Carlos Albino, presidente da Câmara Municipal da Moita: “Esperamos que o novo quartel da GNR da Moita avance ainda este ano”

O presidente da Câmara Municipal da Moita, o socialista Carlos Albino, foi eleito há um ano, acabando com o poder comunista que existia há quatro décadas. Na Tarde do Fogareiro, o edil, fez um balanço positivo deste primeiro ano de mandato. Está confiante na conclusão do novo Centro de Saúde da Baixa da Banheira, cuja obra esteve parada devido a problemas com o empreiteiro, promete novidades para breve sobre o novo quartel da GNR da Moita, avança que vai executar projetos ao abrigo de uma candidatura aprovada de 5,5 milhões para famílias desfavorecidas do concelho e a Estratégia Local de Habitação.

Florindo Cardoso

Setúbal Mais – Qual o balanço que faz da Tarde do Fogareiro das Festas da Moita?
Carlos Albino
– A Tarde do Fogareiro já é um ícone tanto para a Moita como para a região. É um momento muito aguardado por toda a população. Para nós, é uma alegria, estar junto destas pessoas que aproveitam este espaço público para convívio. É uma grande satisfação ver estas ruas cheias de pessoas. A Tarde do Fogareiro iniciou-se com uma brincadeira entre vizinhos e amigos, vindo para a rua, ganhando esta proporção enorme.

Setúbal Mais – Em relação ao novo Centro de Saúde da Baixa Banheira, o município assumiu a gestão da obra porque estava parada. Pensa que é agora que a empreitada termina?
Carlos Albino –
A conclusão do novo Centro de Saúde da Baixa da Banheira é uma prioridade e um grande desafio para o município. O anterior executivo deixou chegar o problema até esta situação. Quando o PS tomou posse na Câmara Municipal da Moita, já sabia há muito tempo que o empreiteiro não tinha condições para continuar com a obra. Na passagem de pasta (do executivo da CDU para o PS), isso não foi dito claramente. Ainda tentámos, mas rapidamente percebemos que não era possível. Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para terminar a obra. Já lançámos o concurso para os vãos envidraçados, que é aquilo que podemos fazer de imediato, sendo que o resto é também para avançar. Queremos reunir com o Ministério da saúde porque os custos associados a esta situação são injustos para o município. A Câmara Municipal da Moita assumiu as obras de arranjos exteriores, a fiscalização da obra e deu o terreno para o centro de saúde, mas estes problemas adicionais têm de ser acompanhados pelo governo, mantendo nós toda a disponibilidade para colaborar.

Setúbal Mais – Já foi pedida audiência ao Ministério da Saúde?
Carlos Albino
– Sim. Foi pedido à ministra da saúde anterior que manifestou estar indisponível. Agora, com a mudança do titular da pasta, vamos tratar de enviar novamente os ofícios, reforçando e insistir para uma reunião, com urgência.


Setúbal Mais – Quando gostaria que a obra ficasse concluída?
Carlos Albino
– Os mais rapidamente possível, mas não depende de nós. Vamos precisar do visto do Tribunal de Contas, que demora pelo menos de seis meses. A execução da obra deve ter um prazo de execução nunca inferior a sete meses. Queremos acelerar o processo, mas é preciso ter em conta estes fatos.


Setúbal Mais – Respeitante ao novo quartel da GNR da Noite, um problema que se arrasta há muitos anos, qual o ponto da situação?
Carlos Albino –
Este processo estava pendente. Acreditamos que o projeto já estará em condições de ser lançado a concurso. Estamos à espera e contamos dar boas notícias para breve, mas isso, é algo que não depende de nós, mas do governo. Estamos em articulação permanente com o governo e esperamos que avance ainda este ano. É a nossa expetativa, vamos aguardar com serenidade. É um equipamento essencial para a GNR e para continuar a acrescentar valor à população da Moita porque tendo forças de segurança com bons equipamentos terão melhores condições para desenvolver a sua capacidade de resposta. As populações sentem-se mais seguras bem como aqueles que nos visitam.


Setúbal Mais – Em relação à habitação, o município acabou de assinar o acordo com o governo. Isso é suficiente?
Carlos Albino –
O concelho da Moita tem carências enormes a nível de habitação. Verificou-se que a Moita, ao contrário de outros municípios como Almada, tardiamente desenvolveu a Estratégia Local de Habitação, o que não permitiu dar acesso ao programa 1.º Direito. Arrancámos com atraso. O executivo anterior dizia que estava tudo bem, apesar do PS alertar quer na campanha eleitoral e debates, que o programa estava atrasado. O número de fogos do estudo que existia era por um número de famílias muito inferior. Nós, correndo o risco de atrasar o programa ainda mais, não quisemos fechar da forma como estava e investimos todos os recursos disponíveis para assinalar mais famílias que careciam de apoio, até um número que não colocaria em perigo o nosso objetivo de garantir o financiamento a 100 por cento das construções. Agora, já com a Estratégia Local de Habitação aprovada, vamos realizar a revisão, com a garantia de que está aprovada. Conseguimos crescer, de menos de 100 fogos de construção nova para 167, entre construção e aquisição, o que é muito bom porque quase duplicámos as necessidades e obter o financiamento e fechar o processo.

Setúbal Mais – Foi eleito presidente do município da Moita quase há um ano. Qual o balanço que faz?
Carlos Albino –
O desafio foi enorme. Encontrei uma casa onde faltava muita coisa, como recursos humanos. Após a pandemia de covid-19, com os serviços todos a trabalhar, verificou-se que faltava pessoal. Contratámos mais de 30 pessoas, através de diversos programas, e empresas externas para dar apoio às necessidades das populações. Verificámos também a falta de equipamentos. Não se percebe o desinvestimento do anterior executivo nesta área. Estamos a comprar equipamentos para dar resposta. Os trabalhadores estão motivados, mas não tinham as ferramentas adequadas para desenvolver o seu trabalho. O meu executivo está nos sítios, falo com os trabalhadores, e sei dos problemas. Uma das coisas que nos confrontámos com a falta de projetos na câmara municipal foi relativamente ao apoio de financiamento comunitário 5,5 milhões de euros para famílias desfavorecidas do concelho, na qual a parte material é de 3,6 milhões de euros, o que não permite executar de imediato esta verba. Quando cheguei à câmara municipal, abri a gaveta, e para além de não ter o dinheiro também não havia projetos. Isso obrigou à otimização dos recursos do um município, para conseguir as verbas e lançar os projetos. Avançámos com os projetos de construção do Pavilhão da Escola Secundária da Baixa da Banheira e do Parque da Caldeira, não esperámos, e agora com a aprovação dessa candidatura, podemos executar esses projetos. Além dos projetos desta dimensão, avançámos de imediato com a requalificação da rede viária em parceria com as juntas de freguesia. Fizemos ainda um conjunto de pequenas e médias obras que há muitos anos eram desejadas por todos, que não estavam planeadas nem programadas e conseguimos meter em prática. Os grandes projetos exigem de nós um grande esforço e dedicação em todas as áreas.