Projeto “Histórias que as Paredes Contam” lança campanha “Proteger a Liberdade”

O projeto “Histórias que as Paredes Contam”, que promoveu a 9 de junho, a pintura do seu último mural, dedicado aos 7 Rs da Sustentabilidade Ambiental, no Baluarte do Livramento, lançou no dia seguinte a campanha “Proteger a Liberdade”.

“Escolhemos o Dia de Portugal para lembrar a importância de manter a liberdade de boa saúde, já que essa preocupação não se pode limitar ao 25 de Abril e ao 1.º de Maio, efemérides em que o tema está em alta, parecendo perder depois relevância na vida pública”, revelam os organizadores da campanha, que decorre até 14 de junho.

A primeira das ações consistiu na aplicação de um impermeabilizante em toda a extensão do mural ‘Liberdade, Querida Liberdade’, pintado a 17 de março no Bairro 2 de Abril por mais de 50 mulheres, entre as quais A Garota Não, nome artístico da cantautora Cátia Mazari de Oliveira, que cresceu naquele bairro e a quem se deve a frase inscrita na parede, tomada de empréstimo à sua “Canção a Zé Mário Branco”.

“Trata-se de uma iniciativa simbólica mas com efeitos práticos, como o serão as demais da campanha, que visa a aplicação de uma protecção em todos os murais do projeto que não tinham ainda beneficiado dela”, descreve Helena de Sousa Freitas, coordenadora do “Histórias que as Paredes Contam”.

Segundo a responsável, “habitando o espaço exterior, os murais estão expostos ao clima tantas vezes adverso destes nossos dias, pelo que se decidiu que, antes de dar o ciclo da sua execução por encerrado, importava tentar aumentar-lhes a longevidade”.

Assim, no Dia de Camões, moradores do Bairro 2 de Abril com idades compreendidas entre os 5 e os 55 anos estiveram com a organização do “Histórias que as Paredes Contam” a preparar o mural para os rigores do Verão e do Inverno.

Na mesma data, foi tido um cuidado similar para com o mural “Fazes que fazes ou pões sementes a crescer”, nascido a 13 de abril no Bairro do Liceu pela mão de mais de meia centena de crianças e jovens.

Até 14 de junho irão desfrutar de idêntico tratamento os dois murais do projeto pintados ao longo de mais de 100m2 de parede no Baluarte do Livramento: “Tróia, tão perto, tão longe” e “Os Sete Rs da Sustentabilidade”.

O “Histórias que as Paredes Contam – 50 anos de Muralismo em Setúbal”, que desde setembro de 2023 desenvolve na cidade um conjunto de eventos enquadrados no cinquentenário do 25 de Abril, já promoveu, além da pintura de seis murais, um ciclo de cinco conversas públicas sobre muralismo e duas mostras fotográficas – uma, intitulada “Paredes Limpas, Povo Mudo”, apresentada na cidade,  e outra, de seu nome “Liberdade”, concebida a convite do Instituto Camões em Belgrado e aí inaugurada no âmbito das celebrações do Dia da Língua Portuguesa.

Em preparação encontra-se um álbum de imagens e histórias sobre a prática muralística em Setúbal, que terá o contributo de cerca de uma dezena de fotógrafos.

Com chancela do Monte de Letras e incluído no Programa das Comemorações Nacionais dos 50 anos do 25 de Abril, o projeto deve o nome à tese de doutoramento que Helena de Sousa Freitas defendeu no ISCTE-IUL em 2019 e tem por parceiros a Câmara Municipal de Setúbal, através do programa “Venham Mais Vinte e Cincos”, o Instituto Politécnico de Setúbal, a Associação dos Municípios da Região de Setúbal, a Junta de Freguesia de São Sebastião, a União de Freguesias de Setúbal, a União Setubalense e a Associação Cultural Festroia.