Pestana Group Hotel contra dragagens no Sado

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O Pestana Group Hotel (PGH) manifesta-se “apreensivo” com o projecto das acessibilidades marítimas da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), que prevê a retirada de mais de 3 milhões metros cúbicos de areia da profundidade do estuário do Sado (15 metros), numa primeira fase, através de dragagens, e colocação de parte destas em frente ao empreendimento turístico deste grupo e de Soltróia.

O grupo manifesta a sua “profunda preocupação relativamente às obras de alargamento e aprofundamento do canal marítimo de acesso ao porto de Setúbal, pela dimensão da intervenção e suas possíveis consequências ambientais sobre o estuário do Sado e a península de Tróia”.

“Tudo indica que o Estudo de Impacto Ambiental que sustenta este projecto valoriza mais os aspectos económicos e o interesse industrial, relegando para segundo plano consequências como o depósito de sedimentos frente a zonas balneares onde se inserem diversos complexos turísticos, o desassoreamento das praias, a afectação das colónias de golfinhos e a destruição de fundos e reservas de pesca”, lamenta o PGH.

“Existe ainda a possibilidade de contaminação dos locais intervencionados por dragados contaminados o que, certamente, terá fortes consequências ambientais e económicas para a actividade turística, não só em Setúbal, como em Tróia e na Arrábida”, refere ainda.

Para o PGH “não se percebe como um projecto com este impacto ambiental está a avançar, tendo em conta que, até à data, todos os projectos turísticos desenvolvidos na região foram submetidos a rigorosas restrições ambientais, em função da sua inserção ou proximidade com a Reserva Ecológica ou Rede Natura 2000. Foram impostas, e aceites, grandes limitações no que respeita ao impacto nesta região tão sensível; isto apesar de, obviamente, não serem geradores de quaisquer factores de poluição”, afirma José Roquette, Chief Development Officer do Pestana Hotel Group, concluindo ser “incompreensível, e de enorme irresponsabilidade, que se ponha em risco todo o ecossistema do estuário do Sado e da península de Tróia”.