A Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) rejeitou o requerimento para a concessão do Cais 3 apresentado no final do ano pelo Grupo Macau Legend. A notícia é avançada em primeira mão pelo jornal Setúbal Mais e revelada pelo representante do Grupo Macau Legend em Portugal, Duarte Gonçalves, que pretendia avançar com fase 1 do projecto naquele local junto ao cais de embarque dos catamarans para Tróia.
“Fizemos no final do ano passado um requerimento formal para a concessão do edifício cais 3, tendo a APSS decidido não a conceder, alegando que o referido edifício será incluído no futuro concurso de Marina”, sublinha Duarte Gonçalves, frisando que “Portugal é complicado” e “espero que o imóvel não esteja condenado a mais uns anos de abandono”.
O responsável sublinha que “queríamos arrancar de imediato com a fase 1 do projecto, colocando no edifício equipamentos de animação, restauração e entretenimento”.
“Não foi possível, apenas nos resta aguardar pelo referido concurso de Marina, de que ouvimos falar há dois anos e que tem impacto decisivo em qualquer projecto na região. Sem ele, não é possível avançar com nada ali, como se vê”, lamenta Duarte Gonçalves.
Sobre o concurso para o futuro projecto da marina de Setúbal, Duarte Gonçalves, disse que “não percebo quem elabora”, mas quando “quando ele sair, levantaremos o caderno e iremos analisar, sem conhecer condições não temos opinião”.
Recorde-se que a ministra do Mar tinha afirmado ao Setúbal Mais, no dia 2 de Março, que o investidor tinha desistido do negócio da marina de Setúbal, mas a Macau Legend nega tal afirmação, embora admita que só concorre depois de conhecer o caderno de encargos.
“Estivemos em Portugal há 3 semanas justamente para verificar ponto de situação e reforçar o nosso interesse de investimento”, adianta Duarte Gonçalves.
Sobre a data de lançamento do concurso, o jornal questionou a APSS mas ainda não obteve resposta.
Fonte do gabinete da presidência da Câmara Municipal de Setúbal disse que “está a acompanhar de perto todo o processo”.
Já o vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Manuel Pisco, critica as declarações da ministra do Mar. “Esta ministra já por duas ocasiões levantou questões como o projecto não colocar em causa a navegabilidade do rio Sado, dizendo isto, parece que está levantar dúvidas”, afirmou em sessão pública. “É mau para nós e a opinião pública alimentar este tipo de coisas porque o que é relevante é termos investidores interessados”, disse.
A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, disse que “gostaria de falar com ministra para saber o que foi dito e em que contexto”. “Foi graças ao interesse da Macau Legend que surgiu outros interessados, o concurso vai ser lançado e o grupo vai concorrer”, adiantou.
Recorde-se que o investimento projectado pelo Grupo Macau Legend prevê para a zona ribeirinha de Setúbal a construção de:
- uma marina;
- dois hotéis de luxo de quatro e cinco estrelas;
- edifícios com 60 apartamentos;
- um yacht club;
- uma gare de embarque para Troia;
- um Retail Village;
- um Hot Market; e
- uma Grocery Store.
A construção de um estacionamento e de um equipamento cultural, além de novas instalações para o Clube Naval Setubalense, faz também parte do projecto.
O investimento em Setúbal é o terceiro grande projeto de internacionalização da Macau Legend, depois da aquisição do casino Savan Vegas, no Laos, e do início da construção, no ilhéu de Santa Maria, Cabo Verde, de um empreendimento turístico, no valor de 250 milhões de euros, idêntico ao previsto para Setúbal.
A Macau Legend é uma empresa macaense com atividades nas áreas do entretenimento e lazer, cotada desde 2013 na Bolsa de Valores de Hong Kong. Concretizou, em 2012, a fusão com a Macau Fisherman’s Wharf International Investment Limited, operação que garantiu a propriedade do maior complexo de lazer e entretenimento na península de Macau.
