Posto Territorial da GNR de São Luís em Odemira desmente agressões a moradores

O Posto Territorial da GNR de São Luís, no concelho de Odemira esclarece que “não existe registo de denúncias de agressões contra os militares daquele posto, à exceção de uma queixa apresentada no passado dia 29 de março, nas instalações do Posto Territorial de Odemira, decorrente de uma abordagem efetuada por militares do Posto de São Luís, no passado dia 28 de março, junto às instalações deste Posto, a um cidadão que se encontrava visivelmente embriagado e com comportamento ofensivo e desrespeitador, para com os militares”.

A GNR adianta que “atenta a denúncia apresentada, a guarda já se encontra a proceder às averiguações necessárias para melhor apuramento dos factos”.

Em causa estão notícias veiculadas sobre eventuais agressões de militares da GNR a moradores da aldeia de S. Luís.

O presidente da Junta de Freguesia de São Luís, Manuel Campos, pediu hoje, 4 de abril, a abertura de uma investigação à atuação de militares do posto da GNR local por alegadas agressões a moradores.

“Queremos que se investigue [esta situação] e que se castiguem os responsáveis para que não fique toda uma corporação mal vista”, defendeu o autarca, lamentando “o comportamento de três ou quatro” elementos do Posto Territorial da GNR de São Luís.

Segundo o autarca, no interior do concelho de Odemira, “há coisa de um mês” começaram a surgir “relatos de agressões” a moradores, alegadamente por parte de alguns militares da GNR.

Manuel Campos refere que o primeiro relato “foi há cerca de um mês, quando um cidadão romeno” contou que “foi empurrado com muita violência pelos [militares da] GNR” no interior da sua residência.

“Entretanto, começaram a surgir relatos de outras situações” de alegadas agressões por parte da GNR, contou. Entre elas, “a de um rapaz que estava a passear os cães na rua e [como] os cães ladravam, e ao que parece já o tinham avisado para não andar com os cães” na via pública, “chamaram-no ao posto e bateram-lhe”, exemplificou.

Numa outra ocasião, ainda segundo o autarca, a agressão terá acontecido, durante a madrugada, depois de um morador que “estava na rua do posto” da GNR, ter sido alegadamente abordado pelos militares, depois de fazer um comentário à “velocidade um bocadinho excessiva” de uma das viaturas da Guarda.

“E eles automaticamente chamaram-no para dentro do posto e estiveram lá uma hora a baterem-lhe”, relatou.

Quando o homem “saiu do posto, chamou o INEM, que o levou para o Centro de Saúde e foi lá que disse que tinha sido agredido no posto”, tendo sido feito um relatório médico, acrescentou.

Ainda de acordo com o autarca, os mesmos militares terão estado envolvidos numa outra agressão a um jovem, interpelado na rua, na sequência de “uma suposta brincadeira com o namorado”.

“Quando o carro da GNR se aproximou, os militares saíram da viatura, encostaram esse rapaz à parede e começaram a agredi-lo com pontapés”, disse.

O jovem terá sido “algemado e colocado no carro” mas, uns minutos mais tarde, já numa outra zona da aldeia, os militares terão pedido para este “sair da viatura” e “voltaram a agredi-lo”, alegou.

Já no posto da GNR, prosseguiu, o jovem “voltou a ser agredido” pelos militares que “ameaçaram que lhe davam um tiro a ele e ao namorado”.

O autarca referiu que, no último mês, foram relatados “seis casos” de alegadas agressões e disse ter conhecimento de que foram apresentadas “duas queixas” na GNR.

“Esta situação tem criado um clima de revolta entre as pessoas e até mesmo junto dos comerciantes”, lamentou o presidente da junta de freguesia, acrescentando que “estes comportamentos põem em causa toda a corporação”.