Ministros homenageiam chocalheiros em Alcáçovas: Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente

Os ministros da Cultura, João Soares, e da Agricultura, Luís Capoulas Santos, marcaram recentemente presença em Alcáçovas, na cerimónia de homenagem aos chocalheiros da vila, numa iniciativa promovida pelo Município de Viana do Alentejo e Junta de Freguesia local, durante a 16ª Mostra de Doçaria. Estiveram ainda presentes o presidente da Câmara, Bengalinha Pinto, a presidente da Junta de Freguesia de Alcáçovas, Sara Pajote, o deputado do PS, Norberto Patinho, o deputado do PCP, João Oliveira, o eurodeputado Carlos Zorrinho, os presidentes das Câmaras de Portel e Mourão, entre outros autarcas e representantes de várias entidades locais e regionais.

Na semana em que a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) inscreveu o fabrico dos chocalhos como Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente, João Soares disse tratar-se de “um momento histórico e de grande honra patriótica” que não seria possível sem o trabalho dos mestres chocalheiros. O ministro sublinhou ainda que esta candidatura não seria possível sem o empenho das entidades envolvidas no processo, a Câmara Municipal de Viana do Alentejo, a Junta de Freguesia de Alcáçovas, o antropólogo Paulo Lima e a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, elogiando o seu presidente, Ceia da Silva, que considera ser “um dos melhores presidentes de uma entidade regional de turismo em Portugal”.

João Soares referiu-se ainda ao momento histórico que o país atravessa, que depois de 40 anos de democracia, o governo tem o apoio de todas as forças de esquerda. “Trata-se de um momento histórico que está à medida desta decisão histórica da UNESCO”, explicou.

O ministro da agricultura acredita que a classificação da UNESCO “vai permitir que os sons únicos que ainda se ouvem no campo se vão perpetuar por muito tempo”. Como ministro da agricultura não esqueceu os criadores de gado e os pastores, porque sem eles não existiam chocalhos. E deixou uma mensagem “de esperança no futuro e a garantia de que a nossa agricultura que tem tantas potencialidades e que tem tantas dificuldades é uma prioridade para o governo”.

Já o presidente da Câmara Municipal de Viana do Alentejo garantiu que o “processo de preservação e revitalização desta tradição inicia agora uma nova fase, com maiores responsabilidades”. Bengalinha Pinto acredita que “os valores do património cultural constituem um fator decisivo para o progresso e para a afirmação dos locais, das regiões e do país além-fronteiras”. Às prioridades nacionais para a cultura, disse Bengalinha Pinto, “deverá juntar-se a salvaguarda do fabrico dos chocalhos”. O autarca acredita que a distinção da UNESCO irá contribuir para a promoção cultural e para o desenvolvimento económico do concelho.

O presidente da Câmara é de opinião que “os projectos de desenvolvimento têm maior sucesso se souberem integrar o património material e imaterial”. E tem sido este “o desafio que a Câmara tem abraçado no trabalho do seu dia-a-dia”, garantiu, dando a conhecer dois projetos que a Autarquia tem em mãos: a recuperação e revitalização do Paço dos Henriques e as comemorações dos 500 anos dos forais de Aguiar e Viana do Alentejo, que vão decorrer ao longo de 2016.

Foram homenageados com a medalha de salvaguarda das artes chocalheira e esquilaneira os mestres João Chibeles Penetra, Gregório Sim Sim, Joaquim Vidazinha Sim Sim, José Reis Maia, Francisca Alice Reis Maia, Rodrigo Sim Sim, Guilherme Reis Maia, Francisco Cardoso e ainda o antropólogo Paulo Lima, coordenador da candidatura e o presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo, Ceia da Silva.