longa duração, interesse nacional, flexibilidade e sustentabilidade global – que levaram à avaliação das várias opções ponderadas para o novo aeroporto.

O presidente da Comissão de Acompanhamento dos Trabalhos da Comissão Técnica Independente, Carlos Mineiro Aires, enfatizou que este foi um processo complexo e participado que agora importa dar seguimento. “É tempo de decidir. A opinião técnica está feita após esgotadas todas as possibilidades de localização do novo aeroporto.”

Também o presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro, anfitrião da sessão de esclarecimentos, sublinhou que “é imprescindível tomar uma decisão que corresponde ao interesse nacional”, neste caso viabilizando uma solução que “está em sintonia com aquilo que vem sendo preconizado para o desenvolvimento da região”.

A sessão “Opções Estratégicas Aeroportuárias para a Região de Lisboa”, promovida esta tarde pela Associação de Municípios da Região de Setúbal, na qual marcou presença, entre outros, a vereadora do Urbanismo na Câmara de Setúbal, Rita Carvalho, contou com um amplo período de debate para reflexão e esclarecimentos.