Quinta do Piloto preserva tradição familiar

Investimento de 350 mil euros em recuperação de espaço

Quinta do Piloto preserva tradição familiar

 

No sopé da Serra do Louro, na Arrábida, e com uma vista deslumbrante sobre Lisboa, nasceu um novo espaço de enoturismo no concelho de Palmela. A família Cardoso investiu 350 mil euros na recuperação da Quinta do Piloto e abriu o espaço ao público para compra de vinhos e realização de eventos, No futuro, poderá ser instalada uma unidade hoteleira rural.

 

Florindo Cardoso

A família Cardoso investiu 350 mil euros na recuperação da Quinta do Piloto, uma propriedade com mais de cem anos, transformando-a num novo espaço de enoturismo, em plena Serra do Louro em Palmela, com 4 hectares de vinha e uma vista espectacular sobre Lisboa. A cerimónia de inauguração que realizou-se na passada semana contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro e do presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, Henrique Soares, entre outras personalidades.

O projecto de recuperação, apoiado por fundos comunitários através do Programa de Desenvolvimento Rural 2007-2013, em 179 mil euros, sendo a candidatura tratada pela Adrepes (Associação para o Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal), consistiu na recuperação de um antigo refeitório e vários espaços onde foram instaladas uma sala de provas de vinhos, uma loja e diversos lugares para eventos, mantendo-se a adega em funcionamento durante todo o ano e aberto ao público.

Filipe Cardoso, neto do fundador da Quinta do Piloto (Humberto da Silva Cardoso) explicou que as obras decorreram durante um ano e teve o apoio máximo dos fundos comunitários, 300 mil euros, a que se juntou mais 50 mil euros para a decoração de todo o espaço. “Pretendemos que o projecto não acabe aqui, que haja desenvolvimento no turismo rural com a recuperação da casa antiga para transformação em quartos e permitir as estadias”, salientou o responsável, visivelmente feliz pela abertura ao público da quinta que permanece na família há quatro gerações.

Em relação aos vinhos produzidos, Filipe Cardoso disse que “começamos há pouco tempo num patamar de vinhos e preço médio e médio alto e está a correr bem e a qualidade reconhecida”. Lembra que antes produzia mas vendia tudo a granel, cerca de 2 milhões de litros por ano, para outros operadores como a Sivipa, iniciando o engarrafamento há dois anos e meio, uma percentagem muito pequena, 20 mil litros. O objectivo é produzir vinhos topo gama. O vinho Piloto Roxo foi o primeiro a ser lançado mas actualmente são 5 e futuramente um moscatel. As exportações são para países como Inglaterra, Suíça, Holanda, Angola e China.

O presidente da Câmara Municipal de Palmela salientou que este local está “abençoado pela nossa Arrábida” e pela “história empreendedora de uma família de referência em Palmela, que muito tem feito em diversos sectores e em particular nesta área dos vinhos”.

Álvaro Amaro disse ainda que a autarquia “regista com muito agrado a requalificação deste espaço que pretende ser uma referência no roteiro do enoturismo da nosso concelho, numa lógica de criação de sinergias que acrescente aos nossos vinhos este potencial do património natural, histórico e cultural que temos” desejando que esta quinta “seja um factor de atractividade para quem visita a região”.

Já o presidente da Comissão Vitivinícola da Península de Setúbal sublinhou que este projecto terá “impacto seja por toda a história associada a esta adega e família, enquanto grande produtor de vinhos em Palmela mas também pelo potencial que o espaço revela a nível paisagístico e para realizar eventos”. “Será mais um ponto de promoção dos vinhos da região” acrescentou.

O visitante terá a oportunidade de comprar vinhos na loja e fazer visitas diárias, às 11h e 16h, guiadas e comentadas, que culminará com uma prova de 3 ou 5 vinhos ou ainda com produtos regionais, dependendo do valor pago. O valor da visita, prova de 3 vinhos e ao museu com as bandeiras de Adiafa de Palmela, bordadas a cada ano para desfilar no último carro das Vindimas, será de 5 euros. A prova e 5 vinhos custará 13,5 euros e a que inclui tudo 15 euros.