Protesto contra dragagens no Sado

Uma acção de protesto contra as dragagens no estuário do Sado está marcada para quarta-feira, 3 de Outubro, às 21h00, na praça de Bocage, Setúbal.

A iniciativa foi convocada através de um evento numa página do Facebook https://www.facebook.com/events/298215837437800/

“Cabe a qualquer cidadão de Setúbal questionar a entrada da(s) draga(s) que vão destruir grande parte das razões que (1) trazem turismo à cidade, e (2) que ainda fazem desta baía uma das 10 baías mais belas do mundo. As dragagens que estão previstas para o rio Sado vão ter consequências brutais sobre a cidade, as pessoas que vivem do rio e a saúde do ecossistema”, refere o texto dos organizadores do evento.

“Não há turismo onde não há saúde nem equilíbrio ambiental. As duas grandes razões que levam as pessoas a fazer turismo são a arte e a beleza e conservação natural dos habitats. Arte em Setúbal está para vir mas a beleza natural é inquestionável”, refere ainda.

“Com a dragagem iremos ter alterações profundas na circulação das águas no rio com o consequente depósito em lugares imprevisíveis. Acresce também um maior fluxo (aceleração da velocidade de entrada de água salgada no rio) que irá matar parte das plantações que se fazem em água doce. Consequências directas, muito negativas:
– perder parte da flora marítima e o consequente desequilíbrio do ecossistema
– remoção da areia das praias
– deixar de ter golfinhos
– deixar de ter pesca no rio
– perder parte ou a totalidade dos chocos do Sado
– aumento brutal da poluição, nomeadamente metais acumulados no leito do rio
– aumento da poluição pela entrada dos navios no estuário
– restrições diversas à navegação no rio para dar prioridade às descargas
– pragas diversas trazidas nos porões dos navios
– invasão de espécies que são transportadas acidentalmente nas cargas dos barcos”, afirmam.

“Revolver 6,5 milhões de metros cúbicos de areia do fundo do rio vai agitar detritos acumulados ao largo de toda a vida do rio (milhares, milhões de anos…)”, alertam.

“É preciso parar esta investida, pelo nosso presente e sobretudo pelo futuro dos nossos filhos. Precisamos de produzir acções consequentes”, conclui.

 

Foto: Vítor Mendes