Investimento superior a 600 mil euros: Cais de Pesca do Montijo pronto em Novembro

Florindo Cardoso

O Cais de Pesca do Montijo, cujas obras de construção estão a decorrer a bom ritmo, deverá estar concluído em finais de Novembro deste ano. O investimento superior a 600 mil euros da responsabilidade da Sociedade Cooperativa União Piscatória Aldegalense (SCUPA), conta com o financiamento de quase 495 mil euros do PROMAR (Programa Operacional Pesca 2013/2017) e um apoio de cerca de 114 mil euros, por parte da Câmara Municipal do Montijo atribuído através de um protocolo celebrado com a SCUPA.

Numa visita ao estaleiro das obras, realizada na passada segunda-feira de manhã, dia 28 de Setembro, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, acompanhado do presidente da SCUPA e de técnicos, disse que este cais tem em vista “o desenvolvimento da actividade piscatória do Montijo”. “Ao longo do tempo temos vindo a perder muitos pescadores profissionais mas recentemente tem havido uma aposta na pesca, muito fruto do empobrecimento do país e das dificuldades das pessoas em arranjar emprego, levando ao crescimento da actividade da pesca” sublinhou o edil.

O autarca acredita que no futuro o sector da pesca no Montijo cresça e seja “ainda mais importante” em resultado do “grande investimento por parte das câmaras municipais, em particular na zona sul do Tejo e do Arco Ribeirinho Sul, na despoluição das águas do rio através da construção de estações de tratamento de águas residuais”. “Hoje temos uma quantidade de fauna, aves, flora e espécies piscícolas que já não se via há muito tempo no rio Tejo e isso deve-se a este trabalho e investimento muito forte das câmaras” frisou Nuno Canta acrescentando que tornou o rio “mais apelativo para a pesca”.

Nuno Canta realçou ainda o facto de a obra, pela sua localização “pretende também ordenar a baía do Montijo”, estando já recuperada a frente ribeirinha da cidade as zonas do Cais dos Vapores e da parte central estendendo-se até este novo Cais dos Pescadores.

“Os pescadores do Montijo passam a ter um espaço para acostar e trabalhar que nunca tiveram na história do Montijo” disse ainda o presidente do município.

O Cais de Pesca do Montijo destina-se a todos os profissionais locais que exerçam na pesca a sua actividade principal de subsistência, existindo neste momento 16. Actualmente, as embarcações de pesca encontram-se acostadas/fundeadas num cais provisório, sem condições de acesso e segurança, inexistindo instalações adequadas para a manutenção/reparação das embarcações e guarda dos aprestos de pesca.

Esta infraestrutura está dimensionada para a acostagem de 12 a 16 embarcações em simultâneo, incluindo uma rampa de varadouro para retirar e colocar as embarcações na água e, simultaneamente, efectuar a manutenção/reparações das embarcações. Terá ainda apoios individuais para guardar os aprestos de pesca assim como instalações sanitárias.

Neste momento falta executar a passagem hidráulica, restante protecção dos taludes do rio, execução dos caminhos de acesso, das casas de apoio aos pescadores, redes de água, esgotos electricidade e protecção das fundações da ruína do Moinho de Maré.

Esta obra inclui ainda a recuperação do Moinho de Maré do Meio que pertencia à propriedade da Quinta das Postas, da família Leite, em fronteira com a Quinta do Saldanha e a Quinta do Páteo d’Água. Aliás, está situado no meio do Moinho de Maré do Cais das Faluas, já recuperado, e o Moinho de Maré Velho. “A construção do Cais dos Pescadores teve a componente de preservação desta memória e de ruína” disse Nuno Canta.

De referir que no caderno de encargos entregue à ANA – Aeroportos de Portugal, como contrapartida da instalação do aeroporto low-cost na Base Aérea do Montijo, está prevista a construção de um passadiço em madeira, para uso pedonal e de bicicleta, ao longo dos muros da margem do rio, que ligará o centro da cidade ao Terminal Fluvial do Cais do Seixalinho, com uma ligação ao Saldanha.