Programação da Mascarenhas-Martins Novembro no Montijo

Novembro, como a maioria dos meses por estas bandas, é prego a fundo. É ir com tudo antes que comecem os jantares de Natal e os amigos secretos e os team buildings e os “este ano é que é, juro-te”. É um Novembro a meio caminho: temos o último fim-de-semana de esse silêncio que determina o almoço (a nossa mais recente criação para teatro); temos o Teatro Estúdio Fontenova com Os Barrigas e os Magriços a partir das palavras de Álvaro Cunhal; temos Pedro Branco a tocar temas de Marco Paulo; temos Ana Lua Caiano e a sua fusão entre eletrónica e tradicional; temos mais uma sessão de Colecionadores, a oficina gratuita para famílias a partir do acervo de Jorge Peixinho; e temos mais um disco para ouvir no Melomania. Organize lá a sua agenda, por favor, que isto com jeitinho faz-se tudo.Aquela vez em que desapareceste no centro comercial porque os pais não te compraram uns sapatos. Aquela vez em que nas férias, junto à piscina, deste uma reprimenda à mãe porque ela não estava a tomar conta de mim. Aquela vez em que me atiraste um iogurte. Aquelas vezes, impossíveis de contar, em que gritaste à mãe. Aquelas vezes em que te fechaste no quarto durante dias — se não foram dias, pareceram. De onde é que vens? Que solidão tão estridente é essa? De onde é que isto tudo vem? Este é um espetáculo para uma doença incurável: um dia gostava de resolver o meu irmão, um dia gostava de tirar a dor à minha mãe.Miguel Branco
 Ficha técnica:
Texto e encenação: Miguel Branco; Interpretação: João Jacinto e as vozes de André Alves, Luís Madureira e Maria Mascarenhas; Assistência de encenação e produção: André Alves; Som e apoio dramatúrgico: Levi Martins; Luz: Maria Mascarenhas; Guarda-roupa: Ana Simão; Voz e elocução: Luís Madureira

Direção de produção: Levi Martins e Maria Mascarenhas; Produção executiva: Tiago Alves de Matos e Maria Julieta Almeida; Comunicação: Levi Martins e Miguel Branco; Design gráfico: António Santiago; Fotografia: Luana Santos

Uma produção: Companhia Mascarenhas-Martins

Apoios à criação [residências artísticas]: O Espaço do Tempo; o lugar do meio; fAUNA | habitat de criação — Teatro da Didascália; Artistas no Palácio 2023 — Inestética – Associação Cultural de Novas Ideiasesse silêncio que determina o almoço foi escrito ao abrigo do programa:
Bolsas de Criação Literária da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas

Fotografias

6 a 10€
Bilhetes disponíveis na BOL 
Reservas: bilheteira@mascarenhasmartins.pt 

 O Teatro Estúdio Fontenova traz-nos Os Barrigas e os Magriços, um espetáculo criado a partir do conto homónimo de Álvaro Cunhal, incluindo memórias de infância de quem cresceu antes da Revolução e que, contra todos os desequilíbrios e dificuldades, teve de prosseguir, continuar a trabalhar e a desenhar a sua história. Testemunhos de avós, com música ao vivo e o cozinhar coletivo de uma açorda-metáfora, “debaixo do mesmo céu e acima do mesmo chão”. Os Barrigas e os Magriços, que têm andado em digressão desde a estreia em fevereiro, em Setúbal, na Casa da Cultura, tendo passado por escolas e palcos por este país fora, não podiam deixar de passar pelo Montijo, onde também há memória da sua existência em tempos idos. 

Ficha técnica:
Adaptação livre a partir do conto: Os Barrigas e os Magriços de Álvaro Cunhal; Criação, dramaturgia e interpretação: João M. Mota, Patrícia Paixão e Sara Túbio Costa; Coordenação de projecto, cenografia e figurinos: Sara Túbio Costa; Música original: João M. Mota; Desenho de luz: José Maria Dias e Ricardo Batista; Ilustração: Paula Moita; Design de comunicação: Ana Rodrigues; Fotografia: Helena Tomás; Operação Técnica: Ivan Castro; Teaser: Ana Rodrigues; Vídeo integral e trailer: Inês Monteiro Pires; Execução de figurinos: Gertrudes Félix; Estagiárias: Nádia Martins e Shaista Mendes; Direção de produção: Graziela Dias; Consultorias: Ana Margarida Campos, Armindo Miranda, Clara Cândido, Joana Mortágua, Joana Simões Piedade e Ricardo Guerreiro Campos; Apoio à comunicação: Antena 2, O Setubalense, semmais, Setúbal Mais, Som da Baixa; Apoios: União das Freguesias de Setúbal, Set-LinkO Teatro Estúdio Fontenova é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura | Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Setúbal e associada d’ A Descampado e da Performart.

Fotografias de cena
 3 a 6€
Bilhetes disponíveis na BOL 
Reservas: bilheteira@mascarenhasmartins.pt 
Na ressaca de A Narrativa Épica do Quotidiano — primeiro disco a solo —, Pedro Branco andou estrada fora com a sua guitarra como companhia. Uma das paragens foi em Sarilhos Grandes, integrado no ciclo de programação “aqui ao lado”, à boleia da Mascarenhas-Martins. Entretanto, o guitarrista vem conhecer melhor a Casa da Música Jorge Peixinho e logo com um projeto onde reinterpreta algumas das canções do famoso cantor português Marco Paulo. Apresenta-se com João Sousa e Carlos Barretto em formato trio de jazz. A pop portuguesa senta-se à mesa da improvisação contemporânea. 

Ficha técnica:
Guitarra: Pedro Branco; Contrabaixo: Carlos Barretto; Bateria: João Sousa

Fotografia promocional

6 a 10€
Bilhetes disponíveis na BOL 
Reservas: bilheteira@mascarenhasmartins.pt 
É uma das mais significativas vozes da nova geração da música portuguesa. A forma como combina música tradicional e eletrónica é de uma raridade assinalável e os prémios e elogios que tem amealhado pelo ainda breve percurso — aqui e lá fora — são prova disso mesmo. Cheguei Tarde a Ontem (2022) e Se Dançar é Só Depois (2023) são dois EPs que trouxeram Ana Lua Caiano para a primeira fila. Mais recentemente, Vou Ficar Neste Quadrado (2024) confirmou todas as suspeitas: este é um fenómeno que veio para ficar. Na Casa da Música Jorge Peixinho vai apresentar-se, como sempre, em jeito one woman show, com toda a parafernália instrumental e tecnológica que caracteriza as suas atuações ao vivo. 

Ficha técnica:
Voz, loop station, teclado, bombo, adufe, brinquinho, melódica: Ana Lua Caiano

Fotografia promocional

6 a 10€
Bilhetes disponíveis na BOL 
Reservas: bilheteira@mascarenhasmartins.pt 
O universo pessoal de Jorge Peixinho é um dos pontos de interesse do Museu Jorge Peixinho, uma vez que permite aos visitantes ter contacto com objetos colecionados pelo compositor e maestro ao longo da sua vida. 
A atividade intitulada Colecionadores, que assinala em Novembro o seu segundo capítulo, parte da escolha e divulgação de uma peça do espólio de Peixinho, a qual será partilhada através das redes sociais da Casa da Música Jorge Peixinho, dando origem a oficinas gratuitas para famílias. Desta vez, a peça em questão é uma flauta totem. 

Inscrições: bilheteira@mascarenhasmartins.pt 

Esta atividade agradece ao Museu Municipal Casa Mora, pela disponibilização do inventário onde estão inseridas as informações relativas às peças da Coleção.

Imagem promocionalOuvir um disco às escuras, do início ao fim, sem distrações. Esta é a proposta de Melomania, uma iniciativa desenvolvida pela Mascarenhas-Martins em parceria com o Ateneu Popular de Montijo. Em 2024, a escolha de discos e apresentação das sessões é feita pelo músico André Reis. Nesta próxima sessão escutaremos Construção de Chico Buarque.

Imagem promocionalA acção passa-se numa cidade do norte de Inglaterra, daquelas com a memória colectiva da dureza do trabalho nas minas de carvão e do definhar que se seguiu ao seu encerramento. A situação é complicada a todos os níveis, com a especulação imobiliária a distorcer valores de compra ou arrendamento de casas, a dificuldade em arranjar trabalho, a falta de sentido individual e colectivo. É no pub The Old Oak que se desabafa, último reduto de espaço público. O que vem perturbar esse clima de derrota é a chegada de algumas famílias de refugiados sírios, em fuga de um destino ainda pior. Entre as diferentes reacções locais a essa chegada contam-se a ajuda voluntária e a previsível afirmação de que deveriam voltar para a sua terra. Mais um exemplo do cinema político e humanista de Ken Loach, austero e comovente. Um filme para pensar na polarização contemporânea e no que, apesar de tudo, continua a unir-nos.