Setúbal

Projeto de Marina de Setúbal em consulta pública até 14 de agosto

A Proposta de Definição de Âmbito (PDA) do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do projeto da futura Marina de Setúbal encontra-se em consulta pública, até 14 de Agosto de 2024, podendo aceder à mesma através da seguinte ligação: https://participa.pt/pt/consulta/marina-de-setubalMarina de Setúbal (participa.pt)

De acordo com esta PDA, que tem como proponente a Administração do Porto de Setúbal e Sesimbra (APSS), a marina insere-se em zona que será sujeita a intervenção mais abrangente, que inclui a regeneração urbana da frente ribeirinha, entre as docas das Fontainhas e dos Pescadores, a enquadrar em Plano de Pormenor (PP). Este plano será promovido pela Câmara Municipal de Setúbal (CMS) em articulação com o concessionário que vencer o concurso público internacional de conceção, construção e exploração da Marina de Setúbal.

Marina com cerda de 600 postos de amarração e investimento máximo de 31,2 Milhões de euros

Desta proposta destacam-se os seguintes aspetos na componente marítima: entre 580 a 618 postos de amarração; investimento entre os 27,8 milhões de euros (M€) e os 31,2 M€; e necessidade de dragagens entre os 15,5 mil metros cúbicos (m3) e os 20,2 m3. De referir que, esta necessidade é reduzida face às mais recentes dragagens efetuadas no estuário do rio Sado (6,3 milhões de m3).

Viabilidade económica da Marina

Refere a proposta, que a procura de postos de amarração ultrapassa a capacidade de oferta prevista para Marina de Setúbal, “constituindo um garante da viabilidade económica”.

No entanto, indicar que haverá excesso de procura não é suficiente para garantir uma viabilidade económico financeira. Para aferir esta viabilidade é necessário comparar o valor que a procura está disposta a pagar, para assim prever as proveitos, líquidos dos respetivos gastos, e comparar os mesmos com as necessidades de investimento, chegando assim a uma rentabilidade estimada.

Planta prevista sem alterar a posição do terminal dos catamarãs
Planta prevista com alteração do cais dos catamarãs

Componente Terrestre

Esta componente é a que terá mais impacto urbanístico na cidade de Setúbal, já que a componente marítima terá mais impacto no estuário do rio.

Nesta componente destacam-se os seguintes aspetos, de acordo com a proposta: construção de 11,4 mil metros quadrados (m2) destinados a 111 fogos de habitação (dos quais 73 tipologia T2 com 90 m2 cada, e 38 unidades T3 com 130 m2 cada), com um máximo de cinco pisos, de 16,8 mil m2 destinados a comércio e serviços, de 4,8 mil m2 destinados a restauração e de 25,0 mil m2 afetos a rendas. No total estão previstos 414 lugares de estacionamento, dos quais cerca de metade afetos a habitação e comércio.

De referir que o hotel previsto com corpo horizontal com dois pisos que servirá como embasamento, ou podium para uma torre retangular com 15 pisos, não está ligado à concessão da marina, pois a sua área de implantação não é de Domínio Publico, embora parte esteja sobe Domínio Hídrico.

O investimento previsto na componente urbana, excluindo o referido hotel fora do âmbito da concessão, ascende a 51,3 M€.

Prevê a proposta a alteração significativa da rede viária, privilegiando o uso pedonal e da bicicleta, sendo considerada a interrupção do atravessamento automóvel longitudinal, através da Avenida Jaime Rebelo, a eliminação da Praça da República, transformando-a em pequena rua de uso local, assim como a criação de um novo Jardim de enquadramento à zona do Baluarte.

Em relação ao estacionamento e dado que está pensado criar uma grande bolsa de estacionamento subterrâneo, na área da Avenida Luisa Todi, o objetivo é eliminar, ao máximo, o estacionamento de superfície, sendo criados vários estacionamentos semi-públicos e privados, nos pisos em cave dos novos edifícios a construir.

De referir que, está prevista uma zona pedonal junto ao plano de água, o qual se estenderá por cerca de 940 metros, onde haverá sete momentos em contínuo, mas de naturezas diferentes.

Impactos mais preocupantes do projeto e que, por isso, deverão merecer uma análise mais aprofundada ao nível do EIA

Dos impactes apresentados na proposta destacam-se os seguintes na componente marítima: “infraestruturas marítimas que poderão influenciar o regime hidrodinâmico e de transporte sedimentar local”; necessidade de “dragagens, nas fases de construção e exploração, com os potenciais efeitos ambientais que lhe estão associados, nomeadamente ao nível da qualidade da água e sistemas biológicos e ecológicos aquáticos; “movimento e presença de embarcações, com potenciais impactes ao nível da qualidade da água, riscos ambientais, sistemas biológicos e ecológicos, qualidade do ar (incluindo emissões de gases com efeito de estufa) e ruído”.

Na componente terrestre, refere a proposta os seguintes impactos quando á requalificação urbanística: “potencial interferência em elementos patrimoniais classificados e em vias de classificação”, “potencial de valorização e incremento da qualidade ambiental, paisagística e urbanística de uma zona nobre da cidade”. Refere ainda como impactos nesta componente: a “densificação populacional e atração de visitantes e os efeitos potenciais daí resultantes, nomeadamente ao nível socioeconómico (aumento do tráfego viário e congestionamento de acessibilidades), qualidade do ar (incluindo emissões de gases com efeito de estufa), ruído e saúde humana”

Para as duas componentes, em termos de impactos, refere a proposta que “há que atender aos potenciais efeitos positivos ao nível socioeconómico induzidos pela existência da Marina e pelo projeto urbanístico associado, nomeadamente ao nível da requalificação/valorização de um espaço urbano ribeirinho e criação de oportunidade de emprego”.


https://participa.pt/pt/consulta/marina-de-setubal
HM HM

Recent Posts

Henrique Soares, presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal: “A quebra de produção de vinho na região será este ano entre 5 a 10%”

O presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, Henrique Soares, estima que a…

14 horas ago

Relatório do diálogo estratégico sobre o futuro da agricultura na União Europeia

O grupo afeto ao diálogo estratégico sobre o futuro da agricultura na União Europeia (UE),…

14 horas ago

Carlos Albino, presidente da Câmara Municipal da Moita: “Vamos proceder ao alargamento da Ponte do Matão”

O presidente do Município da Moita faz um balanço positivo da Festa em Honra de…

14 horas ago

Candidatura do GAL ADREPES RURAL prevê investimento de 2,6 milhões na península de Setúbal

O plano de implementação da estratégia de desenvolvimento local para as zonas rurais da península…

14 horas ago

Câmara de Alcácer e APA celebram protocolo para desassoreamento de troço do rio Sado

O presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, Vítor Proença, e presidente do conselho…

1 dia ago

Alsa Todi inicia formação de 20 mulheres motoristas

A Alsa Todi, operadora da Área 4 do sistema de transporte público na Área Metropolitana…

1 dia ago