Lagoa de Santo André de cara lavada: Investimento de um milhão de euros na requalificação

A obra de requalificação da costa da Lagoa de Santo André custou 1 milhão de euros, sendo financiada por fundos europeus. A população e autarquia esperavam esta intervenção há cerca de 30 anos. Para o presidente da autarquia, a inauguração desta obra foi “um marco histórico” para a região.

 Florindo Cardoso

A Sociedade Polis Litoral Sudoeste e a Câmara Municipal de Santiago do Cacém inauguraram no passado dia 5 de Dezembro as obras de requalificação da praia da Costa de Santo André, num investimento de cerca de um milhão de euros. A intervenção nesta zona balnear alentejana, situada no concelho de Santiago do Cacém, foi apoiada pelo Programa Operacional Temático de Valorização do Território (POVT) 2007-2013 e cofinanciada em 85% pelo Fundo de Coesão.

Para o presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, esta obra “é um marco histórico”. “Estamos aqui perante uma obra esperada há quase 30 anos” afirmou o edil adiantando que “refuto este dia de uma importância extrema para o desenvolvimento para a freguesia de Santo André, do município e até da região”.

“Há 10 anos que exerço cargos executivos na câmara, já tive o privilégio de ver construir e testemunhar a inauguração de algumas obras e por mais tempo que possa estar nestas funções, não haverá outra que me dê tanta alegria como esta” frisou o edil alentejano lembrando o “calvário” que foi avançar com esta empreitada de requalificação devido às “dificuldades” encontradas junto dos organismos do Estado e os interesses dos privados instalados na zona.

O presidente da autarquia alentejana frisou que esta é “a obra possível dentro dos vários condicionalismos financeiros, ordenamento do território e de estar numa alçada de terrenos particulares” impedindo que “a obra fosse mais ambiciosa”, dando o exemplo do parque de estacionamento com apenas 150 lugares. “Esta obra é determinante dos pontos de vista do ordenamento do território, ambiental e turístico e a Câmara Municipal de Santiago do Cacém, embora não seja da sua responsabilidade, vai assumir a manutenção do espaço”, apelando a todos para a sua preservação.

Por sua vez, André Matoso, presidente do conselho de administração da Polis Litoral Sudoeste classificou esta obra de “fundamental” atendendo à “tendência erosiva e regressiva” de “toda a costa portuguesa” que implica “um risco concreto de perda de território”. Esta obra pretende “assegurar a resiliência e a estabilidade biofísica” da faixa costeira e “minimizar as situações de risco, há muito identificadas”, disse.

A obra envolveu a reconstrução e consolidação da morfologia dunar, com técnicas de regeneração naturais, como paliçadas, estruturas em ramos de salgueiro, e a plantação de espécies dunares nativas, abrangendo uma área aproximada de 55 mil metros quadrados (o equivalente a cerca de seis campos de futebol). Foram também plantadas cerca de 19.200 plantas de espécies dunares autóctones como o estorno em cerca de 23 mil metros quadrados e procedeu-se à remoção manual de espécies invasoras, como a acácia e o chorão, em toda a área de intervenção, entre outras medidas. Ordenamento e reconversão de caminhos, restrição à circulação automóvel, criação de estacionamentos afastados do sistema dunar e novos acessos em material reciclado foram algumas das medidas implementadas, estando ainda prevista, até à próxima época balnear, a colocação de painéis com informação ambiental.