O PAN (Pessoas-Animais-Natureza) alerta para o possível encerramento das urgências obstétricas do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, questionado o governo na Assembleia da República.
“Foi após reunião entre a Ordem dos Médicos e a direcção clínica do Hospital de São Bernardo que se tornou pública a forte probabilidade de encerramento a curto e médio prazo da urgência de obstetrícia, devido à saída de 5 dos 9 médicos daquele serviço no final deste ano. De fato, são várias as denúncias de que há já alguns dias que o serviço tem já vindo a encerrar por falta de médicos”, refere o PAN, em comunicado.
“Pode até estar em causa, segundo consta, a manutenção do próprio serviço de urgência obstétrica. Esta é uma possibilidade inadmissível, sobretudo, num hospital de referência e que serve tantos”, considera Cristina Rodrigues, deputada do PAN eleita pelo círculo de Setúbal.
Apesar da falta de clínicos na especialidade de obstetrícia, o Aviso referente ao procedimento concursal para a contratação de profissionais de saúde prevê apenas a abertura de uma vaga para o serviço de Ginecologia/Obstetrícia para o Centro Hospitalar de Setúbal.
“O PAN já alertou o Governo também para esta situação e pretende saber se existe outro concurso previsto e, em caso afirmativo, para quando e com quantas vagas a alocar a este hospital”, sublinha a deputada.
O PAN está igualmente preocupado com a inadequada classificação da tipologia do Hospital de São Bernardo, a qual fica muito aquém dos serviços ali prestados.
“Efectivamente, a oferta de cuidados não reconhecida pelo Estado acaba por penalizar a unidade hospitalar pois recebe compensações financeiras muito inferiores às que são pagas a outras entidades de saúde pelos mesmos actos médicos”, critica Cristina Rodrigues. Neste sentido, o PAN quer ver esclarecido junto do Governo que critérios foram utilizados na classificação desta unidade hospitalar e se está prevista a sua reavaliação com vista ao um reajuste da mesma às reais necessidades desta unidade.
Finalmente, afiança a deputada, “tal como a Ordem dos Médicos, entendemos que o Hospital de São Bernardo precisa rapidamente de uma análise cuidada e de uma intervenção profunda, não só para resolver a situação premente da inadequação dos espaços, mas também para que haja lugar a uma melhoria da qualidade dos serviços prestados e das condições de trabalho dos profissionais de saúde”.