Antiga presidente Maria Dores Meira contra local de instalação do memorial de homenagem a Zeca Afonso junto à praia da Saúde

A ex-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, manifesta-se contra o local de instalação do memorial de homenagem a Zeca Afonso, na zona ribeirinha, junto à praia da Saúde, cuja inauguração ocorreu a 6 de janeiro.

Na sua página oficial de Facebook, Maria das Dores Meira, que aprovou a construção de uma escultura de homenagem, afirma que “nunca quis ver José Afonso junto ao areal”.

“Quem esteve no anterior mandato, no executivo municipal, sabe que não é verdade, e o sr. Vereador da Cultura, que acompanhou desde então o processo, sabe que aprovei o memorial e lhe pedi para selecionar um local mais adequado e digno à figura do nosso Zeca Afonso, que não aquele junto ao rio Sado, a bloquear a paisagem de uma das mais belas baías do mundo, e junto à atividade de veraneio, que movimenta centenas de utilizadores na Praia da Saúde e no jardim lateral”, afirma a ex-presidente do município sadino.

“Obviamente que nada tenho contra o José Afonso, bem pelo contrário. Nem nada tenho contra o memorial, caso contrário não o teria aprovado durante a minha presidência. Esta é a verdade”, sublinha Maria das Dores Meira.

A antiga autarca desmente a notícia publicada no Jornal “O Setubalense”, onde é referido que memorial, aprovado no seu mandato “não avançou porque Maria das Dores Meira não quis”, alegando fontes e informações que circulam nas redes sociais. Ora, a autarca afirma que é “falso”, denunciando que “à boa maneira deste tipo de coisas, a que nos habituaram os detratores, interessados na chicana e mentira, não sabemos quem é o autor, mas são mais ou menos os mesmos dos perfis falsos, onde se escondem covardemente para detratar os outros”.

“Mesmo a maledicência exige estatura e honestidade intelectuais. Não, nunca quis ver José Afonso junto ao areal. Esse símbolo maior de um Portugal livre merece outro tratamento”, acrescenta Maria das Dores Meira, deixando um lamento: “esperava mais dos meus antigos companheiros: lealdade, camaradagem e memória, mas o tempo ensina-nos o que amiúde queremos ignorar, que o sopro da ignomínia é fria e não tem rosto”.