Secretário de Estado da Agricultura elogia capacidade de produção agrícola de Odemira

O secretário de Estado da Agricultura, João Moura, disse que “é um orgulho para Portugal” ter na região de Odemira “uma valência única, condições de clima, território e proximidade ao mar, que lhe dá uma capacidade de produção dos designados pequenos produtos”, com “um sabor e uma característica, identificada no mundo inteiro como os melhores frutos pequenos do mundo”, contribuindo de “forma muito significativa para o equilíbrio da nossa balança comercial e exportações portuguesas”.

Este elogio foi feito na inauguração da FACECO – Feira das Atividades Económicas do Concelho de Odemira, a 19 de julho, no Parque de Exposições de S. Teotónio, perante a presença do presidente do município, Hélder Guerreiro, e do presidente da junta de freguesia local, Dário Guerreiro.

João Moura reconhece que este desenvolvimento económico neste concelho, “traz algumas questões, encargos e adversidades que são necessárias e urgentes corrigir por parte do município, da junta de freguesia, mas principalmente do governo”, garantindo que “ouvi com muita atenção os recados que foram aqui deixados e as recomendações”, apresentados pelos autarcas.

O secretário de Estado abordou o problema da falta de água neste território que “é importante para a agricultura, mas não só”, em resultado  dos “desafios das alterações climáticas no nosso país”, recordando que o governo lançou a campanha “A água que nos une” e assegurou ao presidente da Câmara Municipal de Odemira, o seu “empenho pessoal” na concretização do Pacto da Água celebrado neste concelho, nomeadamente a construção da estação elevatória e se for necessário “virei à Assembleia Municipal de Odemira explicar esta situação”.

João Moura garantiu ainda interceder junto do governo na resolução de problemas no concelho como a imigração. “Não poderemos deixar nunca ao município o encargo único e exclusivo da responsabilidade de albergar aquilo que consideramos determinante para o território nacional, que é o fenómeno da imigração”, disse o governante, acrescentando que “o concelho de Odemira sofreu nos últimos um fenómeno, diferente do habitual, que foi inverter a tendência da regressão demográfica, mas isso tem impactos”, e este governo, numa das medidas tomadas nos primeiros 100 dias, foi “regular a imigração em Portugal”.

“É importantíssimo receber imigrantes em Portugal, mas quem quer vir por bem, e para resolver parte daqueles que são os nossos problemas relativamente à classe operária e trabalhadora” e “não ter um conjunto de imigrantes completamente desregulado que chega ao Portugal sem condições com habitações com um sem número de pessoas na mesma casa”. “São estas situações particulares que devemos estar disponíveis para resolver”, disse.

O governante prometeu ainda sensibilizar o secretário de Estado da Coesão Territorial para “a importância que a agricultura tem no município de Odemira” para “receber as verbas do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) para habitação do 1.º Direito”.

Em relação ao Pacto da Água, Hélder Guerreiro, alertou o governante que “falta garantir que seja permitida uma declaração voluntária dos nossos regantes, de maneira a que todos aqueles que não usem a água toda este ano, não percam direitos no futuro”. “Isto é muito importante, na garantia de direitos às pessoas” para que “não aconteça usos indevidos da água, e desperdícios de água”, afirma o edil.

O autarca frisou que “a agricultura no concelho de Odemira produz 300 milhões de euros por ano, de riqueza, de contributo para a balança nacional e exportações”. Isto tem vários impactos como uma população com 80 nacionalidades, com mais 15 mil novos habitantes, “criando enormes desafios” e “não podemos ficar sozinhos”, apelando ao governo que “olhe para Odemira de forma realista” porque “precisa de aprovação da sua candidatura ao PRR de 15 milhões para a habitação”, prevendo a construção de cerca de 70 alojamentos, que procura “dar resposta à resolução do Conselho de Ministros que obriga a empresas a colocarem 4 mil pessoas em casas condignas no prazo de seis anos”.

Hélder Guerreiro apelou ao reforço dos serviços públicos de interesse geral no concelho com mais elementos da GNR e reforço de pessoal nas finanças, saúde, educação e segurança social.

O presidente da Junta de Freguesia de S. Teotónio pediu que o governante para interceder junto do ministro da Administração Interna para investir no posto da GNR local. “Estamos numa freguesia com mais de 9 mil habitantes e que neste momento ultrapassam certamente os 12 ou 13 mil, e temos um rácio de um militar por mil habitantes, o que é muito pouco”, disse ainda Dário Guerreiro.

O autarca lançou o desafio ao presidente da câmara municipal para que na FACECO de 2025 “apresente publicamente o projeto ou lançar da primeira obra de uma zona industrial, desejada já há 30 anos”.