Mergulho Motard Solidário a 1 de janeiro na praia da Figueirinha

Dezenas de pessoas desafiaram o frio e participaram a 1 de janeiro, primeiro dia de 2024, na quinta edição do Mergulho Motard Solidário, evento organizado na Praia da Figueirinha, na Arrábida, concelho de Setúbal, a favor da Associação Nacional de Cuidadores Informais – Panóplia de Heróis.


A iniciativa, organizada por João e Cristina Raposo com o apoio da Câmara Municipal, e na qual o presidente da autarquia, André Martins, marcou presença, teve como objetivos homenagear os cuidadores informais, sensibilizar a população para a sua realidade e angariar fundos para a associação.
Igualmente com o apoio do Moto Clube de Setúbal e das empresas Charroque da Profundurra, Palavras com Arte, MM Coast Parts e Gato Assiste, às quais este ano se juntou a Indian Motorcycle, o Mergulho Motard Solidário reuniu pessoas que cuidam ou cuidaram, de forma regular ou permanente, de familiares e outros cidadãos em situação de dependência.

“Quando em meados de Outubro de 2019 tive a ideia de criar o evento 1°Mergulho Motard Solidário, estava longe de imaginar o turbilhão de emoções agridoces que iria sentir. Sempre fui, e estranhamente para muitos continuo a ser, um optimista. Olho sempre para o lado bom e positivo da vida”, refere João Raposo, sublinhando que “devido à nossa experiência de vida, damos valor às coisas simples, às coisas que nos fazem, a nós e aos outros, sorrir. As coisas que realmente têm valor na vida, não custam nada, são completamente grátis” e oor tudo isso, “resolvemos ajudar a Associação Nacional de Cuidadores Informais – Panóplia Herois (ANCI-PH)”.

“Primeiro, porque nós dois, eu e a Cris fomos cuidadores informais durante onze anos e meio da nossa filha. Sabemos o que é ter uma vida estável e organizada, mas também sabemos o que é perder tudo e ter a vida de cabeça para baixo”, adianta João Raposo.

“Quando chegamos ao ponto de escolher, ou pagamos os impostos ao estado ou os tratamentos da nossa filha, a escolha para a grande maioria dos pais é óbvia. Mas o estado a quem nós poupámos mais de um milhão de euros em tratamentos e cuidados, não quer saber disso para nada e bloqueia-nos a vida”, acrescenta.

“Segundo, porque a grande maioria dos cuidadores informais, pessoas que têm de alterar toda a sua vida e muitas vezes deixarem de trabalhar para cuidar de alguém, perdem todos os direitos e é-lhes negada a dignidade a que todos nós temos direito. Deixamos de ser, enquanto Cuidadores, portugueses de primeira ou de segunda, simplesmente deixamos de existir”, justifica João Raposo.

“Terceiro, porque a ANCI-PH foi criada há pouco mais de cinco anos e sobrevive exclusivamente com trabalho voluntário e alguns donativos. Uma associação sem cor política ou de cariz religioso, existe pelas pessoas”, conclui.

Segundo o responsável “seria mesmo a ANCI-PH que queriamos divulgar e ajudar. Mas, faltava-nos a imagem que tinhamos idealizado para o evento. Por isso, falei com o nosso querido amigo Pedro Afonso Silva , que além de um artista de mão cheia é acima de tudo um grande ser humano, que de imediato se disponibilizou. E que fantástica imagem ele criou!!! A verdade é que me emocionei quando a vi pela primeira vez. Poderia muito bem ser eu e a minha filha. O sorriso era o dela”.

“Decidimos no segundo ano com a autorização do nosso amigo Pedro pedir a outro artista, o nosso amigo Nuno Draws para fazer algumas alterações ao desenho e embora a base seja sempre a mesma, todos os anos iremos fazer alguma alteração ou adicionar algo novo. Com a ajuda do nosso amigo Rui do Charroque da Prrofundurra criámos T-shirts, Sweat-shirts, Sacolas de pano e ímanes”, refere ainda.

“Este ano também se juntou a nós a Rita Caleiro e o Rui Costa das Palavras com Arte com um dos seus magníficos artigos, os porta-chaves. Obrigado pelo apoio e ajuda aos nossos queridos amigos Sandra Lino , Mário Lino , Carmen Emiliano e Hélder Loureiro”.

“Uma enorme gratidão ao chegar à Figueirinha com mais de 120 motas e estar tanta gente na praia, pelo tempo ter colaborado, pelo fantástico passeio que demos de mota pela serra, pela colaboração e envolvência de cada vez mais entidades no apoio a esta causa dos cuidadores que é de todos nós”.