Hospital do Litoral Alentejano: Autarcas pedem reunião urgente ao ministro da Saúde

Os presidentes de câmara do Alentejo Litoral solicitaram uma audiência com carácter de urgência ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, para manifestar as suas preocupações em relação ao funcionamento da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano.

Neste momento a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano regista novamente situações de funcionamento que nos suscitam as maiores preocupações e, com base no conhecimento de que dispomos, nos levam a recear que se encontre em causa a garantia de determinadas valências e a prestação dos cuidados de saúde a uma população de aproximadamente 98 mil habitantes”, pode ler-se na carta que Vítor Proença, presidente do Conselho Intermunicipal do Alentejo Litoral e também da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, remeteu ao ministro da Saúde.

Em causa está “a actual realidade da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, da prestação de cuidados primários e hospitalares, bem como a funcionalidade dos cuidados paliativos, mas também as condições gerais de financiamento daquela unidade”, adianta o documento.

Vítor Proença relembra que numa audiência ocorrida em Novembro de 2016, os autarcas e a equipa do ministro da Saúde acordaram a realização de reuniões semestrais de avaliação, acompanhamento e discussão das medidas de melhoria da prestação dos cuidados de saúde na sub-região.

Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, solicitou uma reunião, com carácter de urgência, ao secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, para pedir que sejam tomadas “medidas efectivas e urgentes” para resolver a “falta de recursos humanos” no Hospital do Litoral Alentejano (HLA), integrado na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA). Em causa estão os cuidados “paliativos” e de “convalescença” a unidade hospitalar.

O edil alentejano explicou que o pedido de reunião surgiu “na sequência da tomada de conhecimento da existência de graves problemas na ULSLA, em particular no HLA, nomeadamente por falta de recursos humanos”.

Segundo Álvaro Beijinha, a falta de recursos humanos “coloca inclusivamente em risco o funcionamento do serviço de paliativos e mesmo o encerramento do serviço de convalescença”.

O autarca afirmou que a situação lhe foi “confirmada pelo presidente do Conselho de Administração da ULSLA, Luís Matias”, e quer agora que sejam tomadas “medidas efectivas e urgentes” para resolver a situação.

Recorde-se que em Novembro de 2016, Álvaro Beijinha tinha participado, integrado numa comitiva da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), numa reunião com o secretário de Estado da Saúde em que manifestou “preocupação” em relação ao “serviço de urgência e tempo de espera dos utentes”, causada “principalmente pela falta de médicos”.

O presidente do município de Santiago do Cacém alegou ainda que a ULSLA é “subfinanciada em relação a outras regiões do país”, com o “segundo rácio mais baixo de financiamento por habitante” a nível nacional.

Já a coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano considera estas situações “inadmissíveis num momento em que se caracteriza pela conquista e reposição de direitos e que deveria de corresponder à reabertura de serviços encerrados pelos anteriores governos, bem como o reforço de valências no H.L.A”. “Perante a tentativa de encerramento destes serviços por parte do conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, o governo e o Ministério da Saúde devem obrigatoriamente travar este processo”, frisam os utentes, adiantando que “o governo deve também reconhecer o deficit crónico de profissionais de saúde, (médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e assistentes operacionais), e contratar em número suficiente para colmatar a grave carência”.