Porto de Sines atinge 48 milhões de toneladas em 2016: Novo recorde de movimentação de mercadorias

O porto de Sines deverá alcançar o valor de 48,5 milhões de toneladas de movimentação de mercadorias em 2016, mais cerca de três milhões do que o inicialmente previsto, nos cinco terminais, de granéis líquidos, petroquímico, multipurpose, de contentores e de gás natural. A revelação foi feita por João Franco, presidente da APS – Administração dos Portos de Sines e Algarve, na passada semana, num encontro com jornalistas, frisando que “a movimentação de mercadorias prevista para este ano seria de 45,5 milhões de toneladas, mas o que vai acontecer é que serão perto de 48,5 milhões de toneladas”.

João Franco considera que este sucesso deve-se ao facto do “mercado estar a responder muito bem ao esforço que a empresa, os seus concessionários e os diversos agentes económicos têm feito para dinamizar a actividade”. Com este resultado, o presidente da APS, salienta que “o porto de Sines afirma-se em termos nacionais, com a subida da quota de mercado para os 55% de mercadoria movimentada”.

Este é um “crescimento sustentado” disse João Franco, acrescentando que “em todos os trimestres é assim em Sines, ou em cada mês até, os resultados são melhores do que no mês anterior ou que o período homólogo”.

Segundo as estimativas, até ao final do ano, o terminal de granéis líquidos é o que movimentará maior carga, com cerca de 22,3 milhões de toneladas, seguido do terminal de contentores, com 19,4 milhões, que “continua a crescer, embora a níveis moderados, num contexto em que muitos terminais de contentores pelo mundo fora estão a perder quota de mercado, enquanto nós continuamos a subir”, afirmando-se “o porto de Sines a nível internacional”, estando nos três melhores da península ibérica, no top 20 da Europa e em 97.º lugar mundial.

O presidente da APS destacou ainda a subida do número de navios “que cresceu 13,9%”, ao mesmo tempo que “a dimensão dos navios também está a crescer”. “Sines tem um futuro muito risonho pela frente, é de esperar que continue a crescer nestes ritmos”, disse.

A expectativa é a de que o crescimento continue até ao final do ano e que, ao longo de 2017, se sintam os efeitos do alargamento do Canal do Panamá inaugurado em Junho do ano passado, que poderão representar “um incremento do comércio marítimo internacional” de mais “200 navios” a operar em Sines.

Apesar de o resultado geral esperado no final do ano ser de crescimento, os terminais multipurpose e de gás natural liquefeito registam uma redução da movimentação de carga, algo que João Franco atribui a factores externos. “O terminal multipurpose está dependente do consumo de carvão das duas centrais [termoeclétricas que abastece]” e a redução da movimentação no terminal de gás natural liquefeito “resulta de um decréscimo de consumo devido à actividade económica não estar nos seus melhores momentos”, justificou.

João Franco defende a necessidade de “aumentar a capacidade de movimentação de contentores em Sines”, que poderá ser efectuada através do prolongamento do terminal para sul em 500 metros, negociando com a actual concessionária, a PSA Sines ou a construção de um segundo terminal.

“Obviamente que eu defendo a primeira hipótese, não escondo isso, por uma questão de escala”, disse, avançando haver uma proposta da PSA Sines para investir “140 milhões de euros”, nos próximos dois anos, mediante  o prolongamento do prazo de concessão, que hoje é até 2029. Esta opção implica ainda um investimento de 60 milhões de euros na construção do prolongamento do molhe de protecção por parta de Autoridade Portuária.

“É uma questão que já foi colocada ao governo anterior por esta administração, foi também posta ao actual governo e certamente que em breve deverá haver uma decisão política sobre a matéria”, disse o mesmo responsável, que anunciou ainda estar “para breve”, apontando a data até ao final do ano.

Quanto à ferrovia, projecto que ligará Sines e o país vizinho, terá grande importância para o porto porque “permite ganhar quota de mercado no interland, particularmente de Espanha que tem mostrando grande interesse em movimentar as suas mercadorias por aqui”, tendo em conta que é “Sines é porto mais próximo para exportar os produtos agrícolas da Extremadura”.

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Ministra do Mar já informou

João Franco sai do conselho de administração da APS

A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, já informou João Franco e restante equipa do conselho de administração, que cessaram a comissão de serviço em 31 de Dezembro de 2015, que não continuarão a exercer funções.

“Na sexta-feira passada (dia 9 de Setembro), a senhora ministra [do Mar] comunicou-me que iria haver alteração da composição da administração em breve”, disse, frisando que “encaro isso com a maior naturalidade, é a dinâmica das empresas”.

João Franco faz um balanço positivo do seu trabalho. “A empresa deve estar muito satisfeita com o que conseguiu nestes anos” porque “tem uma enorme solidez financeira, uma relação excelente com todos os concessionários, um volume de negócios de 45 milhões de euros, um resultado líquido de 18 milhões no final deste ano, quase 40 milhões em caixa e um EBIT (resultados antes de juros e impostos) de mais de 26 milhões”, sublinhou o responsável.

O presidente da APS, lembra que o porto de Sines tem uma quota de mercado de 55% e uma “clara implantação no mercado internacional”, é “uma referência internacional em termos tecnológicos que honra o país”. “A empresa no seu todo deve estar muita satisfeita pelo que fez” conclui João Franco.

Recorde-se que João Franco foi nomeado presidente da APS, em Junho de 2013, substituindo Lídia Sequeira que esteve à frente do porto durante oito anos, desde Junho de 2005.

João Paulo Farinha Franco, era vogal da administração até essa data. Desde Junho de 2005 foi administrador da APS com os pelouros financeiro e engenharia, tendo anteriormente sido presidente do conselho de administração da Transtejo, presidente do conselho de administração da Soflusa, administrador do Instituto Marítimo Portuário, administrador da Companhia Carris de Ferro de Lisboa e da Fernave, entre um vasto currículo no sector.

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Porto de Sines já tem nova administração

José Luís Cacho é o novo presidente

 

José Luís Cacho, ex-presidente do porto de Aveiro, vai liderar o conselho de administração dos Portos de Sines e Algarve (APS), substituindo no cargo João Franco.

O novo presidente da APS, foi uma escolha da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, e tem um extenso trabalho desenvolvido no sector do transporte marítimo e deixou uma excelente imagem na sua passagem pela administração do porto de Aveiro.

Licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, José Luís Cacho foi presidente dos portos de Aveiro e Figueira da Foz, durante uma década, entre 2005 e 2015 e actualmente é presidente da Associação dos Portos de Língua Portuguesa. Integrou, ainda, a direcção a Associação Portuguesa dos Portos de Recreio e foi membro da Comissão Mista de Acompanhamento do Plano da Rede Nacional das Plataformas Logísticas, entre 2001 e 2002 e do Grupo de Acompanhamento da Ligação Ferroviária ao Porto de Aveiro.

O Governo nomeou ainda Duarte Lynce de Faria e Fernanda Albino para o cargo de vogais da APS.

A tomada de posse ainda não está marcada.