IC1 entre Alcácer do Sal e Grândola: Comissão de utentes exige solução

Comissão de Utentes do IC1
A Comissão de Utentes do IC1 de Alcácer do Sal e Grândola solicitou novas audiências para exigir uma solução

A Comissão de Utentes do IC1 de Alcácer do Sal e Grândola solicitou novas audiências ao Presidente da República, ao primeiro-ministro, ao ministro do Planeamento e das Infraestruturas e ao presidente do conselho de administração Executivo da IP – Infraestruturas de Portugal para exigir uma solução para a degradação do piso desta estrada que tem causado acidentes mortais.

Para a comissão, “a falta de manutenção da via tem promovido uma elevada degradação da mesma, que é visível, não oferecendo as condições necessárias para a circulação em segurança por parte dos utentes, fator este, que tem potenciado um número crescente de acidentes, muitos deles em vítimas mortais”.

Após as mortes recentes de três jovens no IC1, Rafael Vasconcelos, Bernardo Rodrigues e Igor Paulino, a comissão de utentes voltam a reivindicar obras, considerando que “já não existe lugar a mais justificações ou atrasos para o início da retoma das obras do Itinerário Complementar IC1(N5/N120)”, dando “voz à revolta de todos os munícipes e utentes”.

Segundo a comissão, estas novas mortes “vêm incrementar, ainda mais, os negros índices da sinistralidade nesta infraestrutura rodoviária”. “Quantas mais mortes serão ‘necessárias’ para que as entidades competentes resolvam esta situação crítica e inaceitável!”, questionam os utentes.

“Exigimos ao Estado que defenda os direitos dos seus constituintes e ao Consórcio que cumpra os seus deveres/obrigações contratuais. Exigimos que se promovam de imediato as necessárias e urgentes obras na já apelidada estrada da morte”.

De referir que no último acidente, no Bairro das Amoreiras, em Grândola, um dos três jovens que morreu era filho de um dos militares da GNR que acorreram ao local para registar ocorrência. O pai do jovem de 20 anos, militar do Exército no Regimento de Artilharia 5, em Vendas Novas, ficou em estado de choque. O GNR terá sido reencaminhado para casa, onde terá recebido assistência de psicólogos.

O Honda Civic que o jovem conduzia despistou-se embateu num eucalipto. O condutor e um outro ocupante foram projectados e morreram no local. O terceiro ocupante ficou encarcerado, tendo sido depois transportada para o hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, e posteriormente transferido para o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, onde veio a morrer.

Também a Câmara Municipal de Alcácer do Sal volta a reclamar “a urgente reparação do IC1 entre Alcácer do Sal e Grândola, renovando a sua total incompreensão pelo facto do atual Governo não conseguir encontrar solução para a reparação que todos exigem”.

“Exige-se uma intervenção vigorosa do primeiro-ministro, já que aquela estrada é um perigo constante para a vida das pessoas, numa reparação que já devia ter sido feita há, pelo menos, seis anos”, adianta o comunicado da autarquia alentejana.


Obras no IC1 aguardam visto do Tribunal de Contas

Ministro revela acordo com concessionário

O ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, assegura que existe vontade de realizar a obra no Itinerário Complementar 1 (IC). O governante foi questionado na passada semana pelo jornal Setúbal Mais, numa deslocação ao Montijo, onde anunciou o lançamento do concurso para as obras na EN4, que liga aquela cidade a Pegões.

“Sei bem da importância da realização dessa obra. É um compromisso nosso porque é uma questão de segurança. A nossa vontade de realizar a obra é inequívoca, mas ela está no contexto de uma concessão”, afirmou Pedro Marques.

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas explicou que tem estado em negociações para conseguir um acordo que permita o avançar dos trabalhos.

“Estivemos em negociações com o concessionário, estabelecemos um acordo com o concessionário e com os bancos financiadores e estamos muito mais próximos de realizar a obra”, frisou o governante

“Espero ter em breve novidades, apesar de ainda não termos o visto do Tribunal de Contas”, concluiu Pedro Marques.