TCB já operam na Moita: Carreiras 1 e 2 ligam os dois concelhos

Os TCB – Transportes Colectivos do Barreiro, através das carreiras nº 1 e 2 (ao fim-de-semana passam a 701 e 702) que passam a ligar as freguesias da Baixa da Banheira, Vale da Amoreira e Alhos Vedros à zona urbana do Barreiro, já começaram a operar na passada segunda-feira, dia 4 de Julho, no concelho da Moita.

Para assinalar este acontecimento histórico, para os dois concelhos, esperado há 40 anos, os presidentes das câmaras municipais do Barreiro, Carlos Humberto, e da Moita, Rui Garcia, juntamente com uma comitiva que incluía o presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro, fizeram o percurso da carreira, demonstrando a utilidade deste meio de transporte público para a população local.

É o cumprir de “um objectivo de décadas”, disse Carlos Humberto que é também o presidente dos Serviços Municipalizados de TCB, com o objectivo de “tentar responder, cada vez melhor, a uma necessidade imprescendível e ao direito dos cidadãos para que tenham uma vida melhor”.

O edil falou de “um serviço que queremos, cada vez de mais, de qualidade” e da necessidade de pensar a mobilidade no âmbito da Área Metropolitana de Lisboa e no país, mostrando-se “disponível para conversar e ponderar sobre eventuais prolongamentos do serviço do operador municipal aos concelhos vizinhos” como Palmela.

“É quase uma drama diário para quem tem de andar nos transportes públicos, os interfaces não têm as condições necessárias, a bilhética não está organizada como deveria, havendo mais um milhar de formas de adquirir bilhetes de transporte na Área Metropolitana de Lisboa”, sendo “preciso maior articulação entre os diferentes modos de transporte”, sublinhou Carlos Humberto.

O presidente do município barreirense revelou que os TST (Transportes Sul do Tejo) apresentou uma segunda providência cautelar para impedir o alargamento deste serviço à Moita. “Pensamos que estamos seguros do ponto de vista formal, jurídico e político”, disse, frisando que “não temos dúvidas de que estamos a responder às necessidades das pessoas”. “Talvez por este serviço ser um exemplo haja uma preocupação desta identidade”, concluiu.

Por sua vez, Rui Garcia disse que “este é um momento importante” “mais do que para os dois concelhos”. O edil entende a tristeza dos restantes cidadãos do concelho não beneficiados pelo serviço, prometendo que “este é um primeiro passo”.

A partir de 4 de Julho, referiu o presidente da Câmara da Moita, Rui Garcia, “as populações da Baixa da Banheira, Vale da Amoreira e de Alhos Vedros têm acesso a uma oferta de transportes públicos de passageiros mais eficiente, porque são mais frequentes, mais próximos e mais económicos”, assumindo este momento como uma “conquista muito importante do ponto de vista da mobilidade”.

Já Álvaro Amaro, questionado pelo Jornal Setúbal Mais, sobre a eventualidade dos TCB virem a efectuar uma carreira na freguesia da Quinta do Anjo, admitiu que é uma hipótese. “Já vimos trabalhando neste assunto há cerca de dois anos, temos estudos de percursos que passam sobretudo pelo bairro Alentejano e zona das Marquezas, de confluência com o concelho do Barreiro e com a expectativa de ligação à estação ferroviária da Penalva/Quinta do Anjo”, sublinhou o autarca. “Aguardamos a avaliação desta experiência para poder avançar no nosso concelho”, adiantou.

O presidente da autarquia da Moita lembrou, ainda, a injustiça do Passe Social L123 não abarcar a Moita, ficando apenas no Lavradio. Não haverá qualquer hesitação, rematou, “em lutar e agir para que as nossas populações tenham, finalmente, a mobilidade a que têm direito”.