
Há muito tempo que defendo uma verdadeira cidadania para os donos dos animais. Temos de desenvolver uma cultura de responsabilidade que em muitos casos não existe e depois levam a comportamentos dos animais menos correctos. É preciso viver em sociedade, quer seja num apartamento ou num espaço público.

Isto vem a propósito do ataque do cão de raça potencialmente perigosa num restaurante da praia de Galapos, na Arrábida. O animal, certamente dominador do seu território, atacou uma cliente que se deslocava ao local, apesar da proprietária garantir que o mesmo se encontrava encerrado. O facto é que independentemente do espaço estar encerrado ou não, o animal teria de estar com açaime como diz a lei. Mais uma vez quem pagou foi o cão.
Quem frequenta as praias já se deparou certamente com situações confrangedoras de ser quase atacado por cães no areal. O facto é que apesar de ser proibido levar animais para as praias e das placas com essa indicação expressa, os donos continuam a passear os seus cães, na sua maioria sem trela. “Não se preocupa, ele não faz mal!” – quantas vezes já não ouviu esta expressão. O animal que não conhece os seres estranhos tenta atacar, como é da sua natureza.
É claro que há excepções com pessoas extremamente civilizadas, cientes da sua responsabilidade, passeiam os seus cães pelos espaços públicos devidamente com trela e no caso de perigosos com açaime.
Quem tem um animal tem deveres. Não o tratar mal nem abandoná-lo. Fazer com que o seu cão viva em sociedade, em perfeita harmonia.
Já diz o ditado: quanto mais conheço o homem, mais gosto de animais! Bem, às vezes é mesmo assim.