Mariana Mortágua faz périplo entre Tróia e Melides para denunciar projetos imobiliários e exigir passe navegante na travessia do Sado

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, vai realizar uma iniciativa a 23 de setembro entre Tróia e Melides, onde para além de exigir a inclusão no passe Navegante da travessia fluvial Setúbal-Troia, visitará alguns locais ameaçados pela construção de grandes complexos turísticos, terminando com uma sessão pública em Melides.

A iniciativa “Travar o assalto: salvar Troia e todo o litoral alentejano” partirá de Setúbal pelas 9h45. Na viagem de catamarã, contará com a presença de Alice Brito, uma das promotoras da petição pública pela inclusão da travessia fluvial Setúbal-Troia no sistema tarifário da área Metropolitana de Lisboa – o passe Navegante – para pôr fim aos preços proibitivos da viagem. A petição conta com quase sete mil assinaturas e está perto de atingir as 7.500 necessárias para ser discutida no plenário da Assembleia da República. Pode ser assinada aqui

Em Troia, a partir das 10h30, Mariana Mortágua dará início ao périplo que visitará a Caldeira de Troia, para a qual está prevista a construção de um “eco” resort numa zona protegida pela Convenção RAMSAR, Reserva Natural do Estuário do Sado e com habitats da Rede Natura 2000. Em seguida, passará pela entrada das obras do projeto da herdeira da multinacional Inditex, situada entre o complexo SolTróia e a Reserva Botânica das Dunas de Troia, que foi alvo de uma providência cautelar interposta pela associação Dunas Livres.

O périplo prosseguirá na manhã de sábado pelas Terras da Comporta, onde se prepara mais um mega-projeto turístico com 245 lotes para moradias, três aldeamentos turísticos, dois hotéis e outros dois aparthotéis, além de um campo de golfe. Segue-se uma paragem por outro empreendimento, o Costa Terra Golf $ Ocean Club, que ocupa quatro quilómetros de frente de costa e 300 hectares, dos quais 32 conseguidos à custa da eliminação do Parque de Campismo da Galé. O complexo conta ainda com campos de golfe em plena duna e 300 moradias com preços a partir de quatro milhões de euros.
Após o almoço na Casa do Povo de Melides, o périplo termina com uma sessão pública as 14h30 no mesmo local. O primeiro painel intitula-se “A colonização por ultra-ricos, um modelo económico e ambiental” e será apresentado pelo físico e ativista pela justiça climática Luís Fazendeiro. O arquiteto e ambientalista Rui Passos intervirá sobre o exemplo da luta contra o PIN da Mata de Sesimbra e está prevista uma intervenção acerca da experiência algarvia da luta para defender a água do betão e do golf.

Em seguida, representantes de organizações ambientalistas locais irão falar dos impactos dos projetos PIN em Troia e Melides. A encerrar a sessão, intervirá a deputada bloquista eleita pelo distrito de Setúbal, Joana Mortágua.

De salientar que o Bloco de Esquerda vai entregar na Assembleia da República uma recomendação para o Governo incluir a travessia do rio do Sado, entre Setúbal e Tróia, no passe intermunicipal de Lisboa, desafiando, assim, o Governo PS a posicionar-se sobre o aumento dos preços do transporte fluvial daquela zona.

https://www.publico.pt/2023/09/13/politica/noticia/be-recomenda-incluir-travessia-setubal-troia-passe-intermunicipal-2063156?fbclid=IwAR0F3xdeGD4TwCeejc0WiOZSn7CA5gyft2Mn-J8wOlzeeacrlcjH0_6zFFI