Fontenova revoltado com falta de apoio da Direcção Geral das Artes

O Teatro Estúdio Fontenova, companhia de teatro de Setúbal, manifesta revolta pelo facto da Direcção Geral das Artes (DGArtes) não incluir este projecto nos apoios anunciados para 2018-2021. Também o Teatro Animação de Setúbal ficou de fora, na lista divulgada hoje, 30 de Março.

“Vimos assim declarar que iremos lutar contra a ignomínia que mais uma vez se abate sobre nós, que não fomos contemplados para apoio, apesar de elegíveis para tal e do projecto ter sido considerado ‘bom’. Afirmamos ainda que estamos e estaremos solidários com todos os que viram cortado, reduzido e que injustamente continuam sem o apoio da DGArtes”, refere a companhia setubalense, em comunicado.

“No nosso caminho de mais de 30 anos, a criação artística tem-nos ensinado a fazer muito com pouco, a estar presentes mesmo quando a maioria se silencia, a partilhar quando outros ainda têm menos que nós e a transcendermo-nos quando acreditamos já não ter forças. Esta miséria a que nos deixam não pode continuar a ser a prática, exigimos um mínimo de dignidade e respeito para todos os que trabalham na criação artística”, refere ainda o Fontenova.

“Acreditamos ainda ser tempo para o governo emendar a mão, sem que nos venha com a desculpa de outros governos de que não há dinheiro, quando todos os meios de comunicação social nos dizem que ‘nós, o estado’ vamos mais uma vez pagar os desvarios da banca em ‘novos bancos’, ou continuamos a atribuir ‘redenção’ fiscal a grandes empresas ou apenas repreensões a quem nos destrói o ambiente”, sublinha a companhia.

“Desta forma, estamos com todos aqueles e aquelas que se começam a unir e organizar para agir e apelamos ao nosso público e amigos que se solidarizem, não apenas connosco, mas também com todos os que estão na mesma situação”, conclui.

De salientar que apenas 50 de 89 candidaturas avaliadas na área do teatro, vão receber apoio da Direcção-Geral das Artes no período 2018-2021. Assim, 39 companhias e projectos de Setúbal, Coimbra, Évora, Covilhã e Porto ficaram de fora.