Setúbal

Câmara de Setúbal apresenta proposta de requalificação do bairro do Montalvão

A Câmara Municipal de Setúbal e União das Freguesias de Setúbal apresentaram publicamente a proposta para a requalificação do bairro do Montalvão, numa reunião com os moradores, realizada, a 6 de julho, no anfiteatro da Escola Secundária Sebastião da Gama, no âmbito do programa “Ouvir a População, Construir o Futuro”, e onde foram ouvidos contributos e sugestões dos residentes para a futura elaboração do projeto final.

“O objetivo é servir melhor quem vive no bairro, que este bairro seja pensado para servir os residentes”, disse o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, na apresentação de proposta de requalificação do bairro assente no reperfilamento das ruas, renovação do espaço público dos quarteirões e pracetas, requalificação e aumento das áreas de circulação pedonais, regularização dos espaços de estacionamento e arborização, nomeadamente com a criação de cinco bolsas de estacionamento exclusivo para residentes e redução de velocidade da circulação automóvel.

Em discussão está ainda a possibilidade de serem implementados sentidos únicos de circulação em algumas vias do Montalvão, mas o presidente da Câmara Municipal, André Martins, admitiu como provável a necessidade de se conjugar sentidos únicos com sentidos duplos.

Esta proposta surge após a realização de várias intervenções municipais no bairro. Com a recente abertura da Rua dos Arcos com dois sentidos de trânsito, o bairro do Montalvão, que até então tinha a função de atravessamento viário, tem agora garantidas as condições para uma circulação de bairro mais condicionada.

“Para nós, é muito importante ouvir as pessoas, designadamente os residentes dos locais onde vamos, para perceber os problemas que sentem. Não queremos fazer uma proposta, num bairro tão importante e central, com que as pessoas não fiquem satisfeitas”, disse o autarca, adiantando que a requalificação do Montalvão ainda não tem um projeto fechado e que a obra “não vai ser feita num ano ou em dois”, está na fase de recolha de contributos e só após estas reuniões se iniciará a elaboração dos projetos.

André Martins assegurou que a Câmara Municipal vai “ter em conta” um “conjunto de soluções” sugerido pelos moradores, o qual vai permitir que o projeto final seja “melhorado”. Plantar mais árvores no Montalvão é, de acordo com o autarca, também “um objetivo, até tendo em conta a necessidade de intervir na mitigação das alterações climáticas”.

O trânsito e o estacionamento automóvel dominaram grande parte da sessão, onde foram discutidas soluções para diminuir a velocidade de circulação. Além da eventual adoção de sentidos únicos, André Martins admitiu a criação de vias serpenteadas em certos locais e identificou como exemplo a colocação de canteiros nas ruas, que podem funcionar como forma de “acalmia do tráfego”.

“Quem vive no bairro não precisa de velocidades, precisa de se sentir bem e de ter condições para a circular de carro, mas também a pé. A tendência é baixar cada vez mais a velocidade nos espaços urbanos, para que a segurança dos residentes seja cada vez maior. Noutros tempos as ruas foram feitas para os automóveis e não para os peões”, afirmou, acrescentando que “este deve ser um exemplo de um bairro de coexistência”.

No que diz respeito ao estacionamento, a proposta prevê que a oferta no bairro passe de 838 para 949 lugares de estacionamento formal, 203 dos quais exclusivos para residentes.

“Temos de encontrar estacionamento para o maior número possível de carros, mas sem nunca pôr em causa os direitos de quem usa os passeios”, disse o autarca, considerando inaceitável “que a Rua Frei António das Chagas tenha os passeios sempre ocupados por carros”, porque “os passeios são para as pessoas”.

Ainda sobre o estacionamento, o presidente da Câmara Municipal salientou que “quando há estacionamento tarifado, há garantia de rotatividade” e lembrou que a obrigação dos autarcas “é gerir o espaço público, que não aumenta”. André Martins apontou a circulação pedonal e o uso dos modos suaves e transportes públicos – que dão “cada vez melhor resposta às necessidades das pessoas que vivem nos bairros” – como alternativa ao automóvel, que deve ser utilizado “apenas quando é necessário”.

O presidente da União das Freguesias de Setúbal, Rui Canas, salientou que, com o objetivo de que o Montalvão “seja usufruído o máximo possível pelas pessoas que lá vivem”, em causa está a realização de “uma transformação muito importante do bairro”, que foi criado em finais dos anos 60 e início de 70 do século passado e “está datado”.

admin

Recent Posts

Morreu Pedro Freire, jovem músico de Azeitão

Pedro Freire, trompetista da Orquestra Gulbenkian,, jovem músico de Azeitão, faleceu, deixando os amigos e…

8 horas ago

LASA publica álbum com as 17 mais antigas fotografias de Setúbal

Um álbum com 17 fotografias captadas em Setúbal em 1867 vai ser apresentado pela LASA…

13 horas ago

Centenas de alunos participam em desfile de percussão do Festival Internacional de Música de Setúbal

Centenas de alunos dos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico do concelho participaram, a…

2 dias ago

Associação Direito ao Descanso em Setúbal exige medidas contra ruído no centro histórico da cidade

A Associação Direito ao Descanso em Setúbal critica "a lentidão da criação de um novo…

2 dias ago

Antigo submarino Barracuda foi inaugurado como navio-museu em Cacilhas

O antigo submarino Barracuda foi oficialmente inaugurado, a 9 de maio como navio-museu em Cacilhas,…

2 dias ago

Faleceu Osvaldo Godinho, antigo autarca da Junta de Freguesia de Santo André

Morreu Osvaldo Godinho, aos 88 anos que foi membro do executivo da Junta de Freguesia…

3 dias ago