“O relógio da torre da Lota” é a nova curta-metragem de Alberto Pereira

“O relógio da torre da Lota” é a nova curta-metragem do realizador setubalense Alberto Pereira. O realizador desenvolve mais este trabalho em parceria com Salvador Peres, autor do guião. A personagem do filme, Leandro, é interpretada pelo declamador João Completo.

A história desenvolve-se em Setúbal, à beira-rio, e tem início ao som da batida das dez horas da noite: O relógio da torre da Lota tinha batido as dez da noite. O Rio, empurrado para a nascente pela enchente imparável que subia do oceano, refulgia, com as luzes da cidade reflectidas nas suas águas tranquilas. O ar fresco e húmido trazia consigo os odores da Primavera que chegara na véspera.

O filme é uma produção Synapsis e terá legendagem, em língua inglesa, de Marta Peres.

Segundo Salvador Peres, “o narrador, Leandro (João Completo), revisita o seu mais marcante lugar de memória: O que ali acontecera, muitos anos atrás, escoara-se pelo funil do tempo e perdera-se para sempre. Restavam as memórias de Leandro. As duas almas que se uniram naquele local, acreditando estar a gerar algo de eterno e indestrutível, há muito que se haviam separado. E a comunicação entre elas, forte e vibrante, que no passado se processava como que por magia, cessara por completo”.

“No esplendor de uma noite primaveril, Leandro, tocado pela magia do Sado, com as luzes da cidade reflectidas nas suas águas, vai discorrendo as memórias: O relógio da torre da Lota marcava, agora, dez e trinta da noite. O Rio, impelido para montante, pela corrente infatigável do oceano, resplandecia. Leandro quedou-se ali, mirando o firmamento, sorvendo, num pasmado encantamento, o intenso aroma da maresia. E lá longe, muito longe, cintilava o Cruzeiro do Sul, testemunha eterna daquelas fugidias recordações”, adianta.

Alberto Pereira já realizou três filmes sobre a temática da Arrábida e dois dos seus poetas mais representativos, Sebastião da Gama e Frei Agostinho da Cruz, “Serra de Agostinho”, “Itinerário – o meu caminho até Sebastião da Gama” e “Dias de Silêncio”.