“Se continuarmos por este caminho, o porto de Setúbal deixará de ser viável”

A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, alerta que se não houver acordo entre os estivadores e empresas operadoras no porto e Setúbal poderá estar em causa o futuro económico desta infraestrutura.

No final desta semana, as rotas que costumam utilizar o porto de Setúbal terão uma redução de 70%.

Numa entrevista ao jornal Público/Rádio Renascença, Ana Paula Vitorino adverte que “se continuarmos por este caminho, o porto de Setúbal deixará de ser viável e ficarão postos de trabalho em causa, empregos directos e indirectos”.

“Estamos a fazer o nosso melhor para mediar. Mas estamos a tomar as medidas necessárias para que os outros portos nacionais possam receber todas as cargas que eram até agora movimentadas em Setúbal. Em matéria de “ro-ro”, é possível em Leixões, Aveiro, em Lisboa, em Sines e em Portimão, que tem excelentes condições de parqueamento. Evidentemente, depende dos navios. O terminal de Sines onde se pode fazer “ro-ro” tinha pavimento em gravilha, que não é aconselhável para viaturas ligeiras. Está-se a fazer um novo pavimento. Temos condições para absorver todo o tráfego que é movimentado em Setúbal”, revela a ministra.

Para a governante “É absolutamente essencial resolver a questão do Porto de Setúbal. Não é aceitável que exista um tão elevado número de trabalhadores eventuais e que uma infraestrutura como aquela, que serve de suporte para as exportações, prejudique as empresas”.

A ministra está confiante num acordo laboral a breve prazo. “Julgo que a solução está muito mais perto do que se possa pensar. Tem que ser um acordo que acabe com a precariedade completamente desregulada no Porto de Setúbal. Existe um acordo de princípio quanto ao número de pessoas a admitir”, conclui Ana Paula Vitorino.