Presidente da Câmara de Setúbal André Martins quer acesso fluvial a Troia mais barato

O presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, revelou que por sua iniciativa está prevista para breve uma reunião com a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), o município de Grândola e a empresa Atlantic Ferries, “no sentido de continuar a trabalhar para encontrar soluções que permitam reduzir os valores dos bilhetes da travessia fluvial, entre Setúbal e Troia, para que os setubalenses, possam ter uma alternativa em ir para as praias do litoral alentejano”, adiantando que “desta forma é possível reduzir a pressão sobre a estrada de acesso às praias da Arrábida”.


“É um trabalho que não é fácil, mas que é empenhado e que continuaremos a fazer para que seja alcançado esse objetivo”, afirma o edil sadino, sublinhando que “este é mais um objetivo deste executivo para que as negociações cheguem a bom porto porque não se pode impedir uma população como a de Setúbal e de toda a Área Metropolitana de Lisboa de ter acesso, em condições normais, de pagamento de um bilhete pelo preço da travessia, comparando com outras situações e não admitirmos preços daquele valor que foram implementados e viabilizados na concessão da travessia do Sado”.


“Esta é a nossa grande luta que temos pela frente e que naturalmente contamos com o apoio das populações para levar esta determinação a bom porto”, disse ainda o presidente do município sadino, adiantando que “esta é uma causa de todos e devemos estar empenhados nas melhores soluções para que os setubalenses possam frequentar as suas praias nas melhores condições no que diz respeito à disponibilidade financeira das famílias”.
O presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, salienta que “até 2005, os setubalenses frequentavam as praias de Setúbal, sem problemas, porque uma grande maioria ia para Troia, mas com a concessão fluvial entre Setúbal e Troia, pela Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) e do governo à Atlantic Ferries, com preços que deliberadamente impediram àquelas praias pelos setubalenses”.

O vereador do PSD, Fernando Negrão, criticou a anterior presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, nesta matéria, porque “não conseguiu com a Câmara Municipal de Grândola no acesso a Troia através de transportes mais baratos e formas de acesso mais facilitado por parte da população de Setúbal”. “Diminuiu-se a possibilidade dos setubalenses de terem acesso à praia de Troia e isso não me parece ser uma coisa inteligente num concelho que está rodeado de mar com praias lindíssimas e com Troia à sua frente”, concluiu o social democrata.
De referir que a APSS e Atlantic Ferries, parte integrante do grupo Sonae Capital, detentora do empreendimento turístico em Troia, através da Troiaresort, assinaram contrato de concessão do serviço público do transporte fluvial, no início de 2005 para a exploração do serviço durante 15 anos. A Atlantic Ferries adquiriu as novas embarcações por 30 milhões de euros aos estaleiros navais Zamacona, de Bilbau, começando a operar em pleno em 2007.


A queixa relativa aos preços das viagens não é de agora, mas com a implementação do Passe Navegante, na Área Metropolitana de Lisboa, a discrepância tornou-se mais flagrante, sendo que o valor do passe mensal regular para atravessar o rio Sado aumentou mais de 100% nos últimos 10 anos. Atualmente custa 88,40 euros, enquanto o Passe Navegante para toda a Área Metropolitana de Lisboa é de 40 euros.


A tarifa de uma viagem no catamaran (ida e volta) custa 8,10 euros por pessoa. Não há descontos para crianças a partir dos 5 anos (pagam bilhete de adulto) nem para idosos (mais de 65 anos). A empresa criou uma tarifa 10 Viagens, por passageiro, no valor de 68,90 euros. Em relação aos ferries, uma viatura com o condutor incluído paga 17,90€ e se for idade e volta 32,20€. Tal situação leva a que muitas pessoas preferem utilizar a sua viatura e fazer a viagem por Alcácer do Sal, usando a Estrada Nacional 10, porque fica mais barata.