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“A Serra de Agostinho”, filme do setubalense Alberto Pereira, compete em Itália

O filme “A Serra de Agostinho”, do realizador setubalense Alberto Pereira, vai integrar a seleção oficial do Italy International Film Festival, entre os dias 23 e 30 de janeiro.

O documentário continua a competir em vários festivais internacionais de cinema e já foi distinguido pelo júri do festival de cinema TokioFilmAwards, realizado na cidade de Tóquio, no Japão, vencendo o primeiro prémio na categoria de “Longa Metragem em Documentário”.

“A Serra de Agostinho”, ganhou ainda uma menção honrosa no Festival de Curtas Metragens de Cannes.

Estreado em 2020, trata-se uma curta metragem sobre a vida ascética do poeta e eremita Frei Agostinho da Cruz. O filme evoca o poeta, acompanhando-o numa revisitação à Serra da Arrábida, pelos lugares que calcorreou e viveu, desde que, em 1605, rumou à serra-mãe para ali viver como eremita.

O guião e a banda sonora do filme são da autoria de Salvador Peres. Nuno David vestiu a personagem de Frei Agostinho da Cruz e os declamadores Dina Barco e João Completo deram voz à narrativa do filme.

De referir que Alberto Pereira já começou a produção do seu novo filme, inspirado na crónica “A Memória da Água”, um texto original de Salvador Peres. O filme mergulha no rio Sado, desde a nascente à foz, e nas memórias guardadas no imenso ventre líquido do seu estuário.

“Os rios escorrem por montes e vales na ânsia do mar imenso. Desde a nascente, na Serra da Vigia, às portas de Ourique, até ao amplo estuário que enlaça, numa bojuda baía, a cidade de Setúbal e a Península de Tróia, o Sado é fiel a este velhíssimo adágio. Ele trepa, ligeiro e rumorejante, Alentejo acima, buscando o aconchego do vasto ventre do Atlântico. Essa água, que vem dos confins das serranias alentejanas até às margens troianas e sadinas, é um ser vivo com memória”, refere Salvador Peres.

O personagem central do filme é um fotógrafo que parte em busca dos antigos barcos brancos de madeira que, no passado, transportaram milhares de pessoas entre Setúbal e Tróia, e, hoje, jazem, abandonados, num areal suburbano e solitário da Mitrena.

“No fluir dos anos, que se vestem de acordo com as modas dos tempos, há um lugar para a novidade. E há um lugar para a memória. Um futuro sem memória é um lugar sem futuro. Felizmente, os velhinhos barcos, que fenecem na esquecida Rampa das Baleias, entre eles, o ‘Recordação’, memória amarga e esquecida a desfazer-se numa praia solitária, vivem eternamente na memória do azul estuarino do Sado. Porque a água, contrariamente aos homens que usam e esquecem as coisas que lhe foram úteis, tem memória e futuro”, adianta Salvador Peres.

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