Exposição “A Espiritualidade da Arrábida” no Museu de Arqueologia de Setúbal

A exposição “A Espiritualidade da Arrábida”, que foi inaugurada, a 9 de setembro, no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, está integrada nas comemorações os 470 anos da criação da Paróquia de S. Sebastião e pode ser visitada até 7 de outubro.

Para o presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, Nuno Costa, “nestes tempos em que estamos todos acelerados, em que os mais novos têm pouca propensão à reflexão, à análise, à contemplação, precisamos mesmo deste tipo de iniciativas, em que travamos um pouco e pensamos”, frisando que “estes pensadores ajudam-nos a fazer este caminho de reflexão”.

Nuno Costa lembrou que “a freguesia partilha a história com a paróquia” e afirmou que a iniciativa concorre para que haja “uma sociedade muito melhor”, razão pela qual agradeceu a todos quando a tornaram possível. “Sairemos daqui certamente mais ricos”, conclui.

Maria Helena Mattos lembrou que “a Arrábida foi o berço da humanidade na região de Setúbal” e que ali nasceu “o primeiro santuário, na Idade do Bronze”, na Lapa do Fumo. “A serra contribui para a nossa contemplação, para a reflexão sobre a vida, sobre o património, sobre o futuro, sobre o passado e, quando pensamos nessa perspetiva, verificamos que, finalmente, o lado mágico-religioso da serra se perde no tempo”, disse a responsável do Grupo de Amigos da Paróquia de S. Sebastião.

O padre Casimiro Henriques, da Paróquia de S. Sebastião, destacou a importância da cultura e que a serra suscita “a ousadia para ir mais longe”, manifestando a intenção de realizar “um trabalho conjunto com todas as forças vivas” da cidade. “Não podemos criar mais capelinhas. Antes pelo contrário, queremos que essas paredes sejam derrubadas porque, afinal de contas, somos sempre o mesmo povo”, frisou o pároco.

A exposição promovida pelos Amigos da Paróquia de S. Sebastião apresenta o trabalho de oito fotógrafos e dez pensadores que se inspirarem na temática “A Espiritualidade da Arrábida” e homenageia o fotógrafo setubalense Américo Ribeiro e dois poetas intimamente ligados à Serra da Arrábida, Sebastião da Gama, cujo centenário do nascimento é celebrado em 2024, e frei Agostinho da Cruz.

Alberto Vale Rêgo, Casimiro Henriques, Frei Herminio Araújo, Isabel Melo, João Reis Ribeiro, Joaquina Soares, José António Chocolate, Lourenço de Morais, Maria Helena Mattos e Salvador Peres são os pensadores envolvidos na iniciativa, enquanto os fotógrafos convidados são Alberto Pereira, Carlos de Medeiros, João Completo, João Moura, José Alex Gandum, José Canelas, Nazar Kruk e Rosa Nunes.

Alberto Pereira e Carlos Sargedas são responsáveis pela realização de curtas-metragens, no âmbito de uma exposição organizada pela Paróquia de S. Sebastião – Setúbal e pela Associação de Municípios da Região de Setúbal/Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (AMRS/MAEDS), tendo como curadores António Melo, Isabel Melo e Joaquina Soares.

Patente ao público de terça-feira a sábado das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30, a iniciativa conta com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal, da Junta de Freguesia de S. Sebastião, da Associação Cultural Sebastião da Gama, do Synapsis, do Arrábida Legend e das empresas Casa Ermelinda Freitas, Nuno de Mesquita Pires e Secil.