Autarcas e empresários da região satisfeitos com novo aeroporto em Alcochete

A Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) congratula-se com o anúncio do Governo sobre a localização do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, bem como a ligação por TGV de Lisboa a Madrid e a terceira travessia do Tejo Barreiro-Lisboa e já solicitou uma reunião ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, para apresentar “um conjunto de preocupações e soluções para a região e onde abordará também a forma de envolvimento dos municípios na conceção destas infraestruturas e sua consolidação no território”.

“A AMRS e os seus municípios associados, vinham, desde 2008, a colocar a necessidade de se avançar com o novo aeroporto, com a terceira travessia do Tejo e com o TGV nas localizações agora anunciadas. Aliás, elas constam no Plano Estratégico de Desenvolvimento da Península de Setúbal (PEDEPES) e, ao longo dos últimos 16 anos, foram desenvolvidas múltiplas iniciativas evidenciando a sua pertinência para o interesse nacional e para o desenvolvimento da região”, refere a associação em comunicado.

Para a AMRS, “estas infraestruturas são essenciais para o país e terão um enorme impacto na região, sendo que para a sua implementação é imprescindível o envolvimento dos municípios”.

O presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, que é também presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal, manifesta-se satisfeito com a decisão do governo de avançar com a construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete.

André Martins afirma que “finalmente” foi tomada uma decisão, acrescentando que “depois de mais de trinta anos em que a maioria dos autarcas da região de Setúbal, primeiro reunidos na Associação de Municípios do Distrito de Setúbal e agora na Associação de Municípios da Região de Setúbal, defenderam, com estudos sólidos promovidos por esta associação, a opção de construir o novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, comprova-se agora que defendemos desde muito cedo as opções mais corretas do ponto de vista ambiental e do desenvolvimento regional e do país”.

Para o autarca, foi tomada uma decisão que “é fundamental para toda a Área Metropolitana de Lisboa (AML), mas em particular para a península de Setúbal, porque é uma possibilidade de investimento público que promove o desenvolvimento e constitui um incentivo extremamente importante para o desenvolvimento da região”.

André Martins defende ainda “a necessidade de construção de uma terceira travessia do Tejo, uma plataforma logística, ligações aos portos de Setúbal, Lisboa e Sines, e de ligação a Espanha”.

O presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Fernando Pinto, considera que as consequências são positivas para “a terra e a gente”. O autarca destacou como positivo para a zona, a necessidade que um novo aeroporto vai acarretar de melhoria das acessibilidades, quer através de uma nova travessia sobre o Tejo com ferrovia, quer pela extensão do metro de superfície. Outro dos aspetos positivos, segundo o edil, é a criação de emprego direto e indireto.

Fernando Pinto lembra que sempre defendeu o cumprimento da carta ambiental e a questão da segurança de pessoas e bens. “Julgo que estão garantidas as questões de segurança de pessoas e bens e, quanto às questões ambientais, o Estudo de impacto Ambiental que existia não eliminava o campo de tiro como solução”, disse.

Para o presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva, Alcochete é “sem dúvida a solução que mais salvaguarda as populações, incluindo os munícipes do Seixal, sendo também a melhor em termos económicos e ambientais”. “Se não fosse a Câmara Municipal do Seixal teria avançado a opção Montijo, a qual foi considerada, tal como era afirmado pelo Seixal, como a pior opção. Chegámos a estar sozinhos na luta pela construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, mas valeu a pena termos lutado, pois a decisão do Governo veio agora dar-nos razão”, conclui o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva. Recorde-se que o município do Seixal foi o único da península de Setúbal a bloquear a opção do Montijo, uma vez que nessa altura o parecer era vinculativo.

Nuno Maia, diretor-geral da AISET:

É uma decisão muito favorável para a península de Setúbal”

Nuno Maia, diretor-geral da AISET (Associação da Indústria da Península de Setúbal), salienta que é “uma decisão muito favorável para a península de Setúbal como um todo, correspondendo às conclusões do relatório da Comissão Técnica Independente, que apontavam o Campo de Tiro de Alcochete como a solução mais favorável”.

“Além dessa ponderada decisão, a região recebe mais duas boas noticias, relacionadas com a localização do aeroporto, as decisões relativas aos estudos da terceira travessia do Tejo e a ligação em alta velocidade a Madrid”, destaca Nuno Maia, adiantando que “no conjunto, estas três infraestruturas relevantes representam um significativo incremento das valências deste território e aumentam a sua competitividade para atrair investimento”.

“Para a atividade industrial, o aeroporto não é a mais premente das prioridades, mas para o conjunto da península de Setúbal representa uma grande oportunidade de criação de emprego, riqueza e mais coesão social, que deve ser aproveitado por todos os agentes”, considera ainda o responsável.

Nuno Maia acrescenta que “importa dizer ainda que qualquer infraestrutura desta magnitude e natureza tem impacto ambiental, tal como tem impacto económico e social, mas todas as análises apontam para ser esta a solução com menor impacto ambiental e melhores impactos económicos e sociais pelo que se torna evidente ser a opção mais acertada, apesar de vozes ambientalistas radicais virem agitar fantasmas que a luz da ciência facilmente desmascarará”.

“Agora a indústria e a engenharia nacionais têm acrescidos desafios na conceção e construção destas importantes infraestruturas que trarão um melhor futuro às populações da península de Setúbal e a Portugal”, conclui o diretor-geral da AISET.

A Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL) congratula-se com “a decisão célere do governo que confirma a escolha de Alcochete para a localização do aeroporto internacional de Lisboa, bem como o avanço das obras de expansão do aeroporto Humberto Delgado”.

“Foi com grande agrado que recebemos a notícia de uma decisão final sobre a localização do novo aeroporto. Mais do que o local escolhido, a ERT-RL sempre ressalvou a importância da celeridade neste processo para o desenvolvimento do país e do setor do Turismo em particular. O facto de o novo aeroporto internacional de Lisboa localizar-se num município da Região de Lisboa também nos deixou muito satisfeitos, afirma Carla Salsinha, presidente da ERT-TL.

Também a Comissão Política Distrital de Setúbal do PSD, “congratula-se, aplaude e manifesta publicamente a sua concordância com as decisões do governo” da decisão de construção do Aeroporto Luís Vaz de Camões, da terceira travessia do Tejo Barreiro-Chelas e da ligação em Alta Velocidade Lisboa-Madrid, depois “de anos e anos de estudos, de promessas e PowerPoint, de avanços e recuos e de indecisões e indefinições a que os governos socialistas nos habituaram no que concerne às obras estruturais para o distrito de setúbal, nunca ultrapassando a fase de estudos e por vezes da apresentação”.

Recorde-se que o primeiro-ministro anunciou, a 14 de maio, que o governo aprovou a construção do novo aeroporto da região de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, com a denominação Aeroporto Luís de Camões, com vista à substituição integral do Aeroporto Humberto Delgado.

O Campo de Tiro da Força Aérea, também conhecido como Campo de Tiro de Alcochete (pela proximidade deste núcleo urbano), fica localizado na freguesia de Samora Correia, no concelho de Benavente (distrito de Santarém), e na freguesia de Canha, já no município do Montijo, no distrito de Setúbal.

O executivo decidiu ainda mandatar a Infraestruturas de Portugal para concluir os estudos para a construção da Terceira Travessia do Tejo e da ligação ferroviária de alta velocidade Lisboa-Madrid.

A Comissão Técnica Independente designada para avaliar as opções da nova infraestrutura publicou no dia 11 de março o relatório final da Avaliação Ambiental Estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de uma solução única em Alcochete ou Vendas Novas, mas apontou que Humberto Delgado + Santarém poderia “ser uma solução” transitória.