O Cine Clube do Barreiro reabre com sessões já no dia 23 de Abril com uma sala mais cinematográfica e já conta com programação para Maio e Junho.
O recinto, que acolhe o cineclube há mais de cinco décadas, sofreu uma intervenção de requalificação na sala de projeção, fruto do apoio da Câmara Municipal do Barreiro e de fundos do cineclube, que permitiram melhorar o espaço, que está inserido num edificado que é património histórico do Barreiro Velho. Mário Ventura, membro da direção do cineclube, afirma que esta é apenas uma parte de um conjunto de melhorias que a direção propõe executar.
“Decidimos começar pela sala de projeção, mas pretendemos melhorar outras zonas do recinto. Estamos abertos ao público, por isso há questões que devemos e temos de cumprir, que vão desde a segurança, a qualidade e o conforto, que pretendemos proporcionar a todos os que gostam verdadeiramente de cinema e procuram uma programação disruptiva no Barreiro” refere Mário Ventura.
E acrescenta “enquanto promotores da arte cinematográfica, queremos oferecer as melhores condições que estão ao nosso alcance, para que o público – cineclubistas, cinéfilos, artistas, estudantes e espectadores em geral – possam tirar o máximo partido dos filmes, não só narrativamente, mas também sensorialmente. Por isso, também devemos garantir uma sala com condições cromáticas, luminosas e sonoras que permita ver adequadamente um filme. Ainda que existam algumas questões a melhorar, a sala já proporciona condições muito diferentes de antes e está-se a tornar num verdadeiro recinto de exibição. O espaço onde se exibem os filmes, se ambiciona ser um lugar de culto cinematográfico, deve ser encarado como uma galeria de arte, ou seja, deve ser pensado para exibir obras arte. O ato de ver um filme é um momento único, que nos transporta para outro lugar, outro tempo e outra realidade. Se o ambiente de exibição não proporciona essas condições, compromete-se a perceção que as pessoas vão ter do filme e, sem querermos, destruímos aquilo que era uma obra de arte. Nós, enquanto cineclube, temos a ambição de o fazer da melhor maneira possível, porque gostamos muito do que fazemos. É uma forma de dignificar o cinema e quem procura usufruir dessa arte”.
Quanto à programação, nos dias 23 e 24 de Abril irá estrear no cineclube o videodança “Cartografia em três movimentos” de Inês Alexandra Costa e Mário J. Negrão, artistas locais, que através dos vestígios da cidade e da expressão corporal apresentam-nos três tempos diferentes que marcaram o Barreiro. A exibição será seguida por uma tertúlia com a equipa do filme.
No dia 1 de Maio, alusivo ao Dia da Mãe, é exibido o filme “Ema” de Pablo Larraín, retrato de uma jovem dançarina que tenta recuperar o filho adotivo depois de o ter devolvido para a adoção, por pressão daqueles que a rodeavam. Um filme estimulante sonora e visualmente, com muito movimento, sobre uma jovem disposta a enfrentar tudo e todos, para alcançar o que pretende, sem tabus.
No dia 15 de Maio, será exibido o “Compartimento nº 6” de Juho Kuosmanen, filme vencedor do Grand Prix na última edição do Festival de Cannes e nomeado para representar a Finlândia nos OSCARS 2022. É um filme sobre a conexão humana entre uma jovem estudante finlandesa e um complicado e vulgar homem russo, que viajam no mesmo compartimento de um comboio, que parte de Moscovo até ao porto de Murmansk, no Círculo Polar Ártico.
Os bilhetes estão à venda em https://cineclubebarreiro.bol.pt/
