Prémios do XVII Concurso de Vinhos da Península de Setúbal: Casa Ermelinda Freitas, Adega de Pegões e Bacalhôa foram os grandes vencedores

A Igreja de Santiago, Castelo de Palmela, foi o palco da cerimónia de entrega dos prémios do XVII Concurso de Vinhos da Península de Setúbal. A Casa Ermelinda Freitas conseguiu 14 medalhas, a Adega de Pegões ganhou 10 e a Bacalhôa além das 7 medalhas conseguiu que o com o seu Moscatel de Setúbal ganhasse o prémio de melhor vinho generoso e melhor vinho do concurso.

 

Florindo Cardoso

 

A Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal (CVRPS) promoveu, no passado dia 27 de Abril, a cerimónia de entrega dos prémios do XVII Concurso de Vinhos da Península de Setúbal, na Igreja de Santiago, no Castelo de Palmela, perante mais de uma centena de convidados e representantes das adegas, entre os quais o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira.

O júri do concurso avaliou 148 vinhos de onde emergiam 46 medalhas – 15 de ouro e 31 de prata. Destaque para os vinhos mais pontuados do concurso (‘Os Melhores’), o “Bacalhôa Moscatel de Setúbal Superior 2002”, que recebeu duas distinções “Melhor Vinho do Concurso” e “Melhor Vinho Generoso”. A Adega de Pegões arrecadou as medalhas de “Melhor Vinho Tinto” com o “Adega de Pegões Syrah 2013” e “Melhor Vinho Branco” com o “Adega de Pegões Colheita Seleccionada 2016”. O “Melhor Vinho Rosado” foi o “Serras de Azeitão 2016”, da Bacalhôa.

Nesta edição, registou-se um aumento de vinhos em prova entre eles novas referências e produtores o que para Henrique Soares, presidente da CVRPS, “é um sinal da dinâmica da região que nos últimos anos tem conhecido fortes investimentos na reestruturação e replantação de vinha e em novas técnicas de cultivo com o intuito de dar continuidade às antigas tradições vitivinícolas, tornando-se uma região atractiva para a produção de vinhos de qualidade”.

Henrique Soares sublinhou que “2016 foi um ano, voltámos a crescer no mercado nacional e atingimos um novo máximo de denominação de origem, de 14%”. “Em matéria de exportação continuamos a mitigar as consequências das dificuldades que assolam o mercado angolano desde 2014 e estamos cada vez mais de o conseguir em absoluto”, disse ainda o responsável, relevando os principais mercados fora da União Europeia voltaram a crescer como é o caso do Brasil.

“No primeiro trimestre deste ano, houve um crescimento homólogo de 20%”, após os bons resultados alcançados em 2016 em volume de facturação.

Já Luís Medeiros Vieira sublinhou que “o sector do vinho em Portugal é de excelência” e “os vinhos portugueses têm-se afirmado como vinhos de grande qualidade, fruto do trabalho dos viticultores”.

O governante elogiou “a inovação” do sector, referindo que 35% da vinha do país já está estruturada, e na península de Setúbal, na ordem dos 45%, com apoios de 22 milhões de euros em novas adegas, layout, inovação a nível do produto, entre outras áreas. “Vamos manter um conjunto de políticas de apoio”, através dos fundos comunitários que permitiram investimentos de 600 milhões nos últimos anos, garantiu.

“O sector vai continuar a melhorar, nos meses de Janeiro e Fevereiro registou-se um aumento de 4% nas exportações”, assegura Luís Medeiros Vieira, salientando que “foi possível recuperar novos mercados como a China”, atingindo um volume de exportações em 2016 de mais de 700 milhões de euros.

O concurso é organizado pela CVRPS, entidade certificadora e promotora há 17 anos consecutivos com o objectivo de promover, valorizar e estimular a produção de vinhos de qualidade na região vitivinícola da Península de Setúbal.

O júri, composto por técnicos das várias regiões vitivinícolas portuguesas, Associação Portuguesa de Enologia, Associação de Escanções de Portugal e ASAE, imprensa da especialidade e representantes da restauração, num total de 22 provadores, esteve dois dias em provas na Casa Mãe da Rota dos Vinhos da Península de Setúbal, em Palmela.


Sete medalhas

Bacalhôa consegue o melhor vinho do concurso

Miguel Deslandes, do departamento de marketing da Bacalhôa Vinhos de Portugal, manifestou-se satisfeito pela conquista sete medalhas, três de ouro e quatro de prata, entre as quais a de melhor vinho generoso, de melhor vinho rosado e de melhor vinho do concurso com “Bacalhôa Moscatel de Setúbal superior 2002”.

“Estou muito feliz, não é todos os dias que recebemos distinções tão importantes, sendo resultado do nosso trabalho, onde tentamos fazer sempre o melhor e dar o melhor ao consumidor”, disse o responsável, frisando “o trabalho das nossas equipas da viticultura e da enologia” e da enóloga Filipa Tomás da Costa.

“temos muita sorte em ter boas terras e vinhas e bons profissionais na empresa que nos permitem ter estes vinhos premiados”, afirmou Miguel Deslandes, considerando que estes prémios são “um incentivo para fazer mais e melhor”, de modo “a ser a empresa mais premiada na próxima edição”.


Jaime Quendera da Adega de Pegões

“Foi o melhor concurso de sempre”

Jaime Quendera, administrador e enólogo da Adega de Palmela, salientou a conquista dos prémios de “Melhor Branco”, com o “Adega de Pegões seleccionada 2016” e de “Melhor Tinto”, com o “Adega de Pegões syrah 2013” neste concurso de vinhos.

“Foi o melhor concurso que tivemos desde sempre”, desabafa o responsável da adega que recebeu 10 medalhas, metade de prata e outra de ouro, sendo “excelente”.

“O melhor tinto, curiosamente ganhou também na Rússia há cerca de dois meses, fazendo de Portugal o melhor país no certame”, disse ainda o enólogo, dedicando estes prémios “aos associados, as uvas e o trabalho são deles, se as uvas não fossem boas, também não fazíamos bom vinho”.

Jaime Quendera revelou que 2017 “está a ser o melhor ano de sempre”. “Esperamos que seja um bom ano”, disse ainda o responsável, lembrando que no ano passado, a Adega de Pegões ganhou mais de 200 prémios.


Ouro e prata

Casa Ermelinda Freitas arrasa com 14 medalhas

João Freitas, responsável pela Casa Ermelinda Freitas juntamente com a sua mãe e irmão, mostrou-se bastante satisfeita pela conquista de 14 medalhas, 9 de prata e 5 de ouro.

“Estes prémios é um incentivo para fazermos melhor, sendo o resultado de muito trabalho, dedicação e amor”, afirma Joana Freitas, adiantando que “é com muito orgulho e responsabilidade que recebemos estes prémios”.

“É o reconhecimento da grande equipa que temos, desde a produção ao enólogo”, disse ainda.

“A península de Setúbal mostra para o mundo que está muito bem e fazemos parte do top 3 dos melhores do concurso”, acrescentou.

“O ano de 2017 está a correr muito bem”, com aumento das quotas de mercado, concluiu.——-


Medalhas de ouro e prata

Sivipa e Quinta do Piloto premiadas

Filipe Cardoso enólogo da Sivipa – Sociedade Vinícola de Palmela e da Quinta do Piloto faz um balanço positivo da participação destas adegas de Palmela no concurso de vinhos da península de Setúbal.

“Ganhámos uma medalha de ouro com a Quinta do Piloto, com o nosso tinto ‘Piloto Collection cabernet sauvignhon 2015’, uma estreia, sendo a primeira vez que ganhamos ouro com o cabernet”, salienta Filipe Cardoso.

“Tivemos ainda duas medalhas de prata, com o ‘Terra Mãe reserva 2014’, um tinto,  e o roxo ‘Piloto Colllection 2016’, por isso faço um balanço positivo”, refere ainda o enólogo e administrador das empresas.

Filipe Cardoso revela que “a Quinta do Piloto não participa em muitos concursos, participamos neste da CVRPS porque penso que terão de ser os produtores a puxarem pelo concurso da região”, acrescentando que “a marca terá de se afirmar não pelas medalhas mas pela marca em si”. “Fico contente pelo trabalho ser reconhecido”, conclui.


Vinho branco

Adega de Palmela ganha medalha de prata

A Adega cooperativa de Palmela ganhou uma medalha de prata com o vinho “Adega de Palmela 2016 – vinho branco D.O.”, sendo recebida pelo enólogo Luís Silva.

“Este ano, viemos com poucos vinhos a concurso, daí só termos conseguido uma medalha”, disse José Coutinho, presidente do conselho de administração da Adega de Palmela, adiantando que “foram mesmo muito poucos, houve problemas com os rótulos, ainda não tínhamos o vinho rotulado”.

“Para o ano será melhor e estaremos em força”, garante José Coutinho, frisando que “é bom verificar que a região tem vinhos muito premiados”.