Projeto Almenara une Castelos de S. Jorge e Palmela

A Câmara de Lisboa e de Palmela celebraram uma parceria através de uma oferta conjunta dirigida à promoção do turismo na região que começa já no dia 17 de Setembro com o projecto Almenara. Trata-se de um investimento de cerca de meio milhão de euros financiado por fundos comunitários através do Programa Operacional de Lisboa.

Em 1383, durante o cerco da cidade de Lisboa pelos castelhanos, a chegada de reforços comandados por Nunes Alvares Pereira, foi assinalada com uma grande fogueira acendida no Castelo de Palmela. Graças a essa mensagem, Mestre D’Avis e os lisboetas ficaram a saber que a ajuda estava próxima e que vinha desequilibrar as forças sitiantes. A mensagem foi respondida com novas fogueiras acesas no castelo de Lisboa. Essas fogueiras designavam-se Almenara, que quer dizer, grande fogo, farol. Os dois castelos ficaram assim ligados à liberdade e à independência de Portugal.
Evocando a história relatada nas crónicas de Fernão Lopes, o projeto Almenara apresentado ontem, dia 8 de setembro, na sala Oval do Castelo de S. Jorge pretende dar continuidade e aproximar as duas margens do Tejo, oferecendo aos portugueses e ao turismo da cidade uma oportunidade de descoberta e de fruição através de um programa cultural conjunto.
Os dois diretores artísticos do projeto, Jorge Gomes Ribeiro, da Companhia da Esquina e João Brites, do Grupo de Teatro O Bando apresentaram as grandes linhas dramaturgicas que orientam o projeto artístico e teatral que dia 17 de setembro irá assinlar o Ritual Almenara.
Para Álvaro Amaro, presidente da Câmara de Palmela, este projeto seria “já a terceira travessia do Tejo. Num plano simbólico e cultural, procuramos alargar o conceito de região e de Lisboa aos municípios que a envolvem, sendo esta uma oportunidade de promover o nosso espaço comum e valorização do fluxo turístico, que Lisboa acolhe como destino turístico de excelência”. Para o autarca de Palmela “faz todo o sentido as duas margens estejam unidas pelas pessoas que as habitam”, rematou.
Fernando Medina, presidente da CML, referiu que Lisboa tem de possuir a capacidade de saber acolher e proteger a autenticidade da cidade. “Face ao fluxo de turistas que temos vindo a sentir, é fundamental saber alargar e diversificar. Se há uns tempos havia uma certa rivalidade entre regiões, hoje o modelo  é o de oferecer diversidade e promover ofertas complementares, alargando os vários pontos de atração, seja no interior da cidade, seja nas regiões envolventes através de estratégias de articulação de que o presente projeto é exemplo”. Para Fernando Medina impõe-se também através deste programa “a valorização de um dos nossos principais ativos que é a nossa história e cultura. A nossa cultura é um dos pontos de afirmação e de orgulho que devemos dar a conhecer a todos aqueles que nos visitam”, terminou.
De referir que este projeto é para dois anos, sendo o Castelo de Palmela o centro de celebrações em 2017.