A Guarda Nacional Republicana alerta para a necessidade de sensibilizar os diferentes públicos-alvo para os diferentes tipos de burla visando contribuir para a prevenção e o combate aos diversos tipos de burlas. Em 2023, o distrito de Setúbal registou 2.653 casos.
Em 2022, foram registados pela GNR 17.969 crimes de burla, onde predominam as burlas informáticas e nas comunicações com 6.518 ocorrências e burlas com fraude bancária com 2.630 registos.
No ano 2023, verificou-se um aumento face ao ano de 2022, registando-se 21.548 crimes de burla, destacando-se a burla informática e nas comunicações com 7.303 ocorrências e burla com fraude bancária com 3.079 registos.
No que respeita ao registo de burlas em 2022 e 2023, por distrito, registou-se o seguinte:
Distritos | 2022 | 2023* |
Açores | 10 | 15 |
Aveiro | 1 780 | 2 245 |
Beja | 384 | 459 |
Braga | 1 455 | 1 662 |
Bragança | 163 | 206 |
Castelo Branco | 441 | 486 |
Coimbra | 693 | 840 |
Évora | 309 | 383 |
Faro | 1 740 | 2 166 |
Guarda | 211 | 286 |
Leiria | 801 | 909 |
Lisboa | 1 982 | 2 527 |
Madeira | 13 | 12 |
Portalegre | 270 | 365 |
Porto | 2 875 | 3 192 |
Santarém | 1 030 | 1 198 |
Setúbal | 2 121 | 2 653 |
Viana do Castelo | 587 | 612 |
Vila Real | 217 | 241 |
Viseu | 787 | 1 025 |
Local indeterminado | 100 | 66 |
TOTAL | 17 969 | 21 548 |
Em ambos os anos apurou-se que os distritos do Porto, Setúbal e Lisboa os mais afetados, pese embora existam ocorrências dispersas por todo o território nacional.
A GNR apurou que as ocorrências com mais incidência dizem respeito ao modo de atuação de compra e venda de bens, MB Way e publicações na internet, como se reflete na seguinte tabela:
Modus Operandi | 2022 | 2023* | ||
Compra/venda | 2 649 | 3 127 | ||
MB Way | 1 604 | 1 337 | ||
Publicação na internet (post, vídeo, etc) | 1 484 | 1 737 | ||
*Dados provisórios
Atento a este tipo de ocorrências, a Guarda Nacional Republicana reforça que, numa situação de compra e venda, deverá estar particularmente atento:
Nas ocorrências com recurso à plataforma MB Way, por norma, o suspeito contacta a vítima, mostrando-se interessado em comprar determinado produto que se encontra à venda online (ex: redes sociais, plataformas de venda online) e refere que pretende efetuar o respetivo pagamento através da plataforma MB Way, alegando ser uma forma mais fácil e eficaz.
A burla pode processar-se das seguintes formas:
As vítimas são escolhidas de forma aleatória, recaindo a escolha nos indivíduos que possuem artigos à venda nas redes sociais e em plataformas de vendas online.
Para compras na internet de forma segura, a GNR aconselha:
Acresce ainda informar que, a Guarda aproveita para destacar um modus operandi que atualmente se encontra menos divulgado e que está relacionado com a compra e venda de veículos. Por norma, o suspeito deteta o veículo à venda online e contacta o vendedor, dizendo que está interessado na viatura e que gostaria de ver/testar o mesmo, marcando um dia e local para o fazer. No hiato temporal entre o contacto e o encontro com o proprietário, o suspeito coloca a referida viatura à venda online como sendo seu, por um valor muito inferior ao preço de mercado, aumentando assim exponencialmente o interesse no veículo, conseguindo desta forma arranjar facilmente um potencial comprador interessado (terceira pessoa).
No dia da visita/teste à viatura o suspeito contata o legítimo proprietário, informando que não será ele a ver o veículo, mas sim outra pessoa, pedindo-lhe para não mencionar valores monetários. Após a visita efetuada, o suspeito informa o legítimo proprietário que quer comprar a viatura e que lhe irá efetuar uma transferência bancária, enviando-lhe um comprovativo de transferência bancária (não efetivada). Já na posse dos documentos do veículo, o suspeito negoceia a sua venda à pessoa que efetuou a visita ao veículo, e desta forma quando o legítimo proprietário se apercebe que a transferência bancária não foi efetivada, o suspeito já realizou a venda e mudança de propriedade do veículo para a terceira pessoa (a que efetuou a visita). Esta é uma burla que por norma, lesa duas pessoas, o vendedor (legítimo proprietário) e comprador (terceira pessoa).
No que concerne aos conselhos que podemos facultar para que sejam evitadas burlas, podemos considerar os seguintes:
Em caso de burla, a vítima deverá denunciar o crime ao posto policial da área de residência, por forma a que se consiga adequadamente monitorizar e melhor gerir os recursos disponíveis, ou poderá apresentar a referida queixa por via eletrónica, utilizando a plataforma digital constante no endereço https://queixaselectronicas.mai.gov.pt. A denúncia deste tipo de crime é fundamental para auxiliar à sua monitorização.
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