Associação Setúbal Voz atua na Assembleia da República

A “Tetralogia Operática sobre Quatro Constituições Portuguesas”, da Associação Setúbal Voz, foi apresentada, a 19 de outubro, na Assembleia da República.

O projeto conta com financiamento da Direção-Geral das Artes, das autarquias de Setúbal, Palmela e Guimarães e tem o Alto-Patrocínio do Presidente da República e do Presidente da Assembleia da República.

O presidente da Câmara Municipal de Setúbal assistiu à apresentaçã projeto que considera ser uma reflexão sobre a própria democracia.

“A Câmara Municipal de Setúbal acompanha e apoia significativamente a Associação Setúbal Voz e este objetivo de promover e desenvolver o canto lírico em Setúbal” salientou André Martins na conferência-espetáculo realizada na Sala do Senado.

André Martins saudou a Assembleia da República “pelo reconhecimento concedido a este projeto”, o qual se traduz num “importante contributo para as comemorações do quinquagésimo aniversário da revolução de 25 de Abril de 1974”.

Na intervenção, o autarca reiterou o pedido aos deputados e aos grupos parlamentares para que “sejam mais exigentes e ambiciosos na afetação de recursos do Estado para a cultura, designadamente para o apoio às estruturas de criação artística e para a descentralização cultural”.

Além de “1911, A Conspiração da Igualdade”, com música de António Victorino d’Almeida, a estrear-se em dezembro no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, a tetralogia operática integra “1822 – Mautempo em Portugal”, já apresentada em julho, e “1976 – A Evolução dos Cravos” e “2030 – A Nova Ordem”, que chegam em 2024.

O projeto, sublinhou o presidente André Martins, “tem por referencial o alicerce programático da República Portuguesa, que consagra os princípios da democracia que a partir dela se constrói, assim como os direitos, as liberdades e as garantias dos cidadãos que estruturam o Estado e os seus distintos poderes e estabelecem as aspirações do país”.

Da criação artística que emerge de três atos constitucionais históricos à ficção prospetiva e distópica de um quarto texto constitucional, a tetralogia operática é um convite à reflexão sobre o estado da arte da democracia portuguesa e sobre os compromissos constitucionais e a sua expressão na vida coletiva.

“É, igualmente, um apelo à reflexão sobre os indesejáveis caminhos que se podem projetar no sentimento popular quando a prática governativa não responde às necessidades fundamentais do povo”, vincou o autarca.

A tetralogia da Associação Setúbal Voz tem “impactes nas dimensões social, cultural e económica, como atestam a convocação de múltiplas disciplinas artísticas, desde a conceção do projeto, a participação e a valorização de diversos criadores e intérpretes, profissionais e amadores, e o envolvimento de distintas estruturas de cultura”.

André Martins, ao evidenciar a importância da associação para a valorização artística e para a perpetuação da tradição operática setubalense, de que Luísa Todi é o nome maior, disse que o projeto “enquadra-se, oportunamente, na programação das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, data central da nossa história contemporânea”.

A Câmara Municipal de Setúbal, parceira em diversas atividades culturais dinamizadas regularmente pela Associação Setúbal Voz, estabeleceu, entre outras, uma colaboração protocolada para organizar, em janeiro, a primeira edição do Festival Luísa Todi de Canto Lírico.

A conferência-espetáculo de ontem contou, entre outros, com a participação de vários deputados de diversos grupos parlamentares e do deputado Pedro Delgado Alves, coordenador do Grupo de Trabalho para os Assuntos Culturais na Assembleia da República, que destacou a qualidade do projeto cultural vindo de Setúbal.

A Associação Setúbal Voz é um projeto artístico com base no canto lírico e na música e artes contemporâneas, com produções originais galvanizadas por cantores profissionais e amadores, distribuídos pela Companhia de Ópera de Setúbal, pelo Ateliê de Ópera de Setúbal e pelo Coro Setúbal Voz.