Entrevista com Paulo Rocha, actor

“Recordo todos os momentos que vivi em Setúbal com grande carinho”

 

Paulo Rocha é um actor setubalense que faz sucesso no Brasil nas novelas da Globo. É embaixador dos vinhos de Setúbal no país irmão e recentemente foi entronizado confrade da Confraria do Moscatel de Setúbal. Neste momento, está a gravar uma mini-série histórica com estreia marcada para 2019.

Florindo Cardoso

 

Setúbal Mais – Como foi esta honra de ser entronizado confrade da Confraria do Moscatel de Setúbal?

Paulo Rocha – Foi extraordinário. Já sou embaixador dos Vinhos de Setúbal no Brasil, a convite da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, uma parceria com três anos que me tem rendido muitas felicidades e conhecimento. Tem sido através desta ligação, que mesmo à distância, voltei a reaproximar-me da região de Setúbal. Vim de propósito do Brasil para ser entronizado confrade, sendo para mim um grande orgulho. Fico muito feliz porque é a minha região, onde nasci e vivi uma parte considerável da minha vida, a minha infância e adolescência. É uma honra fazer parte da confraria.

S.M. – No Brasil, faz questão de participar nos eventos de promoção dos vinhos de Setúbal…

P.R. – Sim. Dá-me prazer e um enorme orgulho de ter sido escolhido para ser o embaixador, representar a região e mostrar um bocadinho mais ao povo brasileiro, na medida do meu alcance, a qualidade dos vinhos de Setúbal.

S.M. – O Paulo está com bigode, a que se deve isso?

P.R. – Este bigode deve-se a uma mini-série histórica, da década de 60, que estou a gravar no Brasil para a Globo, baseada num livro que ganhou em 2010 o prémio literário Jabuti, o mais importante daquele país, do jornalista Edny Silvestre, com adaptação de Ricardinho Linhares. Vai ser o primeiro trabalho que o Carlos Manga Júnior vai fazer na rede Globo. O pai dele (Carlos Manga, falecido no dia 17 de Setembro de 2015, aos 87 anos) foi o maior realizador da história da Globo e ele está a seguir os seus passos. É uma personagem desafiador, um vilão. Comecei a gravar a 27 de Novembro e decorrerá até Março e será emitida em 2019. São 10 capítulos e será uma produção muito importante.

S.M. – Foi um percursor da ida de actores brasileiros para o Brasil. Sente-se responsável por abrir portas?

P.R. – Não gosto de pensar que me sinto responsável. O mérito é deles. Foram para lá pelo valor que têm e o trabalho desenvolvido em Portugal. Já tivemos na década de 60 a ida de actores portugueses para o Brasil como o António Correia. Depois foi o Ricardo Pereira e a seguir eu. O José Fidalgo também está a fazer uma novela. O sucesso do nosso trabalho depende muito de uma série de factores, como o processo de produção onde estamos envolvidos, a personagem e não se consegue dominar por mais que experiência que temos.

S.M. – Quais as melhores recordações que têm de Setúbal?

P.R. – É muito difícil nomear. A minha existência em Setúbal foi muito feliz. Recordo todos os momentos que vivi em Setúbal com grande carinho. É uma cidade muito querida ao meu coração. A cidade está com uma dinâmica interessante e isso deixa-me feliz. Setúbal está com mais condições e qualidade de vida.