Cultura

“Crónica de uma amizade fixe”

Livro de Vítor Ramalho lembra amizade com Mário Soares

Vítor Ramalho, secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa – UCCLA, apresentou no dia 5 de Dezembro, na sede daquela organização, o seu livro “Crónica de uma amizade fixe”. Um evento que contou com o Padre Vítor Melícias e a secretária-geral do Partido Socialista, Ana Catarina Mendes.

Uma obra que, nas palavras de Vítor Ramalho, “é o resultado de um impulso irreprimível que testemunha o que era o homem invulgar que foi Mário Soares e com quem tive o privilégio de privar e ser amigo.” Uma homenagem a uma amizade com mais de 30 anos, diz, mas também “um ato pedagógico, sobretudo dirigido aos mais jovens, para que valorizem e defendam uma das artes mais nobres e complexas do ser humano, a política com P grande. Isso é muito importante neste mundo hoje tão incerto e hedonista. Por isso, sem falsa modéstia, entendo que é um livro diferente.”

Com chancela da editora Temas e Debates, o livro promove uma viagem entre o convite inicial do então primeiro-ministro a Vítor Ramalho para o exercício de funções governativas, até à comoção sentida na despedida derradeira de Mário Soares.

Livro lançado por Vitor Ramalho

A evocação da amizade de Vítor Ramalho e Mário Soares, na narrativa de uma ligação de décadas, repleta de episódios marcantes e que cimentou toda uma relação pessoal e política.

Desde o convite inicial a Vítor Ramalho para o exercício de funções governativas, apresentado pelo então primeiro- ministro Mário Soares como sendo uma proposta sem possibilidade de recusa, até à comoção sentida na despedida derradeira – quando o cortejo fúnebre do ex-Presidente passou em frente da sede do PS, em Lisboa –, o relato de uma sólida amizade que se estreitou, independentemente dos triunfos ou desaires políticos vividos por cada um deles, ao longo da nossa História recente.

Alargada também à convivência familiar – com Maria de Jesus Barroso a desempenhar desde sempre um papel influente e pacificador –, eis uma amizade solidária que percorre grandes momentos e outros menos felizes do País, recordada a partir de um olhar que constitui, antes de mais, um testemunho sobre o entendimento cúmplice que uniu Mário Soares e Vítor Ramalho em situações, confrontos ou alianças com protagonistas da vida partidária e política bem conhecidos, sem esquecer igualmente o contributo prestado por ambos para realizações e iniciativas que ficaram a assinalar intervenções cívicas de relevância inegável.

Vítor Ramalho é natural da Caála, situada no planalto central do Huambo, Angola, onde nasceu em 1948. Tendo vindo para Lisboa aos 18 anos para estudar Direito, licenciou-se em 1970 na Faculdade de Direito de Lisboa. Advogado, privilegiou o Direito do Trabalho e o Social o que o conduziu a ser membro de um governo de Mário Soares, o IX Governo Constitucional, o chamado Bloco Central.

As relações entre ambos estreitaram-se de forma íntima a partir de então até à morte de Mário Soares. É dessa amizade, extensiva a Maria de Jesus Barroso, que nos fala este livro, a partir de factos reais, vividos com o casal e assinalado com inevitáveis percursos políticos que os marcaram de forma fraternamente solidária.

Vítor Ramalho foi, em função da relação com Mário Soares, seu consultor na Presidência da República durante os dois mandatos e desempenhou, entre outras funções, a de secretário de Estado do Trabalho e de secretário de Estado adjunto do Ministro da Economia nos governos de Mário Soares e António Guterres, respectivamente, para além de ter sido deputado durante 12 anos consecutivos, presidindo à Comissão de Trabalho, à Associação de Amizade Portugal-Angola, ao Fórum dos Parlamentos de Língua Portuguesa da CPLP e à Fundação Inatel.

Nos anos 90 do século passado foi um dos cinco coorganizadores em Lisboa do I Congresso dos Quadros Angolanos no Exterior, que juntou então na FIL de Lisboa representantes ao mais alto nível de todos os partidos e religiões ecuménicas de Angola, participando nele mais de dois mil angolanos e luso-angolanos e que enquadrou o pano de fundo que trouxe o processo de paz de Angola para Portugal em Bicesse.

As relações com os Países de Língua Oficial Portuguesa e a amizade com muitos responsáveis destes conduziram-no naturalmente a exercer agora as funções de secretário-geral da UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa.

Vítor Ramalho tem uma vasta obra publicada sobre questões de Direito e História.

 

 

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