Cavaco Silva elogia empresários do sector vitivinícola: Na inauguração da nova adega e museu da Casa Ermelinda Freitas

Presidente da República elogiou a criação de rotas do vinho e a promoção do enoturismo, como contributos para o desenvolvimento económico e social do nosso país na cerimónia de inauguração da nova adega da Casa Ermelinda Freitas. O sector contribui anualmente com 1.100 milhões de euros para a economia nacional, dos quais 800 milhões para exportação. Cavaco Silva inaugurou também o espaço museológico “Casa de Memórias e Afectos Ermelinda Freitas” sobre a família de Leonor Freitas, actual proprietária e administradora da importante adega da região de Setúbal.

Florindo Cardoso

O Presidente da República, Cavaco Silva, elogiou o contributo do sector vitivinícola para o desenvolvimento económico e o prestígio do país no estrangeiro, durante a inauguração da Adega Leonor Freitas e do espaço museológico da Casa Ermelinda Freitas, em Fernando Pó, Palmela, no passado sábado, dia 19 de Dezembro, onde também homenageou personalidades da vitivinicultura da região sul.

Cavaco Silva felicitou Leonor Freitas e sua equipa pelo trabalho que têm realizado, “apostando na qualidade do vinho que produzem e efectuando um investimento de grande dimensão, dando assim resposta à expansão que a Casa Eremlinda Freitas tem vindo a registar”. “A vinha e o vinho fazem parte da nossa cultura, são um marco da nossa identidade colectiva” com “uma dimensão económica muito importante no nosso país”, sendo o vinho “um dos grandes produtos de exportação portuguesa, estando presente nas cinco partes do mundo”, adiantou o chefe de Estado.

“Entendi que este era o local certo para prestar a minha homenagem aos empresários e personalidades da vitivinicultura do sul do nosso país” e “reconhecer publicamente o contributo de um conjunto de empresários para o desenvolvimento económico e social do País e para a projecção da imagem e do prestígio de Portugal além-fronteiras”, disse o Presidente da República, que distinguiu, com a Ordem de Mérito, empresários e personalidades da região.

“É para mim uma satisfação enorme ir impor as insígnias da Ordem do Mérito, em particular da Ordem do Mérito Agrícola, a um conjunto de empresários do sector vitivinícola do nosso país”, salientou Cavaco Silva, que, entre outros aspectos, elogiou a criação de rotas do vinho e a promoção do enoturismo, como contributos para o desenvolvimento económico e social do nosso país. Foram agraciados com o grau de Comendador da Ordem do Mérito Empresarial, Classe do Mérito Agrícola, David Baverstock (Alentejo, Algarve, Herdade do Esporão), o enólogo Jaime Fernando Miguel da Silva Quendera (Casa Ermelinda Freitas e Adega Cooperativa de Pegões), João Manuel Mota Barroso (Universidade de Évora e Adega Cooperativa de Borba), José Luís Santos Lima Oliveira da Silva (Casa Santos Lima, Alenquer), Luís António Lousa Duarte (Enólogo do Ano 1997, 2007 e 2014 – Alentejo), Paulo António Canhão Laureano (Mouchão e Vidigueira), e Vasco Torre do Vale d’Avillez (Presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa). Com o grau de Comendador da Ordem do Mérito foi condecorado o pintor e artista plástico ligado ao vinho Mário da Conceição Rocha da Silva.

Jaime Quendera disse ao Jornal Setúbal Mais que esta distinção “é o reconhecimento do seu trabalho” bem como “dos vinhos da região”, manifestando-se feliz por receber esta insígnia das mãos do chefe de Estado.

Por sua vez, Vasco Torre do Vale d’Avillez, falando em nome dos homenageados, disse que “o vinho traz” anualmente “para Portugal 800 milhões de euros de exportação e o próprio mercado nacional vale aproximadamente mais 300 milhões de euros, é fantástico e importante”.

A Casa Ermelinda de Freitas, com 440 hectares de vinhas, tem capacidade para fermentar 2.400 toneladas de uvas tintas e dois milhões de litros de vinho branco ou rosé, em simultâneo, bem como uma capacidade armazenagem de 17 milhões de litros de vinho. Já ganhou mais de 600 prémios nacionais e internacionais.

 

Acção de solidariedade

Casa Ermelinda Freitas ajuda instituições sociais

Na inauguração da adega e do museu, a proprietária da Casa Ermelinda de Freitas, Leonor Freitas, entregou ainda um donativo de 17 mil euros à Caritas Portuguesa e outro de 9 mil euros à União Social Sol Crescente, que dá apoio a crianças e idosos, em Águas de Moura, no âmbito do projecto social “A vida de um vinho”.

“Resolvi fazer 1.500 garrafas com o melhor vinho que tínhamos”, disse Leonor Freitas, acrescentando que as verbas conseguidas com a venda destas garrafas se destinam a recuperar casas de idosos, através da Cáritas.  Estas garrafas “Magnum”, que estão numeradas, são acompanhadas por um CD, com a obra musical criada pelo maestro Jorge Salgueiro, e pelo livro do jornalista Amílcar Malhó, custando 100 euros. O conjunto poderá ainda ser acompanhado por uma serigrafia do pintor Mário Rocha, no valor de 75 euros.

Leonor Freitas lembrou que a Casa Ermelinda de Freitas tem tido sempre a preocupação de devolver à sociedade uma parte dos seus ganhos, através de acções de solidariedade social. “É uma casa em que sou a quarta geração, sempre rural, com uma família muito simples a trabalhar a terra, temos ainda vinhas plantadas pelos meus pais”, lembrou Leonor Freitas, salientando que “podemos ser empresários e ter uma função de responsabilidade social” e “tive devolver um pouco à sociedade aquilo que ela me deu”. De referir que a adega foi fundada em 1920, por Leonilde da Assunção.

Manuel Baptista, da direcção da União Social Sol Crescente, explicou que o donativo vai permitir melhorar as instalações. A instituição presta apoio a 77 crianças e a 60 idosos, quer domiciliário quer em centro de dia, e ainda funciona como cantina social que fornece refeições a 25 pessoas. Emprega 25 pessoas nos vários serviços.

Já Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas, disse que já foram utilizadas verbas deste projecto social, de 47 mil euros, para a recuperação de uma casa degradada com dois agregados familiares. “Vamos agora com esta verba de 17 mil euros iniciar outra reconstrução” adiantou o responsável.